HOOK romance Capítulo 24

A viagem de helicóptero e a chegada no centro médico foram como um borrão para Hook. A equipe médica já estava pronta para receber Abbie e Megan, elas entraram e então ele não podia fazer mais nada. Estava tudo nas mãos dos médicos agora. Ele iria permanecer na sala de espera até ter notícias dela.

As horas se passaram e as lembranças dos momentos com Abbie surgiram. Ninguém nunca o havia atraído tanto quanto ela, em uma noite estava na cama com ela fazendo amor e agora na noite seguinte ela estava numa maca desacordada e machucada.

Ele foi orgulhoso para admitir que ela era importante para ele e que o que sentiu foi muito além de estar excitado. Ela se abriu para ele, contou sua história, ele sabia de quem ela estava fugindo e ainda assim permitiu que ela fosse, apenas para que ela tivesse fora de vista e não fosse uma tentação.

Seu ódio pelos humanos falou mais alto, ele não suportava a ideia de estar tão atraído por uma humana e Abbie pagou o preço, se ele tivesse pedido para ela ficar, tudo teria sido diferente.

As emoções quase o sufocaram. Lutou para respirar na medida que horas e horas se passavam e não tinha notícias. Queria rugir com raiva e socar uma parede até quebrar, ou melhor, socar um certo humano ou dois. Quando colocasse suas mãos em Adam Rydler e Markus Mason, mataria quem tentasse tirá-lo de cima deles.

Sabia que nunca se perdoaria se Abbie não abrisse os olhos novamente ou se tivesse alguma sequela do acidente.

Você é forte, pequena. Abra seus olhos e fique bem. Você pode me bater e me xingar de macho chato dos infernos e de idiota. Só acorde. Implorou silenciosamente.

— Porra, por que toda essa demora? — Hook grunhiu. Ele estava andando de um lado para o outro na sala de espera acompanhado de Blade.

Sua atenção foi para o enfermeiro que apareceu na sala.

— O que está acontecendo lá dentro? — Hook questionou se aproximando do homem ameaçadoramente.

— Estão fazendo exames minuciosos, aparentemente não há danos externos mas ela ainda está desacordada. Precisamos descobrir a razão. — Paul o enfermeiro, informou.

— Já tem cinco horas que ela está lá dentro! — exclamou exasperado.

— A Dra. Ali está observando-a e analisando com cuidado os resultados dos exames dela, parece que há uma alteração que ela ainda está confusa para ter cem por centro de certeza.

— Que alteração? Ela pode morrer? Ela corre risco de vida? — Hook se aproximou mais do homem.

Blade entendendo o que Hook queria fazer, se levantou para interferir qualquer coisa que pudesse acontecer.

— Calma. Não faça isso, ele só está fazendo seu trabalho. — Blade tocou o ombro do amigo.

— A doutora pediu para que fosse descansar, Abbie está fora de risco e ela só está esperando ter certeza sobre alguns exames que realizou nela antes de liberar alguém para vê-la.

— Não vou sair daqui. — Hook rosnou para o enfermeiro.

— Então fique. Só vim informá-lo. — o enfermeiro se virou para sair.

— Espera, Megan está bem? — Blade perguntou.

— Sim, Midnight a ajudou com roupas e banho. Agora ela está descansando em um quarto.

— Ela teve algum ferimento grave? — Blade questionou.

— Sua perna foi quebrada, ela disse que uma viga caiu em cima mas já foi tratada e engessada. Ela está dormindo, estava muito sonolenta por causa dos remédios fortes que tomou para dor.

— Obrigado pela informação. — agradeceu e Paul se foi.

Hook decidiu se sentar um pouco, não iria sair dali até ver com seus próprios olhos que Abbie estava bem, Blade sentou com ele na esperança de ver Megan quando ela acordasse. Passava da meia noite e ambos acabaram cochilando nas cadeiras estofadas até a manhã seguinte.

Hook e Blade foram acordados pelos passos no corredor do centro médico, já era dia e a atenção dois dois foram para a Dra. Alisson quando ela apareceu na sala, sua expressão facial era um pouco sombria e confusa.

— O que é?! — grunhiu exasperado.

— Eu tirei um raio x da cabeça dela e foi como encontrei a concussão, depois fiz outra bateria de exames em todo o corpo dela afim de encontrar qualquer outro dano porque como ela não tinha machucados externos e estava desacordada, poderia ter alguma hemorragia ou dano interno, entretanto não encontrei nada além da concussão.

— Quero vê-la! — Hook exigiu ansioso.

— Ainda não acabei de falar. O que quero dizer é que incluído nesses exames está uma ultrassonografia que realizei na parte abdominal dela. Pensei estar vendo coisas, está quase inexistente mas eu notei uma alteração. Fiquei confusa no início, fiz ligações para contatos de confiança mas sem dar muitos detalhes, fique tranquilo. E cheguei a conclusão de que há um saco gestacional se formando. Passei horas analisando as imagens que está muito pouco visível.

Hook olhou em completo choque para a doutora, seu cérebro demorou vários minutos para processar a informação e seu coração bateu tão forte que seus ouvidos conseguiram ouvir cada batida.

— Não posso acreditar. — ele murmurou incrédulo — Ela não estava no cio.

— Gravidez fora do período fértil pode acontecer também e como uma gravidez espécie é metade do tempo de uma gravidez considerada normal, de três a cinco dias já pode ser detectada. Faz três dias desde que foram resgatados, não foi?

— Sim. — ele respondeu, sua voz quase não saiu.

— Já há alterações no útero dela, Hook. Ela ainda não acordou mas quando acordar, você pode dar a notícia ou prefere que eu dê?

Ele ainda estava em choque, pensava estar sonhando, deveria ser uma mentira. Abbie estava no início de uma gravidez de seu filho, eles teriam um filho juntos. Esfregou o rosto e se levantou, iria enfrentar o que viesse pela frente pelo bem de Abbie e da criança, mesmo sabendo que ela o odiaria por tê-la engravidado. Era tudo culpa dele.

— Quero vê-la. — falou — Direi a ela.

— Está bem, ela está no terceiro quarto a esquerda. — a mulher deu um sorriso simpático e Hook saiu do consultório.

Abbie vai me odiar. Mas eu mereço. Sou um idiota.