- Vou falar com uma pessoa.
Levantei e me dirigi até a mesa dela. Quando percebeu, ela levantou-se, encontrando-me no meio do caminho. Reconheci outros professores da escola na mesma mesa.
- Olá! – cumprimentei, um pouco sem jeito – É um prazer revê-la, Sibila.
Ela olhou Alice no meu colo e exclamou:
- Que perfeição!
- Não é linda? – Sorri.
Alice dormia. Sibila tocou seu rosto:
- Parabéns, Sabrina.
- Obrigada. E... Bem, eu gostaria de pedir desculpas pelo que ocorreu naquela formatura.
- Não precisa fazer isso.
- Sim, eu preciso. Não tive oportunidade de dizer o quanto senti pelo que houve. Você confiou em mim e tudo que fiz foi agir por impulso e não seguir as regras.
- Eu... Vi sua entrevista para Rosy Strassbaum.
- Então entende tudo que me aconteceu. Foi difícil chegar na Escola Progresso. E eu precisava muito daquele emprego. Veio na hora certa. E creio que também tenha encerrado quando era a hora... – Sorri, sem graça.
- Guilherme é filho de Charlie B.?
Assenti, com a cabeça, observando Charles começando a tocar. Nossos olhares se cruzaram e ele me jogou um beijo, que retribui.
- Imaginei que sim... Pelos sobrenomes. O garoto passou por muitas coisas também, não é mesmo?
- Sim...
Passei meus olhos próximo do palco, onde algumas garotas se aglomeraram para ver Charles tocar. Foi quando vi Rachel.
Senti um embrulho no estômago. Do-Yoon não havia me dito que ela viria.
- Ela está menos rebelde. – Sibila me disse, acompanhando meu olhar em direção à garota.
- Não esperava vê-la aqui. – Confessei.
- O pai dela é amigo da família de Lianna. – Explicou.
- Hum, então é por isso que ela está aqui... Bem na frente do palco.
Lembrei de quando ela entrou no show de Charlie B. como Vip e me deixou furiosa na fila. Não, eu não precisava pagar na mesma moeda. Eu era adulta e ela uma garota.
- Foi bom revê-la, Sibila. – Falei, me afastando rapidamente.
Quando cheguei à mesa, entreguei Alice para minha mãe e procurei Melody, que dançava na pista, girando seu vestido graciosamente.
Fui até ela e disse no seu ouvido:
- Que acha de irmos mais perto do papai?
Ela sorriu, assentindo, enquanto pegava minha mão.
Não, eu não pagaria na mesma moeda. Mas não custava a menina entender que “el cantante” era meu. E que ela foi VIP no show. Eu era VIP na vida dele.
Quando cheguei com Medy, que começou a dançar e cantar quase gritando, conhecendo toda letra das músicas do pai, claro que ela chamou a atenção de todos.
Entrei no ritmo da música e comecei a dançar, já não me importando em vingar-me da pobre garota rica. Melody, ciumenta como só ela, praticamente ficou de frente para o pai, que sorria observando-a enquanto cantava.
Quando ele tocou “garota riquinha”, praticamente todos os convidados presentes levantaram para dançar e cantar com ele. Fiquei emocionada com o que Charles ainda causava nas pessoas. Cantei, me divertindo a cada segundo junto da nossa filha.
- Você disse que esta música não era legal... – Melody gritou, lembrando-me.
- Esqueça o que eu disse... Eu não sabia que era pra mim. – Comecei a rir, pegando as mãos dela e dançando.
Quando a música acabou, não houve quem não tenha aplaudido Charlie B. Após as palmas acaloradas, ele pegou o microfone e me olhou:
- Esta música eu compus para umas das mulheres da minha vida... Sabrina Rockfeller.
Todos os olhares viraram na minha direção.
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