|DEKLAN|
Meus dedos ainda estão tremendo de ódio e banhados de sangue, quando eu me ergo de cima do cachorro morto que Salvatore não deixa de ser, após o pedido de Kayra. Eu não quero abandonar a vontade insana que ainda tenho de arrebentar com o restante de sua cara, mesmo que eu saiba que isso tudo é mais culpa da minha irmã do que dele. Contudo, eu me forço a me manter sob controle para não assustar Kayra mais do que já fiz até agora.
-Kayra...
-Não encoste em mim, Callaham!
Ela exclama com um olhar horrorizado para as juntas dos meus dedos completamente inchadas e tingidas de um tom avermelhado assustador que pinga no chão, quando eu faço menção de tocá-la e então recua um passo para trás, como se não reconhecesse a pessoa a sua frente.
-Eu não sei qual é o problema da sua família, Deklan Callaham. Mas por favor, seja lá o que for, resolva isso bem longe dos meus filhos e de mim. Nenhum de nós quer se tornar objeto de chantagem ou um brinquedo numa disputa entre família.
-Mas vocês são a minha família, Kayra!
-Não, nós não somos, Callaham. Eu sou apenas a mulher que está gerando duas crianças que carregam o seu sangue, e que são maravilhosas, e que por esse mesmo motivo não irão viver no meio de uma guerra entre dois irmãos. Eu não quero que eles sofram e não irão no que depender de mim. De inferno já basta o que nós vivemos até agora, meus filhos precisam de paz, amor e a normalidade que uma vida comum pode oferecer.
Kayra diz quebrando algo dentro de mim de modo irreparável e doloroso demais para que eu possa suportar. Então eu choro. Meus olhos queimam de dor e desespero quando eu caio de joelhos no chão ao ver a mulher da minha vida indo embora, e levando consigo meus filhos juntamente com meu coração. Kayra parte sem dizer adeus ou destinar um único olhar para trás até sumir das minhas vistas.
Eu estou destruído, mas não totalmente sem forças para lutar. Preciso ir atrás da culpada por tudo o que me aconteceu e confrontá-la cara a cara. Eu preciso descobrir o motivo porque Desireé fez isso comigo.
-É melhor se manter fora da minha vista durante o próximos dias, Salvatore. Ou eu não me importarei se você é o capacho predileto da minha irmã e irei acabar com a sua raça, está me entendendo? Então suma daqui! Já!
Eu digo rispidamente antes de deixá-lo para trás caído no corredor, e seguir em direção ao quarto de Desireé soltando fumaça pelas ventas, o sangue borbulhando nas veias e o coração disparado. Louco para torcer seu pescoço com raiva e ressentimento.
-Por que você sempre faz isso, Desireé? Por que? Porque sempre se mete na vidas das pessoas sem ninguém ter pedido a sua opinião?
Eu digo colérico quando abro a porta de seu quarto com um chute, e entro no local com passos duros, andando de um lado para o outro tentando manter a calma e não jogá-la pela janela da sacada.
-Do que é que você está falando, seu louco? Sabe quantas horas são...
-Louco? O louco agora sou eu, irmãzinha? Louca não é a pessoa que mandou a merda do seu segurança pessoal atrás de mim, há seis meses atrás para me vigiar e controlar cada um dos meus passos?
-Deklan, o que...
-Deixa de ser cínica e mentirosa, Desireé! Eu te avisei uma vez, você disse que tinha entendido e que iria mudar, então eu fui burro o bastante para acreditar novamente nas suas palavras quando não deveria tê-lo feito. Eu quis acreditar que você realmente iria mudar de comportamento e te dei a droga de uma chance! Para acontecer o que no final das contas? Ser apunhalado de maneira vil e nojenta pelas costas. E pela minha própria irmã! Sangue do meu sangue.
Eu rio totalmente desacreditado de como pude ser tão tolo de cair em seus joguinhos de manipulação e controle sem ao menos perceber. Como fui estúpido! Agi com a emoção ao invés da razão e agora estou colhendo os frutos das minhas decisões idiotas.
-Sabe o que você fez, Desireé? Deixa eu te contar, você acabou com a minha vida!
-Por que está dizendo isso, Deklan? O que eu fiz para você?
-Você ferrou tudo, Desireé! Tudo! Quando ligou há seis meses atrás, me chamando para voltar para o castelo correndo e mandou Salvatore colar na minha sombra, você destruiu algo bom que poderia ter acontecido.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Improvável
Amei...