Albert Høgh Larsen mesmo exausto foi incapaz de deitar-se na cama ainda que o relógio marcasse 03:40h da madrugada ao escutar um berro seguindo por um choro estridente deixou de ler o relatório para reunião da manhã seguinte que aconteceria em exatas 5 horas e Cristo! Ele estava mesmo desgastado. Mas ainda assim correu em direção ao quarto de seus sobrinhos
— Meus amores, o que houve? — Ouviu Sophie perguntar assim que chegou na porta do quarto, ele ficou irritado por ter sido ignorado pelos olhos daquela mulher repletos de desdém
— Estava tudo escuro. — disse a menina, se sentiu culpado talvez devesse ter concordado em deixar que as crianças dormissem com a tia por mais que odiasse admitir.
— Tem um monstro ali! — Apontou o menino para um armário de madeira rústica e absurdamente grande.
— De baixo dessa cama gigante também. — Completou Eliza aos prantos.
— Por Deus! Não há monstro algum — Começou Albert impaciente, por mais culpado que pudesse se sentir isso já era demais. Seus sobrinhos precisavam mesmo de um choque de realidade.
— Tem sim, Ali é o covil dos monstros SA! — Insistiu Nicolas apontando para o guarda-roupa.
— Não existe... — Ele começou outra vez impaciente, Sophie o interrompeu:
— Albert! Quer por favor se calar? — Ele simplesmente detestava quando ela o chamava pelo primeiro nome, soava tão arrogante era como se ela transformasse seu nome num insulto.
— Meus amores olhem para mim, não há monstro algum, o quarto só é grande comparado ao que estão acostumados, veja ali é um armário e.... — Ela olhou embaixo da cama, após abrir o guarda rupas. — Também não há monstros eles não aparecem porque tem medo de mim, sabem que se aparecerem eu vou derrotá-los como fiz quando era criança.
— Verdade? — Perguntou Nicolas com olhos esperançosos.
— Verdade! Até o bicho papão fugiu de medo, eu o assustei tanto que ele nunca mais voltou, nunca mesmo e prometeu que não voltaria mesmo depois da milésima geração da nossa família.
— Então a gente não precisa ter medo Nicolas, eles têm mais medo da tia Sosô — Atestou a menina agora sem chorar.
— Ufa! – Exclamou o menino aliviado — mas, tia Sosô a senhora os derrotou sozinha?
— Não exatamente Nicolas, papai do céu sempre esteve no meu coração então foi ele quem me deu coragem. — Aquilo era tão estupido que chegava ser ridículo! Não era possível que seus sobrinhos estivessem acreditando naquelas baboseiras de Sophie. Albert precisou controlar a vontade insana de rir.
— Tia Sosô, será que a gente pode falar com o papai do céu agora? Para ter coragem também?
— É claro! — As crianças oraram o pai nosso ao papai do céu.
— Então, agora que sabem que não precisam mais ter medo, será que podemos dormir?
— Podemos sim, estou tão cansado. — Falou Nicolas bocejando, Sophie beijou a testa de ambos.
— Tia, será que eu posso tomar leite com nesquik? — Perguntou Eliza bocejando também.
— Amanhã princesa a tia promete que dá para você. — A menina concordou com a cabeça bocejando outra vez.
— Tia? — Chamou Nicolas quando ela se levantou da cama.
— Sim?
— Eu te amo muitão.
— Eu também te amo tia Sosô.
Ela ficou em silêncio por um momento.
— Eu os amo mais ainda. — Beijou novamente as crianças e deu boa noite.
Larsen não podia deixar de se sentir maravilhado, não imaginava ver uma cena assim. Não seria nada fácil tirar as crianças dela... Deus! Quanto amor Sophie tem por aqueles dois? Ele perguntou a si mesmo se seria capaz de amar e fazer de tudo por duas crianças como inventar histórias ridículas para justificar medos infundados, ele foi criado para ver a razão lógica das coisas não tinha tempo para medos desnecessários... Não tinha tempo para medos e pronto. Perguntou-se também como seria a sensação de ser amado na mesma intensidade por essa mulher. Albert balançou a cabeça tinha mesmo de parar de imaginar Sophie em seus lençóis, além de ser sua rival nem de longe faz o tipo dele e não é como se o conde Larsen acreditasse em amor ou desejasse ser amado por uma mulher ele tinha consciência de que essas fantasias não existiam na vida real, não mesmo, esse mito apenas servia para consumir as pessoas as adoecer e levar a morte. Como sua mãe.

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