Improvável romance Capítulo 59

|DEKLAN|

-Chegamos em casa, amor. Acorde.

Eu digo baixinho no ouvido de Kayra, no momento em que acabo de desligar o motor do carro no estacionamento do castelo. Com uma mão toco uma mecha de cabelo que está caída sobre o rosto dela e a deposito atrás de sua orelha para poder contemplar melhor a face da mulher mais linda, incrível e forte que já conheci durante todo o decorrer da minha vida. Ela é a minha metade, a parte que eu estive procurando por um longo tempo, para complementar a única coisa que faltava em mim: O amor! E Kayra fez isso de forma tripla, surpreendente e três vezes melhor do que eu poderia sonhar um dia.

-Amor...?

Eu a chamo mais uma vez, a doutora durona fecha a cara e vira o rosto para o lado oposto, quando eu consigo desperta-la do cochilo profundo o qual havia caído no meio do percurso do hospital até o castelo. E eu rio de sua reação irritadiça.

-Se você não abrir esses seus lindos e castanhos olhinhos ferozes, eu irei pegá-la no colo, carregá-la em meus braços, e desfilar orgulhosamente pelos corredores do castelo para exibir para todos que quiserem ver, minha linda mulher grávida do meu casalzinho de limões.

Eu a ameaço de forma divertida, mesmo que no fundo eu realmente tenha vontade de fazer isso, entretanto sei que este ainda não é o momento propício para isso. Logo Kayra desperta rapidinho e se levanta saindo do carro com uma agilidade e rapidez impressionantes para alguém em suas atuais condições.

-Você sabe bem ser um chato e um chantagista barato quando quer, né Callaham?

Ela resmunga com um revirar de olhos inconformado ao que eu rio guardando as chaves no bolso da jaqueta, e dou a volta no carro para caminhar ao seu lado enquanto seguimos o trajeto rumo ao meu quarto.

-Pode dizer ou me chamar do que quiser, querida. Mas saiba que esse é um caminho sem volta. Você nunca mais irá se livrar de mim ou das minhas manias irritantes.

Eu pisco um olho com humor em sua direção e ela ri entrando na brincadeira.

-É, infelizmente eu sei disso. Esse é um fardo que terei que carregar: um chantagista pedante, mas... o meu chantagista pedante. O senhor olhos azuis que furtou meu coração logo após ter enfiado dentro de mim dois filhos numa tacada só.

Ela faz piada e eu quase me engasgo de rir com a descoberta do seu humor peculiar, desse seu lado que eu ainda não conhecia, mas que ainda terei muito tempo pela frente para conhecer. E sem que eu espere, sou pego desprevenido por um atitude repentina sua que é tão simples, mas que para mim significa o mundo: Kayra segura minha mão entrelaçando nossos dedos firmemente sem soltá-los, e apoia a lateral da cabeça em meu ombro enquanto andamos, sem o menor constrangimento ou vergonha diante da possibilidade de que alguém possa nos ver juntos dessa forma.

Eu não digo nada ou a pressiono por uma explicação a respeito, apenas curto a sensação nova e agradável que é andar de mãos dadas em público com a mulher que amo sem restrições ou forçar a barra. O gesto silencioso é carregado de significado, é como se Kayra dissesse: "Agora somos nós, estamos bem e reconciliados. Estamos esclarecidos e nos perdoamos mutuamente, um ao outro, por todas as brigas, desentendimentos e ofensas proferidas no momento da raiva. Agora somos uma unidade, somos uma família."

E mesmo que horas atrás eu tenha quase surtado com a série de eventos tensos que ocorreram sucessivamente, ainda assim, posso afirmar categoricamente que esse foi um dia maravilhoso e quase perfeito, por causa desse finzinho de noite improvável. Kayra não fez nada de extraordinário, porém para mim sua atitude foi extraordinariamente incrível. E é com essa sensação gostosa aquecendo internamente meu peito, que eu durmo tranquilo e feliz com a futura senhora Callaham com as pernas entrelaçadas as minhas e os braços ao meu redor na nossa cama.

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