Loucos Por Ela romance Capítulo 36

Allana

Fui até a farmácia mais próxima, mas sem me descuidar do retrovisor, afinal, todo cuidado é pouco depois do que Igor fez e após comprar a pílula, voltei rapidamente para o edifício. Sei que é prejudicial à saúde, mas é um caso de extrema urgência… não posso correr nenhum risco desnecessário.

Entrei e fui direto para a cozinha, onde Marta estava limpando os armários.

— Senhorita Allana, quer que eu faça o almoço agora ou mais tarde? — Perguntou enquanto eu pegava um copo de água e me lembrei da comida que Felipe fez e nem comemos.

— Não, Marta, não precisa se preocupar com isso! Continuo sem fome. Aliás, tem comida pronta aí… pode levar para sua casa quando for embora ou fazer o que achar melhor. Hoje não desce nada! — Ela assentiu e eu engoli o remédio. — Vou para o meu quarto e por favor, não estou para ninguém!

— Claro, menina! — Deixei que terminasse a higienização do apartamento e me tranquei em meu quarto.

Liguei para o Bryan, expliquei a situação e pedi que adie os ensaios o quanto puder, ele compreendeu e se dispôs a me ajudar com isso e aproveitando que a blusa de gola alta esconde os hematomas de minha pele, liguei para meu irmão em vídeo chamada para tranquilizá-lo e ainda tive a sorte dele estar em casa, o que me deu a oportunidade de também falar com meus pais e fazer um "teatro", fingindo que está tudo bem em somente uma ligação, ao invés de três.

Depois de conversar com todos, liguei a tv em uma série e me joguei na cama para assistir. Acabei cochilando e quando acordei, Marta já havia encerrado o expediente e não estava mais aqui. Tomei um banho, escovei os dentes, e fui para o closet me trocar… já que estava anoitecendo, então vesti um baby doll, afinal, não vou sair para lugar algum, a não ser do quarto.

Fui até a cozinha e vi alguns lanches naturais prontos… Marta cuida muito bem de mim e cada dia que passa tenho certeza que eu não poderia ter contratado alguém melhor! Todos os sanduíches haviam sido feitos com queijo prato, presunto, cenoura ralada, frango desfiado, maionese e pão de forma integral… do jeitinho que eu gosto! Então peguei um e fui comendo para a varanda.

Me aproximei do vidro de proteção e fiquei parada observando por alguns minutos, até ver o carro de Felipe entrando na portaria e nesse momento foi para o ralo todo o esforço que fiz o dia inteiro para não pensar nele. Deixei o alimento de lado e sentei na cadeira, lutando contra todas as lembranças que insistiam em se fazer presentes em minha mente, mas o problema maior, sem dúvidas, é não saber o que fazer com o que estou sentindo.

Fui desperta de meus devaneios com a campainha tocando e no mesmo instante travei, pois ninguém interfonou da portaria. Pensei em permanecer quieta, mas a insistência da pessoa que estava do lado de fora, deixou-me inquieta e também curiosa, tanto, que fui até a porta e só respirei aliviada quando vi pelo olho mágico que tratava-se de Kate, então abri.

— Oi, meu amor! Quis te fazer uma surpresa! — Pronunciou sorrindo e deu-me um abraço, assim que abri a porta.

— Oi, amiga… conseguiu! — Também sorri, mas aliviada e abri passagem, dando espaço para ela passar. — Entre!

Segui caminhando para a sala e a mesma me acompanhou.

— Como você está hoje? — Perguntou.

— Melhor… ao menos agora consigo dormir tranquila.

— Que bom, amiga! — Sorrimos.

— Sente-se, Kate… quer beber alguma coisa?

— Se você tiver Gin, eu aceito!

— Tenho sim… vou pegar! — Caminhei até o bar, preparei duas taças e voltei, entregando uma a ela.

— Obrigada, meu amor! — Agradeceu sorrindo, retribuí do mesmo modo e me sentei.

— Huumm… ficou perfeito! — Elogiou ao experimentar o dink e eu levei a taça até a boca, mas parei ao lembrar que tomei a pílula.

— Que bom que gostou! — Coloquei a taça na mesinha de centro e ela me encarou.

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