Ficar ou correr? romance Capítulo 262

"Quem é?", perguntei.

Eram três horas da manhã, por isso não conseguia entender quem ligaria aquela hora perturbando o sono alheio. Ele evitou olhar para mim e disse em um tom sério:

"Rebeca vai ter o bebê em breve."

De repente, fiquei confusa, já que não estava nem perto da data estimada para o parto, portanto, era estranho que ela fosse ter o bebê assim tão cedo. Fiquei curiosa quanto ao que foi dito para Pedro. Ele segurava seu telefone com uma cara fechada como se tivesse recebido péssimas notícias.

“Sinto muito, Sra. Antunes. No momento, não estou em Nova Itália.”, ele respondeu em voz baixa. Ele sabia que eu estava de olho nele. Assim, decidiu dar continuidade a conversa.

Naquele momento, pude ouvir a voz de Carmen, enquanto ela implorava ansiosamente:

“Pedro, Rebeca precisa de você mais do que nunca! Pode, por favor, voltar para Nova Itália agora mesmo? Contanto que ela seja capaz de dar à luz seu filho em segurança, faço o que quiser! Por favor, Pedro!"

Pedro franziu as sobrancelhas, transparecendo sua irritação com a insistência de Carmen. Peguei seu telefone e respondi por ele:

“Sra. Antunes, receio que terei de dizer não porque meu marido está ocupado. Não acho que ele vai conseguir voltar de última hora.”

"Scarlett!", exclamou em choque,"Foi você quem mandou as fotos do bebê morto para ela! Ela quase caiu da escada no meio da noite por sua causa! Sua mulherzinha cruel!”

“Sra. Antunes, como eu, um ser insignificante, mandaria fotos tão horríveis, que enlouqueceriam qualquer pessoa, para a sua amada filha? Deveria parar de me culpar por tudo que deu errado na vida dela. Talvez Deus esteja por trás disso. Afinal, veja só tudo o que fez ao longo dos anos. Ao invés de pedir ao Pedro para voltar, por que não repara seus erros?", respondi em um tom sarcástico.

“V-você! Pode nos atacar com o que quiser, caso esteja guardando rancor contra nós! Não tem medo do carma que vai carregar se fizer mal a uma mulher grávida e indefesa?"

“Oh, nossa, estou apavorada, Sra. Antunes! No entanto, é você quem deve ter medo, porque é do seu carma que estamos falando! Não fiz nada para me vingar, e acho que não preciso mais fazer isso sozinha.” Logo depois de esclarecer as coisas, desliguei e olhei para Pedro. "Vai voltar para Nova Itália?"

"Você acha que eu vou voltar?", perguntou sorrindo.

“Não! Se você se atrever a voltar para Nova Itália, mato você!", respondi, balançando a cabeça.

"Vamos tentar?", ele zombou, me provocando. Olhei para ele e acariciei meu queixo em silêncio enquanto ele estreitava os olhos e perguntava: "Está envolvida nisso?"

“Como assim?”

Por um breve momento, suas palavras me confundiram. No entanto, depois de alguns segundos, percebi que estava falando sobre o incidente que ocorreu logo antes do parto de Rebeca.

"Seu silêncio significa que não está envolvida nisso?"

Afirmei com um aceno de cabeça, e perguntei de volta:

“Já que estou em Augusta, como vou atingí-la? Se quisesse me vingar, com certeza ficaria para ver o resultado."

A lâmpada de cabeceira iluminava fracamente o cômodo. Olhando para mim, Pedro se curvou para me embalar em seus braços. Ele ofegou e se desculpou do nada:

"Sinto muito, Scarlett!"

“Fique longe de mim! É uma noite bem quente!", falei empurrando-o.

Embora não soubesse o motivo pelo qual ele se desculpou, também não tinha intenção de descobrir a causa de seu comportamento estranho. Voltei meu rosto para o teto e com os olhos bem fechados, senti um profundo vazio, enquanto revivia em minha cabeça os eventos traumáticos com nosso bebê meses atrás. Antes me ressentia de Pedro, e o culpei por não nos proteger. Porque ele não estava lá quando mais precisei dele ao meu lado. Eventualmente, percebi o quão egoísta fui, pois jamais me coloquei em seu lugar, nem tentei ver nada sob a sua perspectiva. Nesse momento, Pedro quebrou o silêncio, afirmando de maneira séria:

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