Leiloada - Contrato de Casamento romance Capítulo 72

CAPÍTULO 72

DOIS MESES DEPOIS

A Despedida

Narrado por Alyson

Todos nós sabemos que a morte faz parte da vida, mas ela consegue sempre nos surpreender.

Olho para a fachada da mansão à minha frente e sinto o arrepio que sobe pelo meu corpo.

Sinto a mão dele tocar na minha, o que faz com que eu me acalme.

— Queres mesmo fazer isto, amor? — Kevin pergunta preocupado.

— Se não o fizer, nunca vou ter paz na minha vida, preciso de fechar este capítulo para seguir em frente.

— Compreendo. — ele fala apenas.

Entramos então na mansão e somos encaminhados por uma empregada até ao quarto, o mesmo quarto onde ele dormia com a minha mãe.

A porta se abre e eu entro, com o Kevin atrás de mim.

A decoração do quarto, como de todos os locais por onde passei, foi mudada.

Vejo ele na cama, não está deitado, está semi sentado, com as costas encostadas na parte de trás da cama.

Ele olha para o vazio.

Gael me disse que o pai está mesmo no fim, já não conhece ninguém, ninguém entende nada do que ele diz.

A mãe do Gael, a Elise, foi internada no mês passado numa clínica psiquiátrica, os médicos diagnosticaram que ela estava louca, ela tinha vários episódios psicóticos, dizia que via e ouvia coisas que mais ninguém via ou ouvia.

Eu acho que tudo isso se chama culpa, isso sim.

Ali perto está um enfermeiro, o cumprimentamos apenas com a cabeça sem fazer barulho.

Sentado ao seu lado, mas mais perto do pai, está o Gael.

Sento-me na ponta da cama ao seu lado e ele vira o seu rosto para mim devagar.

O seu olhar vazio, se ilumina ao olhar para mim, como se eu fosse a visão mais bonita que ele já viu.

— Karoline, — ele fala — como tu estás cada vez mais bonita.

Olho para o Kevin, que está de pé ali perto e ele encurta o seu olhar admirado.

Olho para o Gael, que está imensamente triste.

Viro o meu rosto de novo para o meu pai.

Não o devia considerar meu pai, porque ele não é meu pai e foi um monstro para mim, um carrasco, um malvado.

Mas mesmo assim, foi o único homem a quem eu chamei de pai, foi o único homem que eu conheci como tal. Embora ele não mereça nada, não mereça nenhum tipo de piedade, nenhum tipo de consideração.

Ele está muito acabado, parece muito mais velho do que realmente é.

— Estás tão pensativa Karoline? Que se passa? — ele coloca as minhas mãos no meio das dele e fecha os olhos, ficando assim por um bocado.

— Alyson. — diz abrindo de novo os olhos — Tu és a Alyson, não a Karoline.

— Sim, sou a Alyson. — falo seca.

— Ainda bem que vieste, tinha muita esperança de te ver antes de finalmente partir.

— Estou aqui agora.

— Alyson, eu sei que eu não mereço, mas eu quero pedir-te perdão, pelo que fiz à tua mãe, pelo que deixei a Elise lhe fazer.

Afino o meu olhar para ele.

— O que a Elise fez com a minha mãe? — pergunto.

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