Ficar ou correr? romance Capítulo 103

Então eu me lembrei de vê-la com um homem no saguão no dia anterior, e perguntei: "Aquele era o seu namorado ontem? Aquele que veio te buscar?"

Evidentemente surpresa, ela congelou. "O quê?”

"O homem bonito no Cadillac preto. Ele é o teu namorado?” Era apenas uma pergunta trivial, e ainda assim ela parecia muito nervosa.

Eu brinquei: "Eu vi vocês dois por acaso. Por que está tão nervosa? Não se preocupe, uma mulher casada como eu, não vai querer roubá-lo."

Seu sorriso parecia um pouco forçado. "Sra. Machado não quis dizer isso. Sabe como me abstenho de falar da minha vida privada com as pessoas aqui na empresa. Além disso, há muitas mulheres na empresa, todas as quais se comprometeram a não se casar ou ter filhos durante pelo menos cinco anos para trabalhar aqui.”

A Corporação Carvalho era um bom lugar para se trabalhar, mas Jorge de Carvalho estabeleceu essa regra de que as funcionárias não tinham permissão para se envolverem romanticamente ou terem filhos nos primeiros cinco anos de serviço. Ele levou me conta que ela poderiam tirar licença maternidade e sair durante o ano fiscal, o que prejudicaria o trabalho de todos.

Em primeiro lugar, a regra era absurda, então, depois que Pedro assumiu a empresa, essa regra foi praticamente esquecida. No entanto, como a regra foi estabelecida por Jorge, seu avô, ela não podia ser removida de imediato. Embora a regra fosse arbitrária, as funcionárias tinham a oportunidade de manter suas escolhas em aberto, e elas não seriam penalizadas por saírem de licença maternidade. Mas aquela era a sua vida pessoal, e eu não tinha o direito de bisbilhotar, então sorri em resposta: "Bem, coincidentemente vi vocês juntos ontem, e fiquei curiosa."

Entreguei-lhe os documentos assinados e disse: "Aqui, vai fundo! Já que Pedro pediu para verificar pessoalmente a auditoria da AC, talvez devesse se esforçar mais. E por favor, faça um resumo do relatório da auditoria."

"Sim, Sra. Machado!”

Quando ela saiu da minha sala, olhei para o relógio. Já era meio-dia.

Que estranho. Considerando a recente mudança em Pedro, ele já deveria ter vindo almoçar comigo.

Alguém bateu à porta da minha sala. Voltei a realidade quando vi João entrar. Ele parecia estar com pressa. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele entrou e arrastou-me para fora.

"Dr. Cruz, Qual é o problema?” Por ser mais baixa do que ele, não conseguia acompanhar. Estava basicamente trotando atrás dele. Quando entramos no elevador, com uma expressão séria no rosto, ele anunciou: "Pedro sofreu um acidente de carro. Ele foi levado para o hospital.”

Acidente de carro?

Fiquei confusa. Ele estava bem ontem à noite, não estava?

"Como ele está? Como isso aconteceu?”

Ele poderia ser um piloto profissional, por conta das suas habilidades. Como ele poderia ter sofrido um acidente?

"Vamos para o hospital!" João não falou muito depois que saímos do elevador, levando-me até o seu carro com pressa.

Ele foi o mais rápido que podia, e logo chegamos ao hospital. Seguia atrás dele apressada até o pronto-socorro, onde Armando estava de guarda na porta.

"O que aconteceu?” João perguntou, recuperando o fôlego.

Chegamos com pressa. Armando parecia estar bem à primeira vista. Ao ser questionado por João, ele não respondeu prontamente. Em vez disso, ele olhou para mim sem jeito antes de olhar para o outro lado do corredor. Segui o seu olhar e congelei. Rebeca também estava lá. Seu cabelo estava bagunçado e a parte de trás de suas mãos estava machucada. Seu estado era deplorável.

"Eu não estava lá. Não sei o que aconteceu", disse Armando. Então ele se aproximou de Rebeca.

Ah!

Não precisei pensar muito para entender o que tinha acontecido. Pedro deveria estar com ela, e por isso sofreu um acidente.

"Posso falar com a família do paciente?” Um médico saiu do Pronto-Socorro com prontuário do Pedro em mãos.

"Como ele está? Ele está bem?” Rebeca rapidamente se levantou.

Por ser médico, João estava muito mais calmo. Ele perguntou ao médico: "Qual a condição do paciente?"

"O paciente sofreu um trauma sério, e está em coma. Não saberemos mais até ele acordar. Além disso, encontramos alguns fragmentos de vidro bem abaixo das costelas, por isso será necessário de fazer uma pequena cirurgia para removê-los. Precisamos que alguém da família assine a autorização." O médico olhou em volta antes de apresentar um formulário de consentimento.

Rebeca correu: "Eu! Eu assino!"

Ele acenou com a cabeça e perguntou-lhe: "Senhorita, qual é a sua relação com o paciente?”

Rebeca parou imediatamente e mordeu o lábio.

Parada no canto, com os braços cruzados e disse cansada: "A assinatura da amante dele vai servir de alguma coisa?"

O médico franziu a testa confuso. "O estado do paciente é crítico. É melhor levarem isso a sério. Estejam informados de que o formulário de autorização só pode ser assinado pelos pais, esposa ou filhos do paciente.”

Fui até ele, peguei o formulário e assinei, apática. "Preciso assinar mais algum documento?"

O médico balançou a cabeça dizendo:, "E qual é a sua relação com o paciente?”

"Sou a esposa dele." Acrescentei: "Se não tem mais nada para assinar, vou voltar ao trabalho. Tenho alguns assuntos para resolver."

O médico provavelmente percebeu o relacionamento complicado em que estávamos envolvidas, pois ele olhou para Rebeca, e então para mim, e disse depois de uma breve pausa: "Já que é a esposa dele, vou precisar que você trate do processo de admissão do hospital. Também sugiro que passe a noite aqui para cuidar do paciente.”

Fiquei bastante irritada naquele instante. "Ele está morrendo?”

Todos olharam para mim. O médico olhou para mim, num misto de confusão e espanto. "Não, ele não está morrendo. Precisamos apenas remover os fragmentos dele."

"Pois muito bem!" Como ele não estava morrendo, não precisava ficar ali.

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