Felipe
Acordar ao lado de Allana já me fez ganhar o dia e após um delicioso sexo no chuveiro, terminamos nossas higienes e fomos tomar café. Aproveitei o comentário de minha irmã mais nova para anunciar a nossa reconciliação e todos se agradaram com a notícia. Percebi que mesmo em meio às felicitações, ela estava inquieta e eu sei exatamente o motivo.
— Amor, você quer ir agora? — Indaguei em tom baixo para que ninguém mais ouvisse e ela assentiu.
Levantei pedindo licença e Allana me acompanhou.
— Mas filha, você nem terminou de comer. — Dona Helena fez uma observação e Allana forçou um sorriso.
— Já estou satisfeita, mãe!
Saímos para ir à farmácia e resolvemos caminhar até lá. Abracei sua cintura e seguimos conversando. Ao chegar em nosso destino, ela fez o pedido e enquanto o farmacêutico dava o suporte necessário, eu apenas observava em silêncio.
Após realizar o pagamento, andamos até uma praça localizada um pouco à frente e nos sentamos em um dos bancos. Allana pegou o remédio em sua mão e descartou a embalagem na lixeira, em seguida, abriu a garrafinha de água que havia comprado para facilitar o consumo do comprimido e ingeriu. Vê-la engolir aquela "droga" me fez pensar.
— Acho que amanhã vou marcar uma consulta com a gine para colocar DIU, ao menos assim, ficamos livre do preservativo e sem preocupação. O que acha? — Indagou e nesse momento vi um pai jogando bola com seu garotão e fiquei observando. — Felipe, o que você tem? Está distante…
Ela interrogou e eu até poderia dizer que não era nada e mudar de assunto, mas optei por falar o que estava me intrigando.
— Sabe… presenciar você ingerindo algo tão prejudicial sem se importar em destruir a própria saúde e agora ouvi-la dizer que deseja colocar esse outro método contraceptivo com tanta urgência, me faz querer entender o porquê desse medo tremendo que você tem de engravidar. — Ela fixou em meus olhos e rebateu meu comentário com uma pergunta.
— Não acha que está muito cedo para falarmos sobre esse assunto? Na minha opinião você deveria estar feliz porque eu estou me prevenindo. — Esse esquivo me deixou decepcionado e eu quis ter certeza do que estava pensando.
— Então era sério o que me disse durante aquela conversa? Você realmente não quer ter filhos?
— Acho que não é o momento para pensarmos nisso... Ainda somos muito novos! — Ela tentou cortar o assunto, mas eu precisava saber.
— Allana, eu sei disso, mas não foi o que perguntei. — Sua respiração ficou pesada.
— Felipe, onde pretende chegar com isso? Nós acabamos de nos reconciliar… por favor, vamos mudar de assunto. — Mas que mania de querer desviar o foco!
— Amor, olha só… eu não quero brigar, nem ao menos te pressionar e também não estou me referindo ao agora, mas devemos agir com maturidade. Não estou em busca de uma aventura, muito pelo contrário! Quero construir um futuro ao seu lado e para isso eu preciso saber se as nossas expectativas são iguais. — Fui sincero e ela me encarou.
— A verdade é que no momento eu não quero, mas não sei como será daqui a alguns anos. — De início fiquei mal pela resposta, mas depois uma pontinha de esperança acendeu-se.
— Então tem a possibilidade de você mudar de ideia?
— Sim, talvez eu mude, ou pode ser que não… nada é garantido e tudo pode acontecer, mas uma coisa é certa…
— O quê? — Perguntei curioso com esse mistério e ela explicou.
— Quero prevenir o quanto puder, para que se algum dia decidirmos ter um bebê, que seja tudo muito bem planejado e por isso quero fazer uso do DIU... tudo bem para você?
O fato dela querer minha opinião para algo que será colocado em seu próprio corpo, deixou-me contente, pois apesar de ser livre para tomar essa decisão sozinha, isso é algo que reflete em ambos e essa atitude mostra que ela realmente está disposta a partilhar tudo comigo.
— Por mim está perfeito! Será maravilhoso sentir essa sua bøceta gostosa todos os dias sem camisinha. — Falei próximo de seu ouvido e ela riu.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Loucos Por Ela
mais capítulos, por favor...