Improvável romance Capítulo 12

|KAYRA|

Minha cabeça está rodando sem parar. Meu estômago também não está muito legal e tenho a leve sensação de ouvir uma voz resmungar em algum lugar no fundo da minha mente, mas não tenho plena certeza se é real ou se tudo não passa de um sonho chato da minha cabeça pesada pelo álcool. Tateio o espaço extenso ao lado do meu rosto e meus dedos encontram a superfície lisa e macia em que repousa meu corpo.

Eu estou na cama.

Mas quando é que eu vim parar aqui entre o período em que estava na cozinha bebendo um tiquinho de vinho, e depois ter deitado por somente alguns segundos no sofá da sala, para ficar olhando para aquela foto e me sentindo ainda mais miserável do que já estava?

Por que é que eu não consigo me lembrar mesmo...?

-Hum...

-Olha, parece que finalmente a bela adormecida resolveu despertar do seu soninho da beleza!

A ironia no tom de voz de Andy me faz revirar os olhos de tédio, e perceber que não, não é um sonho, ela realmente está aqui para torrar minha paciência e talvez piorar um pouquinho mais a fisgada de dor de cabeça incômoda a qual estou sentindo nesse momento.

-O que você está fazendo aqui logo pela manhã, Collins? Não tem serviço para fazer ou algum pobre homem para tirar o juízo? Eu hein...

Eu resmungo mal humorada por estar sendo acordada pelos ruídos insuportáveis que ela está provocando propositalmente ao mover os objetos do quarto de um lado para o outro, além do fato de que os raios solares atingem minha cara após Andy ter aberto as cortinas, tudo para fazer com que eu saia da cama de qualquer forma.

Cubro minha cabeça com o travesseiro na tentativa de ignorar o terremoto que Andy está fazendo ao meu redor e voltar a dormir outra vez, porém a disgramada me acerta um tapa na bunda tão forte que me faz pular da cama num salto assustado.

Filha da...

-Eu vou te matar, Andy!

Eu rosno furiosa e começo a correr atrás dela sedenta por vingança. Já é a segunda vez que ela faz isso e sai impune. Mas hoje não! Hoje Collins me paga caro por suas provocações.

-Quando eu colocar minhas mãos em você, Andy... ah, mas você vai ver só! Vai se arrepender por isso!

Eu a ameaço enquanto a persigo em direção a sala, e nós duas ficamos como gato e rato em volta do sofá, com ela fugindo de mim com medo e eu a perseguindo irritadiça, louca para lhe meter uns tapas.

-Você não pode me bater, Kay! Lembre-se de que sou sua melhor amiga, ok?

Andy apela para o lado emocional, contudo eu não ligo e ainda rebato.

-Não só posso, minha estimada amiga, como também irei arrancar o couro da sua bunda magrela no tapa! Você está me devendo dois tapas desde o hospital, ou acha que me esqueci disso, hã?

Eu refresco sua memória mais uma vez, e como sei que ficaremos nessa o dia inteiro se eu não fizer nada para mudar a situação, pulo por cima do sofá e caio sobre ela do outro lado, fazendo com que nós duas caiamos no chão feito duas abóboras esparramadas.

-Ai, sua selvagem! Você quase me matou, sabia disso?

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