CAPÍTULO 07
Sophia Clark/Taylor
Que raiva eu estou sentindo desse homem. Ainda bem que dormiu no outro quarto, mal sabe ele o tempo que levei para conseguir arrumar um pouco a minha cara de sono, com aquelas poucas maquiagens da Margarida, pois disso sou uma tonta, quem sabe é a minha irmã Samantha.
Fiquei muda o percurso todo, pois se falasse, falaria merda, e não confio muito no comportamento daquele homem doido, que pensa que eu sou realmente a esposa dele, e preciso levar em banho Maria, mas as vezes torra a minha paciência e não resisto.
Aquela história de aliança, e dizer que sou sua esposa não vai rolar! E, não vou mentir pra ninguém, ele que se explique, com todos.
Foi divertido ver que ele percebeu tarde demais que eu estava fechando a porta do elevador, e até dei um tchauzinho para abalar pelo menos um pouco do ego dele, que é tão imenso.
Desci dois andares a cima, pela lógica a sala dele fica na cobertura, então vou dar uma volta sem que ele me veja, respirar um pouco de ar fresco.
Fui andando pela recepção daquele andar, e muitos ficaram me olhando, até que uma moça veio me perguntar:
— Me desculpa a pergunta, mas você é nova aqui? — ela era ruiva com o cabelo bem escuro, e curto lisinho, olhos escuros e roupas do estilo que gosto, não entendi porque eu não posso mais usá-las, Arthur é louco!
— Sim, acho que estou um pouco perdida... comecei hoje! Sou assistente do senhor Arthur Taylor!
— Ah, sim! Que bom que preencheram a vaga, eu me chamo Lisa, muito prazer! — estendeu a mão, e eu cumprimentei.
— O prazer é meu, você é bem simpática!
— Obrigada! E, eu que quase te confundi com a esposa do chefe, já que a Mônica já avisou que ela veio o acompanhar hoje, e conhecer a empresa! — gargalhou, colocando a mão na boca, e eu ri pra disfarçar.
— Hum... sei! Mas, obrigada pela atenção... — eu já iria me despedir quando um homem apareceu. Ele é um tanto mais velho, cabelo grisalho, uma barba moderada, mas muito bonito e apresentável. Estendeu a mão pra mim.
— Prazer senhorita...
— Sophia Clark! — o cumprimentei.
— Seja bem vinda! Sou o gerente Hugo, e estamos precisando muito que comece imediatamente, estamos muito atrasados, venha comigo que vou explicar como funciona, a sua mesa fica no penúltimo andar, vou te acompanhar... — colocou a mão indicando para que eu passasse, e me despedi da Lisa, e entrei no elevador com ele.
— Você tem sotaque americano, não é daqui né? Tenho a impressão de que já te vi! — comentou quando a porta fechou.
— Sim, sou de Boston! Fui contratada lá...
— Hum, sim... acho que te vi, estava com um vestido vermelho, não é? — perguntou.
Tentei empurrar, e não deixar, mas em algum momento de descuido ele colocou a língua dentro da minha boca, e eu deixei.
Posso dizer que nunca fui beijada desse jeito, ele me deixou sem ar e com o corpo quente. Me deixei levar pelo beijo, e relaxei o corpo, aquilo estava bom, não posso negar... a boca dele é gostosa e macia, ele tem uma pegada firme, e o beijo muito mais...
Senti algo muito estranho, ele colocou a mão entre as minhas pernas, me deixando assustada, e quando senti a mão dele empurrando as minhas coxas, e segurando a calcinha, eu o empurrei com força, o deixando sem reação.
— O que está fazendo? Eu não vou transar com você! — me afastei apavorada.
— Mas, que droga! Porque não? Eu sei que gostou do beijo, eu vi... qual o problema de fazer sexo? É, o meu rosto? — perguntou irritado, e então fiquei confusa, e observei bem o seu rosto, e a única coisa que notei foi uma cicatriz de corte, mas não é nada horripilante, apenas uma marca, até já tinha visto, mas quando levei a mão para tocar, ele segurou e fechou os olhos por alguns segundos, parecia bem chateado.
— Eu já disse para não tocar o meu rosto! — fiquei mais confusa.
— Não disse nada, e qual o problema? Quer fazer sexo com alguém, e esse alguém não pode tocar o seu rosto? — ele bufou irritado.
— Eu já me cansei por hoje, se veio para trabalhar, então trabalhe! Vou mandar alguém te explicar daqui a pouco, por que eu já perdi a paciência! Não esqueça que está sendo vigiada, e depois não reclame se souber que levou chifres, porque eu não fico sem sexo, e me casei pra isso, também! — virou as costas me deixando sozinha na sala, e eu estava muito confusa e assustada... não sou essa pessoa que ele imagina, e não vou me entregar pela primeira vez desse jeito, e com alguém que eu não ame, não mesmo!
Sentei naquela cadeira chique, e liguei o computador que estava na mesa, e então a porta abriu e a Lisa entrou de cara feia.
— Você mentiu pra mim! Já soube que é a esposa do chefe, e agora só te perdoo se disser a ele que ensino muito bem! — caiu na risada, e então percebi que teria alguém ali que eu me daria bem.
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