POV AMÉLIA.
Meu dia começou maravilhoso. Acordei do lado do lobo que amo, depois de ele declarar seu amor por mim. Magnos fez pessoalmente o café da manhã para mim e estava delicioso. Aquele lobo sabe cozinhar muito bem, e eu amo sua comida. Pena que ele só cozinhou duas vezes para mim. Ele poderia cozinhar todos os dias. Por que não pensei nisso antes? Posso alegar desejo de sua comida. É isso que farei.
O nosso dia estava ótimo. Meus bebês estão fortes e saudáveis. Os pequenos não mostraram o sexo, como eu havia pedido. Isso prova que eles sempre ficarão do lado da mãe nas situações, pensei rindo. Recebemos a notícia de que os quadrigêmeos chegarão no começo do próximo mês. Falta pouco. Estávamos felizes, e Ravina estava numa felicidade contagiante.
Mas como dizem: alegria de pobre dura pouco. E tem sempre alguém para estragar nossa felicidade. As sirenes tocaram, me assustando, e Magnos disse estarmos sob ataque. Saiu correndo, me deixando aos cuidados de Hélio. Após meu marido sair, pedi para que Hélio me ajudasse a descer da maca.
— Hélio, me ajude a descer daqui, por favor — pedi.
— Para onde você quer ir com esse barrigão? Amélia, você não consegue nem correr ou caminhar direito — comentou, me ajudando a descer.
— Vamos para o seu escritório. Lá tem um sofá onde posso me sentar. Não aguento ficar nessa maca nem mais um minuto — falei, tentando não me desesperar.
— Você está certa, é melhor esperarmos no meu escritório. Lá é mais seguro. Mesmo eu achando impossível algum invasor conseguir entrar na nossa alcateia e chegar até você. Magnos mataria todos antes disso — falou Hélio.
— Você está certo — concordei.
— Ele não está certo. Esqueceu que Morgana disse que Héctor tinha alguém aqui na alcateia? — perguntou Ravina na minha mente, me deixando apreensiva.
— Mas não foi encontrado ninguém. Acho que era mentira — falei, enquanto saíamos da sala de ultrassonografia e chegávamos ao corredor.
— Você acha que um traidor ficaria à vista com um letreiro? Não mesmo. Ele é esperto e isso o torna perigoso. Sugiro ficar alerta. Esse ataque está muito suspeito — falou Ravina, preocupada. Fui tirada da minha conversa com Ravina por Hélio.
— O que está acontecendo aqui? — perguntou ele, com raiva.
Olhei para onde ele estava observando e vi meus sentinelas todos caídos, inconscientes. Arregalei os olhos. Droga, eles estão aqui no hospital. Vi Hélio perdendo o equilíbrio e caindo inconsciente também. Olhei para trás e havia uma loba sorrindo para mim com uma arma na mão. Eu estava nervosa, mas meus pais me ensinaram a não demonstrar medo. Sei que não funciona com lobos; eles podem sentir o cheiro do medo.
— Quem é você e o que fez com eles? — perguntei, séria.
— Quem sou agora não importa, mas não se preocupe, senhora Veranis. Eu só os deixei desmaiados. Mas se não vier comigo, vou arrancar as cabeças deles na sua frente — falou a loba. Percebi que ela era uma psicopata; não adiantava discutir.
— Mantenha a calma, Amélia. Pense nos nossos filhotes. Vamos com ela e não se preocupe, ninguém pode nos machucar, graças à proteção de nossa madrinha. Magnos vai encontrar a gente — disse Ravina, me tranquilizando.
— Certo, você está certa, mas estou com medo — falei.
— Calma, Amélia, esse gás não vai te ferir. Morgana disse que nada pode nos ferir. Já era para você ter desmaiado — disse Ravina. Ela estava certa; eu deveria estar inconsciente agora. A fumaça me impedia de ver a sequestradora e fora do carro.
— Você está certa, o gás não está me afetando — comentei, feliz.
— Sim, mas você tem que fingir que desmaiou. Vamos enganar esses malditos e descobrir uma maneira de fugir — disse Ravina.
— Certo. Fingirei que estou desmaiada. Você consegue controlar meus batimentos e respiração para parecer que estou adormecida? — perguntei.
— Deixa comigo, eu posso fazer isso. Agora deite e finja estar dormindo — pediu Ravina.
Eu me deitei, fechei os olhos e fiquei imóvel, só escutando o carro se movimentando. Abri um pouquinho os olhos e percebi que a fumaça havia sumido.
— Finalmente ela desmaiou. Meu amor vai ficar muito satisfeito comigo quando eu entregar a humana grávida do maldito alfa Magnos — comentou ela, com felicidade.
— De quem será que ela está falando? — me perguntei mentalmente.
— Acho que é o mandante do nosso sequestro. Mas não se preocupe, logo descobriremos — disse Ravina.

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