Improvável romance Capítulo 13

|KAYRA|

Andy está certa.

Sou uma mulher madura, bem sucedida e decidida. Posso fazer o que bem quiser e não será uma picuinha feita pelo imbecil do Gregory Queen que irá me parar.

Minha vida não pode girar em volta desse problema, tenho que seguir em frente como se nada tivesse acontecido e com o decorrer do tempo tenho certeza de que esse caso terá perdido importância que possui no momento certo.

Ainda bem que tenho uma amiga inteligente como Collins para me dar bons conselhos, mesmo que seja um pouco contraditório o fato dela não fazer o mesmo com sua vida pessoal, mas pelo menos já é de alguma serventia se cabe como luva para mim.

Andy em minha vida é sempre aquela mão amiga que me pega e me levanta do chão quando estou desanimada ou caindo, e eu a amo muito por isso. Não importa a maneira que ela faça isso, se de modo carinhoso ou simplesmente metendo um tapa na minha cara. Se me ajuda a reerguer e ficar de pé de novo, então o objetivo foi alcançado com sucesso e é disso que eu preciso.

E quando o momento dela chegar eu também estarei lá por ela para retribuir todo o cuidado e amor com que está me cercando agora. Porque a base da amizade é isso, uma ajuda a outra em seus momentos de fraquezas, e também celebra e comemora nos momentos de felicidade.

E Andy e eu somos mais do que amigas, somos irmãs de mães diferentes que a vida decidiu unir um dia.

-Como você teve a audácia de esconder isso de mim, Kayra Pextton!

O gritinho agudo de Andy me chama a atenção, e eu coloco apenas a cabeça para fora do banheiro em direção ao meu quarto onde ela está fuçando meu guarda-roupas de cabo a rabo, enquanto termino de vestir o roupão após sair do banho.

-Que preciosidade é essa que a senhorita nunca me mostrou?

Ela bate o pé no chão impacientemente, aguardando eu sair do banheiro e ir ao seu encontro para tirar satisfação do que considera um grande ultraje no seu ponto de vista. Que garota dramática, parece até uma atriz saída de uma novela mexicana, eu hein...

-Mas isso é tão... é tão...

Ela balbucia meio emocionada, sem completar a frase e finalmente compreendo o motivo de tamanho alvoroço, quando paro ao seu lado em frente as portas escancaradas do meu guarda-roupas.

-Ah, é disso que você está falando...

Eu comento olhando para a peça de roupa em suas mãos e não entendo o porquê de tanto escândalo. É só um vestido vermelho e sem alças de festa que eu havia comprado por impulso há quase um século, mas nunca tinha encontrado a ocasião certa para usá-lo, e talvez nunca encontre. Talvez ele apenas permaneça pendurado no cabide em meu guarda-roupas pelo resto da vida sem nunca ser usado.

Mas quem liga para isso? Eu não.

-Isso?! Como você pode chamar de isso uma coisas dessas, Kayra?!