Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 97

No banco do passageiro, Rafael ouvia os gritos desesperados misturados ao choro de Gabriel e não conseguiu evitar uma expressão de desaprovação. Franziu a testa e suspirou em silêncio.

“Se soubesse que ia chegar a esse ponto, por que fez o que fez lá atrás...

Dias atrás, ele já tinha alertado Gabriel: “Enfrente o que sente, antes que seja tarde.”

Mas naquela época, ele respondeu com arrogância, convicto de que nunca se arrependeria.

Na família Pereira, não adiantava o quanto o neto implorasse, chorasse ou gritasse.

Dessa vez, o Sr. Henrique estava irredutível.

Qualquer resquício de boa vontade que ainda pudesse ter sentido... Evaporou por completo. Sem um pingo de hesitação, desligou a ligação na cara do neto e ainda disparou uma última frase, seca como uma lâmina:

— Você não é digno da Bia.

No banco de trás do carro, Gabriel tentou ligar de novo. Uma, duas, três vezes. Mas o avô não atendia mais.

Foi nesse instante que ele quebrou por dentro. Seu coração, já em frangalhos, se despedaçou de vez.

Aquele homem que sempre se mostrava forte e frio... Agora chorava como uma criança abandonada na calçada, abraçado à própria cabeça, soluçando com tanta dor que parecia não caber mais dentro dele.

Enquanto isso, no centro comercial da cidade, diante de um dos imponentes edifícios do CBD...

Beatriz desceu do táxi e levantou os olhos para o arranha-céu que tocava o céu.

O escritório do Daniel ficava no 12º andar e ocupava o andar inteiro.

Ela respirou fundo e caminhou com passos firmes. A partir de hoje, ela era oficialmente uma profissional.

Sua nova vida estava prestes a começar.

Enquanto esperava o elevador, o celular vibrou. Beatriz tirou do bolso e viu que era uma mensagem de Daniel, perguntando onde ela estava.

Ela respondeu que estava no térreo e que, como era horário de pico, talvez demorasse um pouco para subir.

Ainda assim, tinha deixado tempo de sobra para a entrevista. Não havia pressa.

Daniel respondeu apenas com um [Ok].

Beatriz bloqueou a tela e continuou esperando, tranquila.

Três minutos depois, uma voz suave e familiar soou atrás dela. Beatriz virou-se por reflexo.

— Daniel? — Exclamou, surpresa.

— Vem comigo. Por aqui é mais rápido. — Disse ele, acenando com um sorriso gentil.

— Mas isso não exige algum tipo de permissão? Posso muito bem usar o elevador comum, não precisa me dar esse tipo de privilégio. — Retrucou Beatriz, sincera.

Mesmo sem nunca ter trabalhado em escritório antes, ela percebeu logo que aquele elevador era reservado para chefes. Daniel havia usado um cartão especial e só os dois tinham acesso. Não era difícil entender.

— Isso não é privilégio nenhum. Você é acionista da empresa, sabia? Esse cartão é um direito seu. — Disse Daniel, com um sorriso leve.

Beatriz entendeu a lógica e não insistiu mais.

O elevador era muito mais espaçoso e limpo do que os outros, com uma iluminação clara que refletia no aço polido das portas.

No reflexo, Daniel observava discretamente a jovem ao seu lado.

— Você está linda hoje. Essa roupa caiu perfeitamente em você. — Elogiou, com sinceridade.

Beatriz abaixou os olhos, olhando para o próprio look: um tailleur cáqui com saia justa, camisa branca por baixo e um par de scarpins cor de pele.

— Só espero não estar estranha. Faz tempo que não uso roupa tão formal. — Respondeu, com um sorriso contido.

Daniel não estranhou a observação.

Afinal, Beatriz tinha passado os últimos dois anos viajando pelo exterior e, de fato, não estava trabalhando nesse tempo.

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