Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 222

- Sim... Então imagina um Playground... – Lamentei.

- Infelizmente é tudo parte do que ela é... – Yuna mostrou-se atenta à conversa – Não acredito muito em mudanças repentinas no caráter das pessoas, mas acredito que crianças mudam o mundo... E as pessoas que estão nele.

- Ele fez coisas horríveis no passado... E não foi só para mim. Medy já existia. – Observei.

- Sabrina, você pode planejar mil coisas na sua cabeça, mas não pode incluir Medy nisto. Ela é só uma criança. Tirar ela dele, ok, mas lembre-se que estará também tirando o avô dela. – Yuna disse seriamente, andando mais rápido, alcançando Calissa, J.R e Melody.

- Pelo visto Yuna acha que você deve perdoar. – Guilherme disse.

- Yuna não decide a minha vida. E ela se preocupa com Melody.

- Que bom que pensa assim. Este homem merece pagar por todo seu sofrimento no passado.

- E pagará. Não sou vingativa a ponto de querer o mal dele, mas exijo que ele sofra o que eu sofri. Isso me basta.

Guilherme gargalhou:

- Isso não é querer o mal?

- Não, claro que não. Não desejo a morte dele, por exemplo.

- Oh, que bondosa você é.

- Seu bobo. – Bati de leve no braço dele, que me puxou para junto dele, dando-me um beijo no rosto.

- Sou louco por você, minha professora preferida.

Eu não disse nada. Ele me olhou com o canto dos olhos:

- Um dia você vai sentir o mesmo que sinto por você, Sabrina. No coração... Não só no corpo.

- Falando em corpo... Vamos dormir em quartos separados.

Ele parou:

- Como assim?

- Gui, eu vou dormir com Medy.

- Posso ficar com vocês duas... – Propôs.

- Nem pensar.

- Sabrina, não pode me deixar sozinho.

- Tem medo de dormir sozinho, garotão?

- Só achei que dormiríamos juntos, enfim.

- Gui...

- Caramba, Sabrina... Sabe há quanto tempo eu não faço sexo?

- Ah, que fofo... Se guardando para mim.

Ele riu e balançou a cabeça:

- Você não tem jeito.

- Tenho sim... – Puxei-o pela mão, apressando o passo.

A casa tinha dois andares e estava pintada de amarelo escuro com branco. Para acessá-la, tinha uma escadaria de pedras, que partia do andar da piscina. As janelas eram envidraçadas, sem venezianas e estavam por todos os lados. Todos os quartos tinham sacadas de frente para o mar.

Palmeiras altas, plantadas de forma estratégica, deixavam tudo ainda mais perfeito. E a parte dos fundos dava para uma vegetação que fazia parte de um morro.

- Gosta de praia? – Guilherme perguntou.

- Gosto.

Assim que chegamos perto dos demais, subimos todos juntos as escadas. Entramos na casa, que estava do mesmo jeito de anos atrás. Os móveis ainda estavam novos, mesmo antigos, pois tinham pouco uso.

Não lembro de termos usado aquele lugar nos últimos anos que morei com os Rockfeller, a ponto de Colin não conhecer o lugar.

- Sintam-se em casa. – J.R falou.

- Claro... Afinal, estamos em casa. – Falei, dando alguns passos pela sala envidraçada.

- Acho que vai chover... – Minha mãe olhou para o céu.

Realmente o céu começava a ficar cada vez mais encoberto e escuro.

- Pelo menos temos onde nos abrigarmos – falei – Neste caso, uma casa. Então, se eu não for mandada para rua, com a roupa do corpo, creio que esteja segura... Junto da minha filha, é claro. – Sorri, sentando num dos sofás e retirando meus calçados, me sentindo “em casa”.

Melody jogou-se sobre mim e acabei deitando com ela por cima:

- Mamãe, vamos no mar? Eu quero conhecer o mar. – Ela estava ansiosa.

A beijei e disse:

- Eu tenho que trocar de roupa... Desfazer as malas...

- Os empregados desfarão suas malas. – Calissa disse.

Pai (II) 1

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