Abbie estava paralisada na cama. Lágrimas rolavam por seu rosto e seu coração batia muito forte. Tudo que Hook disse para ela bagunçou ainda mais seus sentimentos. Estava sobrecarregada de sentimentos diversos.
Ele a queria e precisava dela, como uma necessidade. Sonhou com um homem dizendo tudo isso a ela e ter Hook admitindo seus sentimentos parecia um sonho se tornando realidade. Mas ainda havia algo que a impedia de ceder, o amava mas se ele era atormentado pelo passado, ele deveria deixar tudo isso lá antes de começar uma vida com ela.
E isso deveria começar com confiança, coisa que ele ainda não tinha por ela.
— Eu quero muito acreditar em você, Hook. Quero mesmo... Você não imagina o quanto. Mas e se algum dia você acordar e decidir que me odeia de novo? Você não consegue confiar, em uma relação precisa haver confiança. Eu te contei tudo sobre mim, você sabe tudo o que aconteceu comigo e eu espero que me conte sobre você também, porque só assim eu poderei entender o que te feriu e o porquê de você ser assim. Você está pronto para isso? Para confiar em mim, se abrir comigo e deixar esse trauma no passado?
Ele ficou pálido. De repente se levantou da cama e virou de costas para ela.
— Ainda não me sinto pronto. Nunca contei para ninguém. — falou e se abaixou para pegar sua calça no chão e em seguida a vestiu.
— O que eu sou para você? O que significo? — ela questionou.
— Você é a minha fêmea, a mãe do meu filho.
— Viu. Você só está ligado a ideia de que por causa do nosso filho deveríamos ficar juntos. Que só por eu ser a mãe do seu filho eu sou sua e deveríamos ser uma família. Mas vai muito além disso. Você confia em mim?
Ele hesitou.
— Não consigo confiar. — as lembranças do seu passado começaram a passar em sua mente, atormentando-o.
— Mas você confia nos seus amigos novas espécies.
— Não consigo confiar em humanos.
— Está vendo? Isso sempre vai ser um problema para nós. Esse seu ódio por seres humanos sempre vai me incluir porque sou humana e não posso mudar o que sou, então não podemos ficar juntos a menos que confie em mim, sem barreiras, esse é o meu ponto.
— Abbie, por favor. Não se afaste de mim.
— Precisamos de um tempo longe um do outro. Quando estiver pronto para se abrir, eu estarei pronta para te aceitar se não for tarde demais.
— Não faz isso. Mal me reconheço agora, nunca na vida imaginei que estaria fazendo isso mas eu imploro se quiser. É isso? Quer que eu me humilhe? — Abbie sentiu seu coração se partir vendo Hook desse jeito. Ela queria aceitá-lo mas motivos maiores a impediam de fazer isso.
— Hook, não faça isso difícil. De forma alguma quero que se humilhe, por favor. — mais lágrimas saiam de seus olhos — Agora está parecendo que sou a vilã da história que está te fazendo sofrer, não quero isso.
— Você não é a vilã, mas está me fazendo sofrer com a possibilidade de se afastar de mim.
— Você precisa disso e eu também. É o melhor. Não somos compatíveis a menos que você decida que pode confiar em mim apesar de eu não ser nova espécie.
— Não vou deixá-la ir. — ele grunhiu — Quer ser amarrada novamente na cama? Quer que eu te dê prazer até que me implore para parar? Nunca deixarei você ir. Simplesmente não posso, sou possessivo Abbie, não sou humano, não sou compreensível, sou rude, sou feroz, faz parte do meu DNA. Sou um animal. Você é minha, não posso e não vou deixá-la ir.
— Você está ficando irracional novamente. O que eu disse sobre sua atitude no bar? Eu não vou concordar em ficar com você se isso não mudar. Me prender não vai adiantar nada, ao invés de te amar, vou odiá-lo, você quer isso? — ela disse suavemente.
— Nunca. — ele a olhou com pavor — Sou quebrado, Abbie.
— Eu quero te ajudar. — ela se levantou e foi até ele, pegou o rosto dele com as mãos ficando na ponta dos pés — Fale comigo, confie em mim. Me ajude a te ajudar.
Ele a calou com um beijo, Abbie suspirou quase se deixando levar, mas pelo menos um dos dois deveria ter um pouco de controle e Hook não parecia a pessoa que teria isso.
— O que está fazendo? Isso não é momento para beijar. — ela disse conseguindo afastar a boca da dele mesmo querendo continuar.
— Vou fazer amor com você. — ele falou tranquilamente.
— Estamos tendo uma conversa séria, Hook. Você é inacreditável. — ela o empurrou de leve mas ele não se moveu.
— Quando estou te dando prazer é o único momento que você não está brava comigo por eu ser um idiota. — Hook falou e Abbie sentiu seu coração apertado.
— Eu não ficaria brava se você conversasse comigo como adulto ao invés de só resmungar, grunhir e rosnar. — Abbie estava conseguindo manter um tom de voz calmo. Hook grunhiu levemente.
— Deixe-me tocá-la. — ele se aproximou dela mas de repente a visão de Abbie ficou turva e ela se apoiou no braço dele para não cair.
Hook a pegou rapidamente.
— Abbie. — ele chamou — O que foi? O que está sentindo?
— Não estou me sentindo bem. — ela murmurou sentindo uma sensação ruim por todo o corpo.
— Porra. — o macho grunhiu desesperado, puxou um lençol e cobriu o corpo dela, em seguida saiu do apartamento com ela nos braços.
O elevador já estava parado naquele andar, entrou e alertou o botão do térreo. Quando as portas se abriram, Hook avistou Blade e Megan chegando do bar.
— O que aconteceu? — Megan perguntou de imediato assim que os viu.
— Ela passou mal. Estou indo para o centro médico, pare qualquer carro que estiver passando Blade, por favor. — Hook estava apavorado.
Blade fez o que ele pediu rapidamente.
— O que você fez com ela? — Megan questionou se aproximando de Abbie com dificuldade por causa de sua perna engessada.
— Eu nunca faria nada de mal para ela. — Hook exclamou ríspido.
— Você a arrastou para fora do bar. Ela está grávida e teve um acidente na cabeça a pouco tempo, ela não pode ficar passando por estresse e foi isso que você causou. — Hook engoliu em seco, a culpa o consumiu esmagando seu peito — O que foi, amiga? — Megan tirou um pouco do cabelo de Abbie do rosto.
— Só um mal estar. — Abbie sussurrou sentindo-se fraca.
— Venha, consegui o carro. — Blade falou.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: HOOK