Em dois minutos Abbie estava de frente para uma cabana de madeira com muitas árvores por detrás. Ela olhou para o lado encontrando outras três cabanas muito perto uma das outras.
Algo pareceu estranho, todas pareciam muito velhas e silenciosas. Se aproximou com cautela da mais próxima, a madeira rangendo debaixo de seus pés na medida que pisou na entrada para bater na porta. Três batidas e ninguém apareceu.
— Olá! — gritou — Tem alguém aí? Estou perdida e preciso de ajuda. — bateu mais algumas vezes.
Quando ninguém apareceu por mais alguns minutos, ela empurrou levemente a porta que não abriu, então ela empurrou mais forte, o ranger da dobradiça fez um arrepio passar pela espinha de Abbie.
A garota olhou para dentro da cabana feita de troncos de árvore e não viu nada dentro além de poeira e uma lareira velha cheia de teia de aranha, um animal rastejando perto dos seus pés a fez gritar e correr para fora.
Surpresa atingiu suas feições quando numa questão de segundos Hook apareceu grunhindo e tomando uma posição protetora em frente a ela.
— O que aconteceu? — ele perguntou olhando em volta.
— Eu acho que um bicho passou por cima do meu pé e me assustei. Você não precisava aparecer, a primeira cabana parece abandonada mas aquelas outras eu não vi ainda.
— Nos minutos que estava aqui fui dar uma conferida ao redor, saber se havia ameaça ou algo que precisava saber. Não sinto cheiro de humanos ou qualquer vida que não seja insetos ou répteis.
— Ah. Estão abandonadas então. — desânimo a encheu — Se não tem pessoas, não tem nada para se comunicar. Merda.
— Vou olhar as outras cabanas, fique atrás de mim.
— Ok.
Hook cautelosamente entrou na segunda cabana, não tinha nada, como na outra, apenas poeira. Frustração o agarrou.
— Porra! — ele socou a parede.
Abbie se encolheu com o susto mesmo entendendo a raiva dele, ela também se sentia assim. Hook olhou para ela com um aperto no peito, um sentimento corriqueiro nas últimas horas que conheceu a pequena fêmea. Ele a tinha assustado, normalmente não se importaria, mas algo nela o fazia se importar.
Suas últimas palavras para ele antes de sair do milharal estavam ressoando no fundo de sua mente, atormentando-o.
— Não fique assutada, foi um acesso de raiva, não vou machucar você.
— Eu sei. Também estou chateada que não tenha nada aqui, talvez do lado haja algo, vamos olhar.
Os dois saíram para a cabana seguinte, surpresa lhes atingindo quando viram caixas empilhadas e empoeiradas espalhadas pela área de um cômodo.
O sorriso que Abbie deu para Hook fez seu coração acelerar, ele odiou isso.
— Não sorria para mim, Abigail.
— Por que? — ela estava realmente confusa.
— Eu não gosto.
Abbie franziu o cenho mas em seguida gargalhou.
— Você é estranho. Eu tenho motivos demais para chorar, então eu vou rir se eu quiser porque não tenho culpa de você me odiar. — ela forçou um sorriso enorme para provocá-lo — Enfim, vamos olhar o que tem dentro dessas caixas.
Abbie decidiu ignorar o nova espécie grosseiro e tomar a frente indo até a pilha mais próxima, abriu uma das caixas e gritou animada com o que viu. Hook correu para ela e alívio percorreu seu sangue.
— Olha Hook, rádios comunicadores.
— Isso! — ele quase sorriu — Vou tentar contatar Homeland.
— Espero que ainda funcionem. — Abbie cruzou os dedos.
— São feitos inclusive para emergência, devem funcionar.
Alguns minutos depois, Hook fez sinal de silêncio para Abbie depois que colocou a frequência para se comunicar com Homeland sem interferência de sinal.
— Eu já estou em silêncio. — ela sussurrou.
— Quieta! — ela revirou os olhos e se afastou, agachando num canto para se sentar — Aqui é Hook, estou contatando Homeland, câmbio.
O aparelho chiou mas nenhuma resposta. O estômago de Abbie apertou, ela estava com tanta fome que por um segundo pensou ver a cabana girar. Ela rezava baixinho enquanto Hook tentava várias e várias vezes contato com Homeland, mas sem sucesso.
— Hook, é você? — uma voz cortada disse através do rádio.
Abbie quase pulou para comemorar, mas Hook olhou feio para ela, então se manteve quieta.
— Sim, preciso de resgate. Câmbio. — disse ele com os músculos do maxilar trincados.
— Qual sua localização? Você está ferido?
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