Abbie notou que havia se passado aproximadamente uma hora desde que Hook saiu. Ainda estava chateada com o rude nova espécie e estava farta do jeito que ele estava a tratando, mas estava começando a se preocupar com a demora dele. Enquanto o esperava voltar, estava olhando as caixas procurando por algo que talvez fosse útil para eles.
Encontrou um colchonete com estampa militar amarrado com um fio grosso e nas demais caixas só havia granadas cheias de poeiras e algo que ela reconheceu como armas pequenas desmontadas.
Seu coração deu um salto quando de repente ouviu o barulho de um helicóptero. Respirou fundo tentando não entrar em pânico, queria pensando que talvez fosse apenas um helicóptero qualquer passando por lá, mas por precaução decidiu não colocar o rosto para fora.
Alguns minutos se passaram e o barulho começou a ficar mais próximo, parecia muito alto do lado de fora. Ela franziu o cenho e decidiu caminhar até a porta para olhar.
Abriu somente o suficiente para acomodar seu olho e viu um helicóptero encostando no chão. Seu coração acelerou, medo, ansiedade e aflição foram emoções que ela soube muito bem o que significavam naquele momento.
Poderia ser Homeland. Mas assim tão rápido? Ou Markus que conseguiu encontrá-la?
Oh, deus, será que são da Mercille e estão atrás do Hook?
Ela não podia saber e não conseguiu evitar o pânico se invadir seu sangue.
Segundos depois ela pôde ver um homem descendo, ele estava todo de preto, com um capacete cobrindo todo o rosto e carregava uma arma grande nas mãos.
Abbie fechou a porta de volta e olhou para as paredes da cabana, não tinha janelas ou qualquer lugar para fugir. Foi para um canto e se abaixou atrás de algumas das caixas mesmo sabendo que isso não impediria nada. Não havia nada que pudesse fazer no momento a não ser esperar.
Um segundo depois a porta da cabana se abriu, ela ainda conseguiu ver o homem todo de preto antes de outros dois entrarem e de forma certeira caminhar até ela com a arma apontada.
— Quem é você? — um dos homens perguntou.
Os outros dois a cercaram também, estavam todos de preto e ela não podia ver seus rostos.
— Sou Abigail Ridley e vocês o que querem? — sua voz saiu num fio, o medo começou a fazer seu estômago se contorcer.
— Por que está aqui? Essa é uma área de esconderijo militar abandonada há vários anos. — os outros dois também apontaram a arma para ela.
— Eu me perdi e encontrei esse lugar. — respondeu com a voz trêmula.
— Você viu um Nova Espécie por aqui? Está com ele?
— Não. Eu estou sozinha. — tentou soar convincente.
Se não sabiam quem ela era, não eram os homens de Markus procurando-a e os homens não tinham a altura de um nova espécie, também descartou a opção de ser o resgate de Homeland, só restou a última alternativa, eram da Mercille e estavam atrás de Hook.
Abbie tentou não entrar em pânico.
— Como chegou até aqui exatamente? — perguntou com um tom de desconfiança na voz.
— Eu perdi o controle do meu carro na rodovia perto daqui. Capotei mas consegui sair a tempo. Acabei encontrando a entrada do milharal e decidi andar a pé para dentro dele procurando por casas para pedir ajuda. Foi assim que encontrei essas cabanas abandonadas.
— Nós estamos sobrevoando a área há muitas horas procurando pelo maldito espécie fugitivo. O maldito matou seus captores, mas ele irá pagar por isso.
— Eu não o vi. — mentiu.
— E então? O que faremos com ela? — um deles disse e os homens a olharam de cima a baixo.
— Levante-se. — outro ordenou.
Hesitando ela o fez, seus joelhos estavam fracos, sua mãos estavam tremendo, seu medo a fazia querer desmaiar, mas se manteve forte.
— Ela é atraente. — Abbie tentou mascarar a expressão de desgosto.
Um pressentimento ruim tomou conta dela.
— Trabalhar para Mercille pode ser solitário as vezes. Uma missão pode demorar dias... — um deles se aproximou e tocou o cabelo dela.
Ela se encolheu sentindo repulsa ao toque.
— Tenho uma proposta para você. Estamos em cinco no helicóptero, você deixa que nos aliviemos em você e depois a levamos para sua casa. Não vai querer morrer aqui nesse lugar no meio do nada, não é?
— Por favor, não. — sua visão ficou turva pelas lágrimas que queriam cair.
Cinco homens iriam estuprá-la. Sentiu a bile subir a garganta, suas mãos estavam trêmulas de pavor e seus pensamentos foram para Hook, ele não poderia ser capturado, iriam machucá-lo ainda mais por ter matado os humanos que o pegaram e esperava do fundo de seu coração que ele não fosse.
Salve-se Hook. Rezou baixinho.
— Não chore. Você irá gostar muito. — um deles levantou a mão e acariciou o seio dela.
— Não toque em mim! — ela se desvencilhou do toque.
Havia jurado que ninguém colocaria as mãos nela contra sua vontade e estava disposta a morrer antes que isso acontecesse.
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