Ficar ou correr? romance Capítulo 96

Rebeca se sentiu injustiçada. Ao ver Pedro sair, ela insistiu que não precisava de ajuda. Enquanto mancava, ela olhou para mim e disse: "Scarlett, você fez isso de propósito.”

Eu disse: "Desculpe, foi sem querer." O único motivo pelo qual me segurei a ela foi meu pânico.

Assim que Júlio saiu com Rebeca, Pedro saiu do escritório com um kit de primeiros socorros na mão. Ele se agachou ao meu lado. Olhando para mim, ele disse: "Dê-me sua mão."

Franzi os lábios e estendi a mão para ele. Tudo o que eu sentia era uma sensação de queimação devido aos cortes e escoriações. Não sabia que estava sangrando. Pedro pegou minha mão e examinou-a. Suas sobrancelhas franzidas, ao perceber que estava machucada. "Seja paciente. Isso pode doer um pouco!”

Acenei com a cabeça e mordi ligeiramente os lábios. Tinha um corte superficial na mão. Sentindo a dor causada pelo antisséptico, instintivamente puxei minha mão, enquanto ele limpava meu machucado. No entanto, ele agarrou na minha mão e disse:

"Vai ficar tudo bem daqui a pouco.”

Levantei as sobrancelhas. "Apenas coloque uma faixa e acabe com isso." Doeria mais se ele continuasse a mexer.

Depois que ele colocou o curativo, ele olhou para mim preocupado. "Seu joelho também está doendo?”

Balancei a cabeça, esperando que ele não tocasse. Além disso, não era óbvio, já que eu estava usando uma saia. Ele ignorou meu balançar de cabeça e levantou a minha saia. Havia uma grande mancha vermelha logo acima do meu joelho. "Você não está sentindo dor?" Ele perguntou com raiva.

Apertei os lábios e respondi: "Não!" Em seguida, ele apertou o local, fazendo com que eu ofegasse de dor. Não consegui me conter: "Pedro!"

Com a cabeça abaixada, ele tratou da ferida e respondeu em tom suave: "Estou aqui."

Era óbvio que ele fez de propósito. Enquanto apertava os lábios, abaixei a cabeça sem dizer uma palavra. Ele olhou para mim, após se certificar de que as feridas estavam bem cuidadas antes de arrumar o kit de primeiros socorros.

Ele organizou todas as caixas com o nosso café da manhã sobre a mesa. Havia uma sopa de abóbora, pães cozidos a vapor, bolinhos e leite de soja.

Não fazia ideia do que Júlio estava pensando. O que o fez pensar que comeríamos tudo isso? Além, já havia comido um pouco.

Pedro, arrumou toda a comida, e olhando para mim, disse: "Coma tudo, e depois descanse."

Levantei a cabeça e olhei para ele. Depois de respirar fundo, disse: "Pedro, você está criando porcos aqui? Como vamos comer isso tudo?"

Ele acenou com a cabeça e ergueu as sobrancelhas. "Sim, dois!”

Eu.. Eu tinha cavado a minha própria sepultura.'

"Não posso comer tudo isso." Parei por um momento e continuei: "Além disso, tenho de tratar de alguns assuntos no meu escritório.”

Sem dizer uma palavra, ele se sentou novamente. Então ele fez um telefonema. Pouco tempo depois, Sarah chegou trazendo uma pilha de documentos. Ela olhou para mim e depois voltou o olhar para Pedro. Então ela disse maliciosamente:

"Sra. Machado, estes são os documentos que precisa assinar. Estamos quase terminando o trabalho na Crédito AC. Por favor, dê uma olhada."

Ela deixou os documentos, e piscou para mim curiosa. Sabia o que ela queria dizer. Ela estava tentando saber o que estava acontecendo entre mim e Pedro. Peguei o café da manhã, que permanecia intocado na mesa, e dei para ela. "Bem lembrado. Você certamente não comeu ainda. Pode comer!"

Percebendo que eu empurrara toda a comida para ela, ela balançou a cabeça imediatamente, tentando recusar. Então, sussurrei para ela: "Não se atreva a recusar, me ajuda aqui."

Sarah disse: "Sra. Machado, não posso comer tudo isso."

"Não se preocupe, tem muita gente trabalhando hoje. Todo mundo pode comer junto."

Após lhe entregar o café da manhã, sentei-me no sofá e me virei para Pedro. Ele olhava para mim, imóvel. Sentindo-me brevemente culpada, perguntei: "Está tudo bem?"

"O que eu vou comer?", ele respondeu com um sorriso.

Chocada, olhei para ele com os olhos arregalados. "Você não comeu ainda?"

Ele levantou a sobrancelha e não disse nada. Levei a mão ao rosto, e olhei para o copo de leite de soja do qual havia tomado um gole. Então eu perguntei:

"Você quer um pouco?”

Perguntei apenas por educação, pois sabia que ela era muito particular em matéria de higiene, e não gostava de compartilhar seus copos e talheres com outras pessoas. Principalmente, porque eu tomara um pouco do leite.

"Sim!", ele respondeu e veio até mim. Ele se sentou perto de mim e bebeu todo o leite.

Quando percebi que ele bebeu tudo, usando o canudo manchado com o meu batom, fiquei sem palavras. Senti vontade de rir naquele momento.

"No que você está pensando?", ele perguntou, enquanto colocava o braço em volta da minha cintura, e passava a mão com leveza na minha barriga. Ele olhou para mim, inclinando a cabeça. "Parece que você ganhou algum peso!”

Revirei os olhos e o empurrei. Em seguida, peguei os documentos que estavam à minha frente. A auditoria da empresa havia sido concluída. Quanto a Crédito AC, ainda aguardava a minha assinatura. Ele pegou um relatório da auditoria e analisou-o. Então, perguntou: "A AC é responsável pela auditoria do grupo Queiroz?"

Assenti enquanto assinava os documentos, e passava para a próxima pilha. Após sinalizar que havia visto a minha confirmação, ele folheou alguns documentos e em seguida, olhou para mim. "Quem você designou para este projeto?"

Fui pega de surpresa por um momento. "Sarah. Estava ocupada na época, então, ela ficou responsável por isso. Algo errado?"

Ao notar a sua expressão séria, pensei que ela deveria ter feito algo errado. Então, chequei os documentos que ele tinha lido, mas não encontrei problemas.

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