Mais tarde naquele mesmo dia, Lorenzo e eu passamos a noite em um motel, marcando o corpo um do outro como se fosse a primeira vez. Foi um baile de mãos, lábios e língua. Perfeito pra caralho. Quando voltamos pra casa na manhã seguinte fiquei surpresa ao encontrar Cíntia com os olhos vermelhos brincando de restaurante com meu filho, tinha até cardápio exclusivo. Eu sabia que algo estava errado assim que a vi, então deixei Vicenzo com o pai e subi com ela, foi só trancar a porta para a maluquinha se jogar nos braços e começar a chorar, fazendo seu drama característico, mas quando indaguei o motivo das lágrimas, fui surpreendida ao ouvir que ela estava apaixonada pelo primo. Não que eu nunca tenha imaginado que por trás de toda aquela implicância havia desejo reprimido, mas porque ela estava de casamento marcado com um magnata do ramo petroleiro. Eu nunca fui boa em conselhos, mas naquela manhã me senti a mulher mais sábia do mundo e lhe disse para arriscar e correr atrás de sua felicidade, independente de onde ela estivesse. Vince apareceu na noite daquele mesmo dia e a levou com ele, o resto é história. No entanto, mesmo hoje, cinco meses depois que descobri sobre a gravidez, sofrendo com pés inchados, dores na lombar e rolando a página de um site de fofoca brasileiro em busca de informações sobre meu tio e primas, porque não consigo seguir em frente e esquecer da existência deles, me sinto a mulher mais sortuda de todas.
— Que tal uma massagem, esposa? — Lorenzo sussurra contra meu pescoço, deslizando a palma sobre a minha barriga redonda.
— Seria ótimo, marido. — Fecho os olhos, envolvida por seu aroma familiar e agradável.
— Sabe que podemos entrar em contato com eles, certo? Seu tio pode não ser um cara legal, mas você que as garotas parecem dignas de se conhecer.
— Rio da sua forma de falar, não me lembro de ter usado essas palavras. Baixo a tela do notebook e me deixo ser erguida por seus braços até o amplo sofá que mantemos na sala. Apoio minhas costas em um travesseiro confortável e me aproveito de suas mãos habilidosas e gentis, relaxando quando ele toca minhas panturrilhas inchadas e lhes dá um pouco de carinho.
— Bom?
— Perfeito. — Murmuro, não deixando de morder os lábios quando sinto seu toque se tornar lascivo.
— Você fica tão bonita grávida da minha filha. — Sorrio.
— Que bom que não é um bebê do vizinho, então. — Brinco e ganho um tapa na lateral da coxa.
— Nem se brinca com essas coisas, Melissa. —Ele parece bravo, mas sei que é um jogo seu para ganhar permissões. Aparentemente o pai dos meus filhos desenvolveu um fetiche estranho de transar comigo em lugares inusitados e estou sendo difícil desde que quase fomos pegos da última vez.
— Continue tentando, marido. Quem sabe eu não dou pra você no elevador do hospital amanhã. Lembra como foi gostoso da última vez? — O amarelo dos seus olhos se amplifica, me lembrando as folhas de uma certa árvore no outono.
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