GRÁVIDA DE UM ALFA POR ACIDENTE romance Capítulo 285

CAPÍTULO BÔNUS.

POV MORGANA.

Quando soube do sequestro de Amélia, o desespero tomou conta de mim. Mas Jake me informou que já a haviam localizado. Fui a última a ser informada, como sempre. Quando o nome de Lia apareceu no visor do meu celular naquele dia, uma onda de alívio me inundou. Ouvir sua voz era tudo o que eu precisava para acreditar que ela estava segura.

Ela estava bem, e meus netos também. No entanto, meu coração se despedaçou quando Amélia me contou haver se casado. E pior, com um tal de Magnos. Perguntei o sobrenome e, naquele momento, a fúria explodiu dentro de mim, mas contive a reação, escondendo-a de Amélia.

Assim que desliguei, a ira tomou conta de mim avassaladoramente. Como isso podia estar acontecendo? Amélia… casada com o filho daqueles malditos? Magnos Veranis, filho de Cassius, era o pai dos meus netos? Senti-me amaldiçoada, punida pelos erros de um passado que eu tanto tentei enterrar. Cassius me causara tanto sofrimento.

Enquanto olhava para Magnos antes de nos teletransportarmos para Ocala, uma contradição me atingiu. Aprendi a gostar desse lobo, apesar de todo o rancor que nutria por seu pai. Magnos não tinha culpa pelos erros de Cassius e Eulália. Quando finalmente chegamos, o silêncio da madrugada envolvia a cidade. Dessa vez, pelo menos, o beta de Magnos não fez um vexame.

— Essa cidade não é pequena… Como vamos encontrar Amélia? — perguntou Ivan, sua voz carregada de preocupação.

— Vocês dois vão para a floresta e me esperem lá. Realizarei um feitiço para tentar rastrear minha afilhada. Encontro com vocês logo em seguida — ordenei, observando Magnos. Por um breve instante, seus olhos pousaram nos meus, talvez percebendo que eu precisava de um momento de solidão.

— Vamos para a floresta, Ivan. Podemos farejar para descobrir qualquer coisa estranha — disse Magnos antes deles desaparecerem na escuridão da floresta.

Fiquei sozinha e sentei num banco da praça deserta, tentando respirar fundo, acalmando o turbilhão de emoções que me dominava. Não podia permitir que o desespero me controlasse agora. Minha neta precisava de mim. Sim, Amélia é minha neta… E essa história é longa, mas tentarei ser breve. Há cem anos, conheci Cassius e vivemos uma história de amor por trinta longos anos.

Quando Cassius me abandonou para ficar com sua companheira, eu estava grávida. Eu, ingênua, havia marcado o encontro para lhe dar essa grande surpresa, mas quem acabou surpreendida fui eu. A dor me consumiu e a raiva me empurrou a um caminho de vingança. Ataquei Cassius e sua alcateia, tentando, de alguma forma, aliviar o sofrimento de ter sido deixada, grávida, pelo homem que jurei amar e que me prometera o mesmo.

Mesmo com o passar do tempo, o rancor não se dissipou. Quando meu filho já tinha dez anos, soube que Cassius havia tido um filhote e que o amava com todo o seu ser. A raiva me dominou ainda mais. Meu filho, Adam, fora privado do amor de seu pai. Movida pelo desejo de vingança, cruzei o caminho de Magnos. Ele era apenas um filhote e, por mais que meu ódio gritasse para destruí-lo, ele me lembrava Adam, meu próprio filho, seu irmão. Por amor a Adam, eu não consegui matar Magnos… nem Cassius.

Meu filho era metade lobo, metade bruxo. Adam trouxe luz para a escuridão em que eu vivia. Estava sozinha, assustada, grávida e sabia que não podia permitir que meus inimigos percebessem minha vulnerabilidade. Então, me refugiei entre os humanos. Foi aí que conheci o verdadeiro amor da minha vida, Ethan. Ao contrário do que contei a Magnos, Ethan sempre soube que eu era uma bruxa. Ele me aceitou completamente, e juntos criamos Adam. Ethan o amava como se fosse seu, e nosso filho retribuía esse amor.

Adam cresceu forte, um bruxo e lobo fascinante, e encontrou sua companheira, Lysandra, uma loba que, para minha surpresa e alegria, conquistou meu coração. Juntos, eles tiveram uma filha, Maia, a mãe de Amélia. Adam e Lysandra agora vivem no Canadá, onde cuidam de um dos círculos mais poderosos do país. Para a segurança de Amélia, ela acredita que seus avós estão mortos.