Improvável CAPÍTULO 39

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|KAYRA|

-Parabéns, amiga! É um casal!

Andy comemora puxando-me para mais um abraço tomando cuidado para não esmagar minha barrigona de melancia, ao que eu soluço chorando baixinho em seu pescoço, com o coração totalmente amolecido e muito feliz com a descoberta do sexo dos meus limões. Nada poderia ser mais perfeito do que isso! Uma menina e um menino para bagunçarem completamente minha vida e dar cor aonde só havia cinza e monotonia.

Como eu amo esses meus dois pedacinhos de gente dentro de mim! Não vejo a hora de tê-los aninhados em meus braços protetoramente. Eu serei a melhor mãe do mundo para os dois, tenho certeza disso. Nossa pequena família de três pessoas nunca sentirá falta de nada, nem mesmo o vazio da falta de um pai que não precisam conhecer. Eu sou o suficiente, tenho amor em dobro para dois limõezinhos que serão extremamente protegidos de todas as dores desse mundo. Eu serei mãe e pai ao mesmo tempo como as muitas mulheres fortes que conheci ao longo da minha vida. Grandes pessoas, mulheres incríveis que superaram diversas barreiras para criarem seus filhos com muita garra e dedicação.

O senhor olhos azuis jamais poderá se aproximar dos meus bens mais preciosos enquanto eu viver.

Desperto dos pensamentos que levam minha mente para longe por um instante ao sentir meu braço sendo puxado por uma grande mão, que me tira dos braços de Andy e me carregam para dentro de outro abraço logo em seguida. Um caloroso abraço de urso que me aquece dos pés a cabeça, e me traz conforto e paz ao mesmo tempo. O abraço que somente Ryan Foster sabe proporcionar.

Ah, meu querido amigo Foster!

-Parabéns, mamãe! Você sabe que eu já sabia o sexo dos bebês durante os exames do seu pré-natal, mas como pediu sigilo e que não lhe contasse nada até o dia de hoje, eu guardei segredo até agora, contudo devo confessar que em vário momentos minha língua coçou de vontade de te revelar o resultado.

Ryan brinca separando-se do nosso abraço e logo Marie se enfia entre nós dois com uma bandeja cheia de salgadinhos na mão e um copo de suco natural de laranja na outra, uma vez que eu estava terminantemente proibida por Foster de ingerir refrigerante ou quaisquer outras porcarias como ele mesmo nomeou, durante a gravidez dos gêmeos.

-E depois dizem que as mulheres é que são as maiores fofoqueiras...

Ela lhe alfineta com uma risada ao enfiar um salgadinho na minha boca e passar o copo de suco para minhas mãos. Nossa, isso está muito bom! Eu concluo terminando de mastigar como um dragãozinho, e dou uma golada na bebida, já pegando outros dois salgados de uma única vez logo em seguida.

-Vê se vai com calma aí, hein Pextton. Não exagere, ok? Ordens expressas do seu médico.

Foster diz fazendo questão de ignorar completamente a provocação de Marie e aperta meu ombro de leve antes de se afastar para longe de nós, e se ajuntar a um grupo de colegas que está próximo a janela, com quem começa a conversar animadamente.

-Obrigada, Willous. Está tudo maravilhoso, Collins e você arrasaram juntas. De verdade. Nada poderia ter ficado mais perfeito do que o trabalho que vocês fizeram. Eu adorei.

Comento com toda a sinceridade que há em meu coração, a boca cheia de uma nova remessa de salgadinhos e o copo já vazio na outra mão.

-Fico feliz que tenha gostado, Kayra. Andy e eu estávamos muito animadas com a festa de hoje para que você e o casalzinho mais fofo que irá nascer nesse hospital se sentissem a vontade.

-E nós estamos, pode ter certeza disso, minha amiga! Estamos muito a vontade com tudo isso.

Nós duas rimos enquanto eu encho minha boca novamente de comida, e ergo meu copo no alto para ela em sinal de aprovação.

-Você pode me arranjar mais um pouco, Marie? O meu acabou em menos de um minuto.

com uma risadinha sapeca ao esvaziar a boca e enche-la de novo.

-É claro que posso, sua folgada. Mas aproveita que é só por hoje porque a festa é sua.

Ela brinca com uma piscadela marota ao tomar o copo das minhas mãos para enche-lo outra vez como pedi.

epa, epa... isso aqui fica comigo.

Eu comento divertida ao tomar a bandeja de salgados de sua mão para que fique, quando ela faz menção de se afastar em busca da minha bebida.

-É claro que fica...

Marie ri com um revirar de olhos debochado e se vai, deixando a bandeja para trás em minhas mãos para que eu continue me esbaldando nos aperitivos ao mesmo tempo em que alimento os dois mendigos famintos que estão hospedados dentro de mim por tempo determinado.

-Doutora Pextton?

engasgo com o vigésimo ou sei lá qual o número do salgadinho o qual estou devorando, ao ouvir uma voz masculina me chamar de modo soturno e repentino, bem próximo ao meu ouvido, de modo discreto, surgindo as minhas costas.

eu mesma. Em que posso

breve segundo de susto eu me viro curiosa para saber de quem se trata, e acabo me deparando com um homem trajado todo de social, dos pés a cabeça, com direito a terno escuro, escuta na parte interna da peça, e um fone de ouvido profissional super discreto que mal se percebe a primeira vista ou de longe. Com certeza deve ser um dos seguranças do hospital, penso comigo mesma e arqueio uma sobrancelha no alto com uma pulga atrás da orelha. O armário de homem parece sério demais com seus dois metros de altura que impressionam, e que me fazem questionar o que ele está querendo comigo, uma vez que veio diretamente até mim procurando-me por algum motivo específico.

Mas qual?

que venha comigo por favor,

-Para que?

permissão para dizer nada a respeito a senhorita, doutora. Peço apenas que por gentileza me acompanhe.