Lembranças das noites quentes de verão Gosto (II)

Ela disse que era urgente. Então é óbvio que eu desci também, curiosa.
Charles estava anda no telefone quando pegou o controle da TV e ligou no canal aberto de notícias. Foi quando vimos a imagem do Jordan Rockfeller, o poderoso empresário e dono da um dia maior gravadora de Noriah Norte, sendo preso, encontrado escondido em um Hotel “fuleiro” de beira de estrada.
A imagem não me surpreendeu: algemado de paletó, gravata e óculos escuros. Aquele era J.R: perdia a liberdade, mas não a pose.
- Acusado de estelionato, envolvimento direto na prisão injusta do cantor Charlie B., violência contra mulher, inclusive a própria esposa e filhas... – Dizia a repórter.
Fiquei olhando e sentindo um alívio percorrer meu corpo. Finalmente estávamos livres das maldades do meu pai. E no fim, as investigações encontraram mais coisas do que pensávamos. J.R estava envolvido em tantas coisas erradas que não sei se sairia da cadeia um dia. Foi inocente ao pensar que conseguiria fugir da Polícia.
O que eu não esperava era ver a imagem da mulher que acusou Charles de abuso, que na época era só uma garota. Olhei para “el cantante” e vi a satisfação no rosto dele enquanto as lágrimas banhavam seu rosto.
Senti as minhas, quentes e salgadas, descerem até meus lábios. A justiça enfim havia sido feita. Nada devolveria os quatros anos que ele ficou privado de liberdade. Mas o culpado havia sido pego. E seus comparsas também.
Eu me sentia culpada por tudo que aconteceu a ele. Se não fosse o “meu pai”, jamais Charles teria passado por tudo que passou.
O fato de ele chorar, fosse de emoção ou dor causada por algum sentimento, ao mesmo tempo que me deixava péssima, fazia eu admirá-lo ainda mais. Porque o homem que eu escolhi para amar, dividir a vida e compartilhar duas filhas, não se importava em demonstrar o que sentia.
Charles Bailey era emotivo, carinhoso, um ótimo pai, cantava, tinha os olhos verdes mais fascinantes do mundo inteiro, era lindo, fodia como ninguém... E me amava.
Coloquei Alice no colo de minha mãe e disse:
- Pode cuidar dela e Melody?
Ela me olhou, confusa, olhando para as meninas.
Charles me encarou, desligando a televisão, curioso. Fui até ele e limpei suas lágrimas, em seguida as minhas.
Disse em seu ouvido:
- Quero sair agora... Exatamente neste momento.
Ele pareceu confuso. Depois de alguns segundos, olhou para os lados:
- Não sei onde botei a chave do carro.
- Não precisamos da chave do carro. –
Minha mãe sorriu:
- Não tenham pressa.
- Não teremos. – Falei, enquanto o puxava para a cozinha.
- Se Alice chorar, posso chamar vocês? – Melody perguntou, com a cara de safada que me dava vontade de enchê-la de beijos.
- Não! – Eu e Charles dissemos ao mesmo tempo.
Começamos a rir. Passamos pela cozinha e abri a porta dos fundos, que dava diretamente para o nosso quintal... Que era o mar.
Eu nunca fui muito sortuda. Na verdade, minha sorte começou há uns anos atrás, quando decidi entrar num bar de beira de estrada para fazer xixi, na noite da minha despedida de solteira.
até a praia e eu deixei meus chinelos no último degrau, enquanto andava de costas, olhando
Quero quebrar a quarentena na praia...
Eu tinha pensado num bom Motel, com hidromassagem, cama confortável, ar condicionado... – Ele riu, me acompanhando enquanto retirava a jaqueta, jogando no chão... Depois
Ei... Calma... Não quero você peladão por aqui,
sabe que ninguém passa nesta praia, não é
sei... Mas quero você peladão... Mais longe da nossa casa. – Comecei
Você não gosta de Motel... – Ele me seguia, enquanto eu andava de costas ainda, sabendo que nada me faria cair, porque só havia a estreita faixa de areia e
- Eu gosto de aventura...
- Não gosta de cama...