Já faz mais de mês que não sinto o cheiro doce dos cabelos dela, só eu e Deus sabe a falta que estou sentindo dela e do Lucas.
Tomo mais uma dose do whisky que estava no copo, olho para a garrafa que já já quase seca encima do balcão, nesses dias todos que estou longe dela, eu não tenho conseguido fazer quase nada, até tentei enfiar a cara no trabalho, mais está tão difícil ver minha vida sem ela, saber que ela está me odiando, e tudo por que sou um imbecil. Olho para o pequeno embrulho encima da mesa de vidro, eu comprei um macacão para o Lucas, mas não consegui entregar, respiro fundo e sinto minhas vistas ficar escura, penso em ir até a casa da Isa, mas não seria legal chegar lá com cheiro de álcool e totalmente embriagado.
Subo até meu quarto com dificuldade, a casa parece que ficou ainda maior, eu estava acostumado com o AP da Isa, as grandes janelas de vidro que reluz os raios solar, os cômodos tão arejados, e mesmo minha casa sendo tão espaçosa eu me sinto sufocado. Tomo um longo banho, passo as mãos em meu rosto e sinto a barba por fazer, depois de ficar por um bom tempo embaixo da água fria me recriminando, saio e vou até meu closet, pego uma cueca box preta e visto, olho para meus ternos pendurados perfeitamente alinhados, fazem dez dias que não vou na empresa, dormir alguns dias na casa da minha mãe, ela não está bem, as vezes acorda durante a noite gritando de dor, a morfina já não está mais fazendo efeito, cada dia ela está pior, meu pai já perdeu alguns kg, ele também não dorme, o medo de acontecer algo com ela durante a noite nós consome todos os dias, Henrique mal sangue ver ele, estou sentindo pena do meu irmão, nunca imaginei que ele ficaria assim por ver nossa mãe se definhando aos poucos, ele foi na casa da Isa, soube por sua mãe, que é quem me da noticias dele, Henrique pediu para ela avisar caso ele volte a ficar doente.
Deito em minha cama, mas o sono não vem, a cama parece ter espinhos, mais eu sei que é eu que não consigo mais dormir, a falta da Isabelly está me destruindo aos poucos, levanto mesmo meu corpo pedindo um descanso, respiro fundo e vou até o closet, visto uma calça jeans e uma camisa gola polo, calço um sapato preto e passo um perfume qualquer, olho meu reflexo no espelho e penso, como estou acabado.
Pego o pequeno embrulho encima do balcão, penso mais uma vez se devo ou não fazer isso, eu vou fazer isso sim, ele também é meu filho, pelo menos eu o considero. Pego meu carro e sigo para a casa dela, minhas mãos estão suando, meu coração está batendo tão acelerado, é como se eu tivesse corrido uma maratona. Chego no prédio dela e fico encarando o grande edifício, será que ela vai me receber bem, e se ela não quiser que eu entre, eu não posso fazer nada, apenas aceitar o fato de que ela nunca mais será minha.
Toco a campanhia com receio dela não atender, sei lá a única coisa que consigo pensar são coisas ruins.
—Olá Henry. A mãe da Isa fala sorridente.
—Boa tarde senhora Blanc. Falo com um meio sorriso.
—Por favor me chame de Débora, o sobrenome Blanc já não me pertence. Ela fala me dando passagem.
—Me desculpe. Falo me lembrando que eles se divorciou.
—Não precisa disso meu querido, não sabe como foi bom se livrar desse sobrenome. Ela sorrir.
—Bom, eu gostaria de ver o Lucas. Falo segurando o pequeno embrulho.
—A Isa acabou de dar banho nele, pode ir até o quarto, vou preparar a comida dele. Isa tinha comentado que pelo fato dele ter se alimentado por sonda na UTI, ele não aceitou muito bem o peito novamente, ela estava muito triste por isso, mais não pode fazer ada quanto a isso.
—Ok, vou ver ele. Falo.
—Sei. Ela fala enquanto sai, está tão visível assim que quero ver os dois e não só o pequeno.
Adentro o cômodo, o berço dele fica no quarto da Isa, mais as coisinhas dele fica em um quarto todo branco e verde, que foi feito especialmente para ele, Isa já tinha chegado quando decidimos fazer essa decoração, contratei os profissionais e foi feito tudo muito rápido, o quarto tem a floresta como tema, alguns animais desenhados pelo quarto chama à atenção por as cores variadas.
—Oi Henry, não esperava sua visita. Isa fala me tirando dos meus devaneios
—Oi, desculpe, foi algo de última hora. Falo olhando ela vestir o Lucas, ele está tão lindo, está corado e bem rechonchudo.
—Tudo bem, como você está? Ela termina de vestir o pequeno, que começa a brincar com a própria mão, Isabelly me analisa.
—Eu... eu estou bem. Minto, se eu falar que estou bebendo dia e noite, com certeza ela iria me desprezar ainda mais.
Me aproximo dele que está no trocador, quando seus olhos me encontram ele abre um sorriso.
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