HOOK romance Capítulo 8

Abbie notou que havia se passado aproximadamente uma hora desde que Hook saiu. Ainda estava chateada com o rude nova espécie e estava farta do jeito que ele estava a tratando, mas estava começando a se preocupar com a demora dele. Enquanto o esperava voltar, estava olhando as caixas procurando por algo que talvez fosse útil para eles.

Encontrou um colchonete com estampa militar amarrado com um fio grosso e nas demais caixas só havia granadas cheias de poeiras e algo que ela reconheceu como armas pequenas desmontadas.

Seu coração deu um salto quando de repente ouviu o barulho de um helicóptero. Respirou fundo tentando não entrar em pânico, queria pensando que talvez fosse apenas um helicóptero qualquer passando por lá, mas por precaução decidiu não colocar o rosto para fora.

Alguns minutos se passaram e o barulho começou a ficar mais próximo, parecia muito alto do lado de fora. Ela franziu o cenho e decidiu caminhar até a porta para olhar.

Abriu somente o suficiente para acomodar seu olho e viu um helicóptero encostando no chão. Seu coração acelerou, medo, ansiedade e aflição foram emoções que ela soube muito bem o que significavam naquele momento.

Poderia ser Homeland. Mas assim tão rápido? Ou Markus que conseguiu encontrá-la?

Oh, deus, será que são da Mercille e estão atrás do Hook?

Ela não podia saber e não conseguiu evitar o pânico se invadir seu sangue.

Segundos depois ela pôde ver um homem descendo, ele estava todo de preto, com um capacete cobrindo todo o rosto e carregava uma arma grande nas mãos.

Abbie fechou a porta de volta e olhou para as paredes da cabana, não tinha janelas ou qualquer lugar para fugir. Foi para um canto e se abaixou atrás de algumas das caixas mesmo sabendo que isso não impediria nada. Não havia nada que pudesse fazer no momento a não ser esperar.

Um segundo depois a porta da cabana se abriu, ela ainda conseguiu ver o homem todo de preto antes de outros dois entrarem e de forma certeira caminhar até ela com a arma apontada.

— Quem é você? — um dos homens perguntou.

Os outros dois a cercaram também, estavam todos de preto e ela não podia ver seus rostos.

— Sou Abigail Ridley e vocês o que querem? — sua voz saiu num fio, o medo começou a fazer seu estômago se contorcer.

— Por que está aqui? Essa é uma área de esconderijo militar abandonada há vários anos. — os outros dois também apontaram a arma para ela.

— Eu me perdi e encontrei esse lugar. — respondeu com a voz trêmula.

— Você viu um Nova Espécie por aqui? Está com ele?

— Não. Eu estou sozinha. — tentou soar convincente.

Se não sabiam quem ela era, não eram os homens de Markus procurando-a e os homens não tinham a altura de um nova espécie, também descartou a opção de ser o resgate de Homeland, só restou a última alternativa, eram da Mercille e estavam atrás de Hook.

Abbie tentou não entrar em pânico.

— Como chegou até aqui exatamente? — perguntou com um tom de desconfiança na voz.

— Eu perdi o controle do meu carro na rodovia perto daqui. Capotei mas consegui sair a tempo. Acabei encontrando a entrada do milharal e decidi andar a pé para dentro dele procurando por casas para pedir ajuda. Foi assim que encontrei essas cabanas abandonadas.

— Nós estamos sobrevoando a área há muitas horas procurando pelo maldito espécie fugitivo. O maldito matou seus captores, mas ele irá pagar por isso.

— Eu não o vi. — mentiu.

— E então? O que faremos com ela? — um deles disse e os homens a olharam de cima a baixo.

— Levante-se. — outro ordenou.

Hesitando ela o fez, seus joelhos estavam fracos, sua mãos estavam tremendo, seu medo a fazia querer desmaiar, mas se manteve forte.

— Ela é atraente. — Abbie tentou mascarar a expressão de desgosto.

Um pressentimento ruim tomou conta dela.

— Trabalhar para Mercille pode ser solitário as vezes. Uma missão pode demorar dias... — um deles se aproximou e tocou o cabelo dela.

Ela se encolheu sentindo repulsa ao toque.

— Tenho uma proposta para você. Estamos em cinco no helicóptero, você deixa que nos aliviemos em você e depois a levamos para sua casa. Não vai querer morrer aqui nesse lugar no meio do nada, não é?

— Por favor, não. — sua visão ficou turva pelas lágrimas que queriam cair.

Cinco homens iriam estuprá-la. Sentiu a bile subir a garganta, suas mãos estavam trêmulas de pavor e seus pensamentos foram para Hook, ele não poderia ser capturado, iriam machucá-lo ainda mais por ter matado os humanos que o pegaram e esperava do fundo de seu coração que ele não fosse.

Salve-se Hook. Rezou baixinho.

— Não chore. Você irá gostar muito. — um deles levantou a mão e acariciou o seio dela.

— Não toque em mim! — ela se desvencilhou do toque.

Havia jurado que ninguém colocaria as mãos nela contra sua vontade e estava disposta a morrer antes que isso acontecesse.

— Se não for por bem, será por mal. Não iremos desperdiçar uma mulher tão gostosa como você. — um dos homens apertou sua mandíbula tão forte que Abbie pensou que quebraria.

— Eu vou primeiro. Saiam e me deixem sozinho com ela. Avisem aos outros que a missão pode esperar alguns minutos. Diga sobre essa surpresinha aqui que eles irão adorar.

— Eu gostaria de assistir.

— Vocês são doentes, estupradores de merda! — ela cuspiu na cara do mais próximo embora estivesse coberta pelo capacete.

Considerava que já estava ferrada e não se deixaria ser tocada de boa vontade. Não seria uma presa mansa.

— Vadia! — um tapa forte estalou em seu rosto.

Ela colocou a mão em sua pele que ardia e gemeu de dor.

— Vai se foder! — berrou com tanta raiva que pensou que poderia explodir.

— Você é corajosa, mas não vou deixar que me desrespeite na frente dos meus companheiros de trabalho. — o homem ficou furioso.

Abbie gritou quando sua blusa foi puxada de seu corpo rasgando ao meio. Irritou sua pele e ardeu. Ela estava apavorada, seu coração batia tão forte no peito dela que parecia estar esticando sua caixa torácica.

— Me deixem ir! — implorou.

— Cale a boca, puta.

— Vocês irão queimar no inferno, desgraçados!

Ela chorou mais quando sua calça jeans foi rasgada com uma faca que passou em sua pele arrancando sangue de sua coxa.

— Já que quer assistir, segure os braços dela. — o que rasgou suas roupas disse.

Abbie olhou com pavor para o homem que se aproximou dela colocando as mãos em seus braços e os puxando para cima.

— Parem, por favor. — ela se soltou e se jogou no chão em formato de bola na tentativa de proteger seu corpo frágil.

Sabia que não poderia lidar com três homens.

Mas antes que eles pudessem fazer qualquer outra coisa, um rugido selvagem, feroz e amedrontador foi ouvido por ela. Ela reconheceu imediatamente. Hook estava vindo. Ao mesmo tempo que se sentiu aliviada, também sentiu medo por ele, não queria que ele fosse pego.

— Abbie! — Hook rugiu seu nome, desesperado.

Os homens se entreolharam através do capacete e se afastaram de Abbie apontando a arma para ela.

— Você não disse que não estava com ele? Esse som animalesco, só pode ser o animal espécie. — o da direita disse. Seu tom de voz não parecia tão corajoso agora.

Abbie se lembrou de Hook contando para ela que quebrou as algemas que o prendiam e depois matou quatro homens, ela confiava nele embora estes agora estivessem com armas pesadas.

A porta da cabana foi arrancada com um chute batendo do outro lado da parede de madeira no momento que o grande nova espécie passou por ela segurando duas armas em suas mãos.

Dois dos homens não tiveram tempo de reagir, Hook abriu fogo metralhando-os, mas o que estava mais próximo a Abbie se abaixou e a puxou em pé pelos cabelos. Ela gritou de agonia com a dor.

— Solte-a! — Hook exigiu rugindo de forma ameaçadora para o homem.

— Filho de uma cadela! Eu não posso te matar, você vale muito dinheiro, mas parece que se importa com essa putinha aqui. Abaixe suas armas se não eu explodo a cabeça dela. — o homem que a segurava disse com a voz um pouco trêmula.

Abbie registrou os dois homens mortos no chão, o sangue ensopando a madeira e o cheiro horrível a fez querer vomitar.

Ira estampou as feições de Hook na medida que seus olhos percorreram o corpo de Abbie. Ela estava apenas de calcinha e sutiã, seu rosto e sua mandíbula estavam marcados de dedos e sangue sujava sua coxa macia.

Um rugido doloroso transpassou por sua garganta, ele pensou que seria impossível se sentir assim algum dia mas naquele momento algo dentro dele quebrou vendo aquela cena da fêmea humana tão vulnerável. O cheiro do medo e da dor dela estavam mais forte do que tudo. Sua visão ficou turva, o ódio que sentiu não podia ser descrito.

— O que vocês fizeram com ela? — sua voz saiu irreconhecível.

— Ela é sua namorada? Oh, sinto muito se ela foi fodida por nós, não sabíamos que estava sendo infiel. Ela gostou muito.

O rosto do macho espécie ficou pálido. Ele rugiu, alto e ensurdecedor.

— Seu humano maldito, você acabou de deixar um nova espécie com muita, muita raiva.

— Faça algum movimento e eu... — o humano não conseguiu terminar a frase.

Abbie ficou atônita quando um tiro foi disparado atingindo a perna do homem que a mantinha refém. Ele gritou e caiu no chão tapando o ferimento com a mão.

— Maldito animal. — o humano disse antes de conseguir chutar a perna de Abbie.

Dor explodiu na lateral da cabeça dela quando ela caiu com força no chão. Hook chamou por ela mas seu ouvido estava zumbindo com o alto barulho de tiro. Ela havia caído em cima de algo que a impediu de se mover. A dor ficou tão intensa que seu corpo só queria desligar pela agonia.

E foi isso que aconteceu quando todo seu ser abraçou a escuridão.

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