O vestido estilo sereia marca minha silhueta, acentuando minhas novas curvas de mulher. Na verdade, devo muito dessa minha nova forma ao fato de namorar um chef de cozinha, Lorenzo voltou a se empolgar com sua verdadeira vocação e anda colocando toda sua paixão nos pratos que faz pra mim, sou sua cobaia preferida e preciso resistir alguns momentos e correr para manter a forma. Quer dizer, gosto da minha nova bunda com os quilos adicionais que ganhei, mas sempre fui ligada na saúde e não posso descuidar, pratico exercícios diariamente por esse motivo, assim, posso me dar o luxo e comer à vontade suas criações culinárias pra lá de maravilhosas.
Deslizo minha mão pela seda do vestido, me deliciando com a delicadeza do tecido. Ele é de cor champagne e expõe meus ombros nus, seguindo o modelo ombro a ombro e se torna mais elegante por conta das mangas longas. Me sinto como uma princesa, esperando sua carruagem.
No entanto, a sensação se esvai assim que meus olhos encontram a langerie de couro em cima da cama, comprei para minha lua de mel. Oh, uma princesa não vestiria algo tão devasso assim. Acho que prefiro ser um pouco menos recatada, experimentar como é ultrapassar a linha do normal.
Lambo os lábios, passando a língua lentamente entre eles imaginando a reação de Enzo quando me ver a usando. O chicote está ao lado da peça, ainda não decidi se quero usar com ele ou o contrário, talvez possamos revezar.
As cenas começam a se formar em minha mente e pensamentos luxuriosos ocupam todo espaço, minha calcinha começa a molhar apenas com as imagens criadas por mim e estou quase ligando para ele, apenas para que possamos ter uma nova experiência por vídeo chamada quando Cíntia entra xingando. A olho assustada, constrangida por quase ter sido pega.
— O que aconteceu? — Pergunto, me recompondo.
Ela não me responde, então tento uma aproximação. Avalio sua imagem quanto mais perto chego, ela está usando um vestido de alças finas, de um azul claro e tecido delicado, fazendo com que ela pareça uma boneca.
— Por quê parece que você quer matar alguém? — Digo, quando estou próxima o suficiente dela.
Ela bufa, revirando os olhos.
— Você convidou ele. — Diz, cruzando os braços, irritada.
Ele?
Penso, não compreendendo sua fala. Então, a ficha cai.
Sorrio de lado, entendendo o motivo de seu drama exagerado.
Ele. O primo dela que quase tive um caso.
Eles se tratam como cão e gato, mas parecem não conseguir ficar longe um do outro. Como um magnetismo.
— Sim, nos tornamos amigos. — Digo.
Ela me olha incrédula, como se tivesse nascido outra cabeça em meu pescoço e quero rir de sua cara.
Seria tão mais fácil se eles confessassem a atração que sentem um pelo outro, aliás, esse foi o principal motivo de tê-lo o convidado para meu casamento, mesmo correndo o risco de Lorenzo surtar, foi por ela, minha amiga nunca daria o braço a torcer, mas com um empurrão talvez.
— Sua alcoviteira, traíra. — Alfineta.
Dou de ombros, não caindo na sua pilha. Sei que quando o assunto é ele, Cíntia tem dificuldade em expressar seus sentimentos. Espero do fundo do meu coração que eles se resolvam, minha amiga precisa sentir o que é amar alguém tanto que dói, mas não pra sofrer, apenas para entender o como é incrível olhar pra alguém e só sentir amor e sensações boas.
Sempre.
— Me agradeça depois. — Provoco, piscando pra ela e posso jurar ver uma ameaça de sorriso.
Mas ele não aparece.
— Que seja. — Dá de ombros, seguindo na direção do espelho.
— Vamos retocar sua maquiagem. Eu já te falei o quão linda você está de noiva, Melzinha? — Rio baixo, achando engraçado a sua mudança drástica de humor.
Balanço a cabeça em sua direção, negando seu comentário. — Não disse, mas eu sei. Estou ma
ravilhosa. — Empino o nariz e sigo para o seu lado, toda esnobe.
Nós duas caímos na gargalhada, rindo que nem dias desvairadas. No fundo, eu estou tremendo de medo.
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