Ficar ou correr? romance Capítulo 886

Ele me olhou friamente. “Coma sua comida! Você é tão mesquinha.”

Dito isso, ele subiu as escadas. Vendo isso, balancei a cabeça. Esse homem é realmente estranho.

Logo, continuei comendo.

Já estava escuro lá fora quando terminei de lavar a louça. Quase quatro horas haviam se passado, e Benício ainda não havia ligado. Me perguntava se Pedro estava bem.

Por algum tempo, esperei segurando o celular. Quando finalmente decidi ligar para Benício, ele ligou.

Assim que atendi, perguntei ansiosa: “Você encontrou o Pedro? Como ele está?”

Benício hesitou por um momento antes de responder: “Sra. Machado, pelo que descobrimos, aqueles que sequestraram o Sr. Carvalho não o levaram para outro lugar. Eles o mataram no local após fazerem algumas perguntas. Você deveria voltar à delegacia para ver o corpo. Talvez realmente pertença ao Sr. Carvalho.”

Ao ouvir isso, senti o mundo ao meu redor girar, enquanto tudo parecia duplicado à minha frente. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, e pude sentir o gosto salgado na boca. Como isso pode acontecer? Como isso é possível?

“Benício, esse não é o Pedro! Deve haver algum engano! Eles mentiram para você! Você poderia investigar mais a fundo? Pedro não morreu! Ele não me deixaria assim!” Comecei a lembrar do corpo que vi na delegacia. Tinha certeza de que não era Pedro. Não podia ser, eu não confundiria meu marido.

Ele disse, sem jeito: “Sra. Machado, sei que é difícil aceitar, mas capturei aqueles que sequestraram o Sr. Carvalho naquela noite; essa foi a resposta que obtive após interrogá-los. Se você ainda não quiser acreditar, por que não vem até aqui e pergunta a eles você mesma?”

Concordei prontamente: “Tudo bem. Onde você está? Vou direto para aí.”

“Não há necessidade. Vou levá-los até a casa do Sr. Teixeira. Tenho algo que preciso perguntar a ele de qualquer forma.” Dito isso, Benício encerrou a ligação. Por um longo tempo, fiquei parada, sentindo tontura. Minha mente não parava de zumbir.

Humberto havia descido sem que eu percebesse. De roupão, ele me olhou e disse: “Ah, olha só como você está chorando. Tem certeza de que Pedro está morto? Eu te disse que as chances de ele sobreviver eram mínimas. Bem, agora você sabe que eu estava certo. É apenas um conselho, mas é melhor você colaborar com a família Teixeira. Como você sabe, é difícil para uma mulher administrar a Corporação Carvalho.”

O homem parecia pouco se importar com o bem-estar de Pedro. Vendo seu jeito despreocupado, senti ainda mais relutância em falar com ele. Afinal, Pedro é meu marido. Claro que Humberto não precisa se preocupar com a segurança dele, já que isso não tem nada a ver com ele.

Benício instruiu seus subordinados a trazerem o homem até Humberto. Então, perguntou: “Sr. Teixeira, precisamos deixá-los a sós?”

Ouvindo isso, Humberto soltou uma risadinha. “Não há necessidade de vocês saírem. Só tenho uma ou duas perguntas simples para ele; não vai demorar. Suponho que a Sra. Machado queira interrogá-lo depois, então vou ser breve.”

Benício apenas respondeu com um murmúrio.

Depois disso, Humberto se inclinou e se aproximou do homem. Semicerrou os olhos e disse zombando: “Cara, é melhor você responder a todas as perguntas que eu fizer, ou pode acabar apanhando ou até perdendo a vida. Você me entende?”

“Sr. isso é uma ameaça?”, perguntou o homem, sem se abalar. Não havia sinal de pânico ou horror em seu rosto. Na verdade, ele parecia mais um convidado fazendo uma visita do que um prisioneiro.

Humberto deu de ombros. “Bem, não exatamente. Sabe, muitas pessoas desaparecem todos os anos em Moranta. A polícia está ocupada demais, então eles não vão se preocupar em procurar alguém como você, que não tem um grande passado. Se você for encontrado morto, eles só vão ligar para seus pais ou esposa para coletarem o corpo. Quem sabe, talvez a pessoa que te matar acabe envolvendo sua família nisso também.”