Ficar ou correr? romance Capítulo 231

Algum tempo se passou até que Marcelo finalmente olhou para mim com os olhos enevoados e perguntou: "Quem fez isso?"

Abaixei a cabeça e tentei conter minhas lágrimas, mas sem sucesso, enquanto elas rolavam pelas minhas bochechas tal qual um colar de pérolas quebrado.

“Carmen e a família Leão!”

Furioso, ele jogou o telefone no chão, chamando a atenção das pessoas na cafeteria. Uma das garçonetes correu até nossa mesa e perguntou com uma voz tímida:

"Senhor, posso ajudá-lo em alguma coisa?"

"Saia da minha frente!" ele gritou com raiva.

Para evitar que as coisas piorassem, virei-me para a garçonete e disse com um sorriso:

“Desculpe pelo incômodo! Está tudo bem por aqui."

Em seguida, ela se afastou em silêncio.

"Vou matar elas!"

Marcelo se levantou e estava prestes a sair, mas consegui impedí-lo. Recuperando um pouco de calma, virei-me para ele e expliquei:

“A família Leão é apoiada pela máfia. Se pudesse me livrar deles tão facilmente, teria feito isso meses atrás.”

Após ouvir o que tinha a dizer, ele se sentou e olhou para mim antes de me perguntar:

"Então, o que quer fazer?"

Fiquei em silêncio por um tempo antes de dizer:

“Irmão, você tem que me ajudar!”

Era a primeira vez que o chamava assim desde a época em que ele se mudou para Passo Largo. Ele ficou visivelmente atordoado, incapaz de acreditar no que acabara de ouvir.

“Letti, do que você me chamou?" Seu rosto foi aos poucos tomado por uma alegria inesperada.

"Irmão!" Falei enquanto o olhava nos olhos. “Você é a única pessoa que pode me ajudar. Não importa o que aconteceu no passado, ainda somos uma família, então, por favor, me ajude. A família Leão tem que pagar por isso.", acrescentei.

Marcelo me encarava com uma expressão vazia e infantil.

"Certo, o que você quer fazer?", ele perguntou depois de acenar com a cabeça.

“Mande esse vídeo para Rebeca, sem expor a nossa identidade. Quero que ela viva em um estado de paranoia constante.” Eu respondi. Como já dizia o ditado, vingança é um prato que se come frio. Vamos acabar com ela lentamente.

"Tudo bem!", ele assentiu em resposta.

Já que ele era um gênio da informática, não tive receio algum em deixá-lo lidar com tudo. Mais relaxada, tomei um gole de café.

"Pedro sabe disso?", ele perguntou depois de conter a sua raiva. Abaixei o olhar e balancei a cabeça. "Então, o que pretende fazer daqui para frente?", continuou perguntando enquanto pedia mais café para mim.

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