A noite chegou e o Gustavo não saiu do quarto nem pra beber água, eu sei disso porquê passei o restante do dia na sala com os meus pais que foram algumas vezes no quarto dele e disseram que ele estava dormindo, eu não acreditei nisso, acho que no fundo ele estava me evitando depois de ter me fudido da forma como ele me fudeu, mas eu ainda precisava acertar as contas com ele.
Na hora do jantar, ele finalmente apareceu, deu boa noite e sentou sem olhar na minha cara, nossos pais não desconfiaram de nada, mas eu queria voar no pescoço dele e esganá-lo, como eu não podia, só me restava afrontá-lo.
- Pai, mãe, o Caio pode vim dormir aqui hoje? amanhã ele irá me ajudar a levar as entregas pra distribuidora.
Pai: Claro filha, ele pode vim sim.
Mãe: Sem problemas filha, estamos sentindo saudades dele mesmo.
Finalmente o Gustavo olhou pra mim, porém eu tentei manter o meu olhar tranquilo, sem demonstrar o quanto eu estava com ódio dele.
Gustavo: Quem é Caio? perguntou olhando pra mim e depois desviou o olhar pros nossos pais.
Pai: É o namorado da sua irmã.
Gustavo: O quê? namorado? desde quando você namora Mia? perguntou em tom arrogante.
Mãe: Não precisa se preocupar meu filho, ele é um bom rapaz.
- Mesmo se não fosse, isso não é da sua conta, respondi com a mesma arrogância.
Gustavo: Claro que é da minha conta, não quero você trazendo homem pra dentro dessa casa, falou praticamente gritando.
Eu me levantei, coloquei as minhas duas mãos na mesa e o encarei de forma ameaçadora.
- Você não quer? e que tipo de poder você acha que tem aqui Gustavo? você chegou tem dois dias e acha que pode ditar as regras aqui? se você quer ter controle sobre alguma coisa, aprenda a ter controle sobre a própria vida e de outras coisinhas mais, falei em tom de ironia, me referindo ao pau dele.
Ele parecia que iria voar em cima de mim, era nítido a raiva no olhar dele.
Pai: O que está havendo com vocês dois? parece que vocês não estão conseguindo se entender, vocês são irmãos, não podem ficar brigando desse jeito.
Mãe: Isso é verdade, sem contar que vocês são adultos, e estão agindo feito crianças.
- Exatamente mãe, sou adulta, não preciso de um imbecil como esse me dizendo o que posso ou não fazer.
Gustavo: Do que você me chamou? perguntou se levantando também.
- Além de imbecil é surdo agora?
Pai: Parem agora, meu pai gritou.
Ter esse tipo de briga no jantar é inadmissível, encontrem um jeito de se acertarem.
- Ah! Que se dane! Falei me retirando da cozinha.
Fui pro meu quarto, peguei o meu celular e liguei pro Caio.
Caio é o meu melhor amigo, e ele é Gay, porém ele nunca se assumiu pra família, daí pra tirar o foco da sexualidade dele, inventamos que éramos namorados.
Ele age literalmente como um hetero, ninguém nunca duvidou disso, mas eu mesma já disse que ele merece ser feliz com a sexualidade dele e com quem escolhesse pra viver a vida, mas até ele se sentir pronto, eu estarei aqui, apoiando ele no que ele precisar.
Ele já me salvou de vários caras insuportáveis com quem já me encontrei, já fingiu ser o namorado ciumento, amoroso, e eu já fingi ser a namorada surtada, a gente se beneficia com isso e com certeza ele iria adorar provocar o Gustavo comigo, mas antes ele iria me matar pela loucura que eu estava fazendo, me envolvendo com o meu próprio irmão.
Caio: O que a mulher mais bela desse mundo quer com a minha pessoa?
- Quero trepar!
Caio: Mas isso eu não posso lhe dar meu amor, mas podemos ir atrás de alguém que supra essa necessidade, falou rindo.
- Você pode vim dormir aqui?
Caio: Vou se você prometer não violar o meu corpo.
- Ah, vai se fuder Caio, falei rindo.
Escuta, antes de você vim, eu preciso te contar uma coisa.
Eu passei uma hora no celular com o Caio, e ele ficou uma fera comigo, como o esperado, mas ele disse que me ajudaria a enlouquecer o Gustavo da forma mais venenosa possível.
Depois de tudo combinado, entrei no banheiro e fui tomar um banho, mas assim que saí do banheiro, dei de cara com o Gustavo sentado na minha cama.
- Que merda você está fazendo aqui?
Gustavo: Porquê você não me disse que tinha um namorado?
- Por quê você nunca perguntou, sem contar que isso não é algo que seja da sua conta.
Gustavo: Quero que você termine.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Irmã Adotiva
Eu gostei bastante da história, acredito no amor e nas transformações que ele pode causar em alguém. Por impulso fazemos muita coisa e por medo deixamos de viver momentos incríveis. Mas tudo é questão de escolha e é bom aprender conviver com as nossas. Que possamos seguir em frente e não desistir dos nossos sonhos jamais....