HOOK romance Capítulo 25

Abbie estava acordada há alguns minutos, sua cabeça latejava mesmo depois de ter tomado medicamentos para dor, sentia-se zonza e sonolenta como se não tivesse acabado de acordar de um sono de mais de quinze horas.

Estava sozinha no quarto depois do enfermeiro Paul ter dado remédios para dor e trocado o soro grudado em seu braço. Estava estressada por não ter notícias de Megan, no momento que o enfermeiro estava lá não conseguiu perguntar pois sentia sua garganta fechada e seca, sua voz foi incapaz de sair.

De repente a porta do quarto se abriu e um rosto familiar entrou, Hook olhou para ela com seus lindos e exóticos olhos verdes fazendo seu coração acelerar imediatamente. Ele tinha uma aparência selvagem e parecia cansado, estava todo de preto com um uniforme da ONE e seus cabelos estavam bagunçados.

Abbie achou a visão sexy.

— Oi. — ele disse com voz rouca e sorriu para ela.

Abbie franziu o cenho confusa. Hook sorrindo para mim?

— Oi... Está tudo bem? — ela perguntou preocupada.

— Eu que pergunto. Como você está? — o olhar dele estava cheio de angústia.

— Minha cabeça está explodindo e estou um pouco zonza. Onde está Megan? Ela está bem?

— Sim, está bem. Ela fraturou a perna e passou a noite aqui em observação mas já recebeu alta, Blade a levou para nossa casa.

Abbie respirou fundo, aliviada.

— A casa dela... — lamentou — Foi muito ruim?

— A parte da frente caiu, só restaram dois cômodos inteiros, está impossível de morar lá por enquanto. A ONE vai arcar com as despesas do concerto da casa, sua amiga disse que não tinha seguro.

— E o desgraçado do Adam? — ela sentiu raiva se agitar nela ao se lembrar do irmão.

— Preso. Está tudo sob controle agora, não se preocupe com nada além de melhorar. Precisa de alguma coisa? Está com fome? — Hook acariciou a bochecha dela.

— Muito obrigada por terem ido nos ajudar. — ela agradeceu sincera — E sim, estou com fome.

— Vou pedir que tragam café da manhã para você. — ele puxou um rádio comunicador da cintura e fez o pedido.

Ele se sentou na beirada da cama e olhou no fundo dos olhos dela, a expressão de Hook parecia suave e o jeito que ele olhava para ela era como se ela fosse importante para ele.

— O que está errado, Hook? — Abbie engoliu em seco.

— Nada. Por que acha que tem algo errado? — ele ficou tenso de repente.

Não sabia por onde começar a falar para ela que havia a engravidado.

— Você está assim todo gentil comigo, respondeu as minhas perguntas sem me mandar calar a boca, tocou meu rosto com carinho e até sorriu. VOCÊ SORRIU. Seja lá o que for, pode falar, eu aguento. Eu vou ficar sem andar? — ela mexeu as perna sentindo-as normalmente.

— Não se agite, você precisa ficar deitada. — ele disse colocando as mãos nos ombros dela para mantê-la deitada.

— Então por que está aqui e conversando comigo normalmente? Que eu saiba você não se importa comigo ou nada do tipo, você até me odeia por eu ser humana como você fez questão de enfatizar muito bem. Eu estou entre a vida e a morte? Você mentiu e Megan não sobreviveu? Qual a notícia terrível que tem que me dar?

Abbie viu o sangue fugir do rosto de Hook. Ele inspirou e expirou e decidiu apenas revelar.

— Você está grávida.

— Como é? — Abbie virou os ouvidos para ele pensando estar ouvindo coisas.

— Você está grávida, Abbie. — Hook repetiu.

Ela apenas o olhou atônita e em seguida deu uma risada forçada.

— Não estou em um momento para brincadeiras, Hook.

— Não estou brincando, Abbie. A Dra. Ali notou uma alteração no seu útero, está começando a se formar um saco gestacional e quase não da para ver, mas ela disse que está aí.

— Isso é impossível! Espécies não são estéreis?

— Podemos engravidar fêmeas humanas. Eu cheirei você e não estava no cio, caso contrário não teria despejado minha semente dentro de você. Me desculpe.

— No cio?

— Ovulando.

— Puta merda. — Abbie xingou baixinho — Mas... Como assim? Faz apenas três ou quatro dias desde que dormimos juntos pela primeira vez...

— É uma gestação rápida, então tudo se desenvolve rápido, a doutora disse que de três a cinco dias já pode ser detectada.

Hook odiou as lágrimas que viu saírem dos olhos dela. Ela não sabia de nada, pensava que jamais poderia engravidar, mas ele sim. Era mais um fardo de culpa para suas costas.

— Eu jurava que você era estéril. Por que não me disse? — mais lágrimas brotaram e o macho começou a se sentir miserável. Um sentimento corriqueiro ultimamente.

— Os humanos não podem saber. Nenhum humano sabe, exceto Tim Oberto porque sua filha Rebeca é acasalada com Brawn, um macho espécie e tiveram um filhote.

— Vai reconhecer um filho metade humano?

— Bebês espécies são totalmente espécies, são praticamente a miniatura de seus pais e são todos meninos.

— Oh, é por isso que está demonstrando interesse? Por que vai ser totalmente espécie e sua imagem replicada em miniatura? Se por um acaso as crianças tivessem traços das mães humanas, você iria querer esse filho? Suas insinuações só reforçam o que eu acho de você: um grande idiota. Mas quer saber, Hook? Seu filho vai sair de uma humana, vai se alimentar de uma e pode não ter meus traços mas vai ter meu sangue humano correndo nas veias.

— Abbie, deixe-me explicar. Você está entendendo tudo errado, não foi o que quis dizer. Eu quero a criança independente de tudo, quero ser o pai dele.

— É lógico que você é o pai, que eu me lembre não estive com outro homem além de você.

— Estou falando que quero participar da criação dele. Quero cuidar do meu filho e de você também.

— Dá criança tudo bem, mas eu posso me cuidar sozinha, você me odiava até ontem e agora só porque estou grávida de um filho seu, não significa que tem que fingir que se importa comigo.

— Abbie... Eu me importo. Me sinto culpado por tê-la deixado ir quando sabia que estava fugindo de Markus e corria perigo. Agora me sinto culpado por tê-la engravidado também. Quando te vi debaixo daqueles escombros, a realidade bateu forte de que eu iria ficar louco se algo pior acontecesse. Fiquei desesperado. O que quero dizer é que eu odeio os seres humanos, mas não odeio você, nunca odiei.

O coração de Abbie bateu mais forte e lágrimas rolaram dos seus olhos. Parecia um sonho para ela ter Hook dizendo isso. Mas rapidamente sua ficha caiu de que se ela não estivesse grávida, nada disso estaria acontecendo, ele não estaria naquele quarto para lhe dar a informação e não estaria dizendo isso para ela.

— Então você se sente culpado por eu ter me machucado e por eu estar grávida e acha que cuidando de mim sua culpa irá diminuir? Só está aqui agora falando isso porque estou grávida de um filho seu.

— Não é... — ela o cortou.

— Não importa agora, Hook. Não se sinta em obrigação comigo por causa disso, sou uma mulher forte que já passou por muita coisa, eu consigo lidar com o fato de estar grávida mesmo quando não fazia parte dos meus planos. Não precisa sentir pena de mim e ficar falando coisas para eu me sentir melhor. Eu vou ficar bem, eu sempre digo isso e sei que vou ficar.

— Abbie, me escute, está entendendo tudo errado.

— Minha cabeça está doendo, estou sonolenta e com fome, gostaria de comer alguma coisa e ficar sozinha, preciso pensar. — ela disse com lágrimas deslizando por suas bochechas.

— Sua comida deve estar chegando mas de qualquer forma eu vou verificar.

— Obrigada. — sua voz quase não saiu.

Hook saiu do quarto com um nó na garganta. Ele afirmou tantas vezes que odiava os seres humanos por tudo que sofreu e que isso incluía Abbie apenas por ela ser humana, que agora iria demorar para convencê-la do contrário.

Ele não a odiava, odiava a atração que sentia por uma raça que sempre desprezou. No entanto, a sensação de quase perdê-la trouxe a tona seus sentimentos, mas talvez fosse tarde, ela não iria acreditar que ele a queria apenas por ter se apaixonado e sim apenas porque ela engravidou.

Ele havia estragado tudo e não sabia o que fazer para concertar.