CAPÍTULO 09
Sophia Clark/Taylor
Eu não consigo acreditar que isso tudo esteja mesmo acontecendo comigo. Estava parecendo muito bom para ser verdade, uma conversa agradável, um lugar incrível, e uma comida maravilhosa, estaria tudo perfeito se o Arthur não resolvesse tirar o dia para me perturbar.
Eu não sabia mais o que fazer, não sabia se eu corria dali, se eu o empurrava... e acabei tomando a pior das decisões, que foi a de não fazer nada, pois até mesmo não fazer nada se torna uma decisão. O problema é que eu não sabia que o filho da mãe sabia tão bem aonde encostava, para que eu ficasse nas condições que fiquei, completamente deploráveis! Mas, cheguei ao meu limite quando senti a mão dele em um lugar que nunca imaginei na vida um homem encostar, e principalmente num local como aquele aonde a gente estava, cheio de pessoas.
Senti uma mistura de raiva e desejo, poderia facilmente matá-lo por isso se tivesse oportunidade, pois a briga constante entre dois sentimentos opostos estava me levando a loucura, uma loucura completamente obscena que nunca vivi. Então saio quase que em fuga daquela mesa, mal enxergando um palmo a frente do nariz.
Me forço a colocar um pé na frente do outro, contudo, não posso fazer o mesmo pelo meu coração, que agride o meu peito com
batidas violentas sobre as quais se pode dizer tudo, menos que são controladas.
Samantha sempre diz que sou puritana demais, e agora estou entendendo um pouco disso. Que ódio por sentir esse desejo no meio das pernas, esse calor percorrendo o meu corpo, por alguém que só me fez mal, e me prejudicou, alguém egoísta, e sem vergonha que só pensa em sexo, como algo simples e banal, enquanto eu sou o contrário... nunca o conheci, nunca fui tocada...
Paro em frente ao espelho, e vejo um rosto corado, parece suado... de onde veio esse calor? Coloco as mãos na pia, abaixo o pescoço, apertando aquela torneira e pegando um pouco da água com a mão para passar no pescoço, preciso me refrescar... “se concentra Sophia, reaja! Você não precisa desse homem!“ Repito em pensamento por várias vezes a mesma coisa, enquanto a água se espalha devagar pelas minhas mãos, e escorre aos poucos pelas costas.
— Sabe que não precisa disso! Posso acabar com esse calor rapidinho... — me assustei sentindo o corpo quente do Arthur encostar no meu, erguendo a minha roupa, e colocando as mãos na minha bunda. — Ou talvez te deixe queimar... — sussurrou levando a mão até a minha área íntima, e logo tirando, me fazendo suspirar agoniada, de desejo e raiva. E depois parou, para jogar o meu resto de juízo para o espaço.
— Me deixa em paz, Arthur! Está abafado demais esse lugar! — falei com dificuldades, quase me contradizendo.
— Quer uma rapidinha? Você vai gostar...
— Uma o que? — do que ele estava falando?
— Rapidinha! Transa rápida... — fiquei com uma raiva daquele infeliz, miserável... O afastei de mim.
— Você é nojento! Eu não sou dessas! Não vou transar com você, procure outra! Eu não quero, acho que está me confundindo, ou confundindo as coisas! — ele veio vindo de novo perto de mim, mas dessa vez estava mais calmo, a impressão que eu tenho é que agora sou eu quem está tensa, e perdida.
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