LUXÚRIA - trilogia romance Capítulo 141

Resiliência (s.f.)

É ir à guerra e voltar, é sentar com seus demônios numa mesa de bar e... conversar. é apanhar de todo os lados e levantar! É ter espírito boxeador, dar ganchos de direita nas dificuldades e nocautear a própria dor. Tiago diria: "quem sete vezes cai, levanta oito". É limpar o rosto depois do choro, é a mãe solo, grávida aos dezenove que trabalhou para estudar e estudou para trabalhar. É está com um sorriso no rosto, ignora os julgamentos e cuidou do filho que tinha para criar.

É ter uma alma-água, que se adapta ao co(r)po em que estiver, da melhor forma que puder.

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O caminho para a Jazz foi rápido.

— Se for viajar me avisa! — dei aceno positivo ao meu irmão e logo fui para casa.

Não tem jeito, vou para Dubai mesmo contra minha vontade. Agora que estou tendo avanços com minha raposa terei que ir para longe, porém é para um bem maior, Jun precisa se casar em paz, já basta a pirralha dele sugando sua energia.

— Ele merece curtir a lua-de-mel. — murmurei entrando na garagem do meu prédio.

Aproveitando que estou sozinho vou correr um pouco na academia. Segui para o elevador e mal as portas se fecharam, meu telefone tocou.

— Oi, estou prestes a entrar de férias, mas ficarei contigo e só dizer o que deseja. — a voz calma do Chang está me deixando puto.

— Quero muito, digo! Muito mesmo que vá tomar no seu cu! E aí! Você vai só porque estou pedindo, pois esse é o meu desejo? — perguntei puto.

Tivemos uma discussão, porque sua incompetência é absurda, como um roubo desse aconteceu debaixo dos seus olhos! Durante o processo, retirei minhas roupas para tomar um banho rápido, preciso liberar bastante endorfina e vou correr  uma hora ou mais na esteira da academia.

O desgraçado do nosso diretor geral da contabilidade é um sonso do caralho e não duvido muito que seja ele o ladrão! Após colocar toda minha raiva para fora com esse desgraçado desliguei.

— QUE MERDA DE DIA FRACASSADO! — gritei de ódio, pois nossas empresas vão sofrer muito com essa merda toda.

Porra, preciso jogar! Tenho que aliviar minha tensão!

— Yan! Está tudo bem? — a voz da Angelina ganhou minha atenção.

Pronto, agora estou imaginando coisa! — Que loucura é essa! — penso em jogar e a voz da minha raposa reverbera na minha cabeça!Foi tão real que parece que esta aqui!

Preciso ter certeza que não estou enlouquecendo, fui até o corredor e não tem ninguém, entrei no banheiro também não, olha para minha cama e sei que sua bunda não passaria por debaixo dela! — Com toda certeza não passaria. — sorrir da minha observação e segui para o closet, e lá está ela agachada e escandalosa como sempre.

Os minutos seguintes foram um verdadeiro inferno, pois praticamente supliquei para que me desse uma oportunidade e me negou todas elas!

Ela se foi me deixando sozinho. — Não posso desistir, mas essa recusa toda fode com meu ego!

Tomei um banho e coloquei uma bermuda, ia correr, mas desisti. Fui até a varanda para dar uma olhada na cidade e escutei minha raposa em uma ligação e pude sentir o desespero em sua voz. Fiquei esperando para saber o que estava acontecendo e o barulho de algo caindo me forçou a ir até a cozinha.

— Não, não pode ser Armando! Isso não é verdade! — pelo que entendi é algo com a menina e entrei na cozinha para ver se precisa de ajuda — Vou tentar pegar um dinheiro com meu patrão e vou de táxi.

— O que aconteceu raposa? — questionei vendo seus olhos lacrimejando — está com essa carinha porque?

— Minha filha! — um silêncio tomou conta do lugar — Abusaram da minha menina Yan. — tentei segurar a onda para não deixá-la mais apavorada.

— Deixe-me colocar uma roupa, vou te levar em casa, só um segundo. — não esperei resposta e corri para trocar de roupa — Que porra de mundo maluco! Quem abusa de uma criança, caralho.

Coloquei uma calça jeans, tênis e meu  moletom, peguei meu telefone e as chaves do carro do Jae.

Voltei para a cozinha, mas ela está vindo ao meu encontro.

— Vamos! — informou que ia pegar a bolsa e fui junto, entrelacei meus dedos nos dela para ganhar sua atenção — Estou contigo raposa, não sofra sozinha, me conta tudo que te disseram. — a puxei para um abraço — Estou aqui.

— Obrigada. — dei a ela o espaço necessário sem soltar sua mão e juntos fomos para a garagem — Meu Deus, minha filha… — ouvi, seu murmuro baixinho está acabando comigo, pois não posso fazer nada.

Assim que entramos no carro, me contou o que aconteceu e fiquei furioso… imagino o trauma que essa criança vai ter pelo resto da vida. Não faço ideia da idade da menina, mas independente de qualquer coisa, já é ruim para uma mulher, imagina uma criança!

Fico pensando o que passa na cabeça do um ser humano a ponto de forçar alguém a fazer sexo não consentido. Essa situação está me deixando péssimo, pois estou investindo demais na Angelina, não quero que pense que sou um abusador ou algo do tipo.

— Se quiser posso te ajudar com essa situação raposa, pago o melhor advogado e investigador e vamos achar o abusador, tenho amigos influentes pelo mundo e alguns podem te ajudar a colocar esse cara na cadeia. — me ofereci para ajudar e ela aceitou, assim que parei no sinal direcionei minha atenção em sua direção e seu choro baixinho está me deixando agoniado.

— Minha menina… — a puxei para um breve abraço e fiquei muito feliz por ter aceitado.

— Vamos passar por essa situação da melhor forma possível raposa — murmurei em seu ouvido.

Aproveitei um pouco mais desse momento para tê-la em meus braços e tive que soltá-la, pois as buzinas começaram a suar atrás da gente. Nos afastamos e voltei a dirigir.

— Meu Deus, como será a vida da minha filha daqui pra frente? — segurei sua mão e me mantive dirigindo devagar por causa do trânsito.

Levamos um pouco mais de tempo para chegar em sua casa porque o trânsito não estava nos ajudando e como não conheço muito bem as ruas de Nova York tive que ser guiado por ela até que finalmente paramos em frente a sua casa.

Senti que estava prestes a sair correndo quando segurei sua mão.

— O que vou te falar agora pode não fazer nenhum sentido, por está chocada ou com algum sentimento de culpa por ser mãe de uma menina, e descobri que de foi abusada acaba gerando culpa, isso é normal — informei alisando seu rosto —, o que quero dizer é que deve passar para ela um pouco de segurança, se deixar evidente seu desespero pode tornar a situação ainda mais caótica Angelina.

Cobriu o rosto e começou a chorar novamente, lhe dei um abraço apertado bem sincero.

— Essa criança precisa de um porto seguro, não de um barco afundando… desculpa a sinceridade, mas é dever de um pai mesmo em momentos tão caóticos que seja o porto seguro! Angélica já está emocionalmente fodida por tudo que aconteceu, não há desespere ainda mais. — me confirmou que vai se controlar — respira e se acalma raposa no seu tempo a gente entra.

Respirou fundo algumas vezes e se afastou dos meus braços.

— Obrigada por me trazer e me dizer essas palavras… não sei nem o que fazer Yan, mas muito obrigada por seu o meu porto seguro — fui surpreendido por um beijo no rosto e um abraço que me levou a envolver meus braços ao seu redor da forma que deva já que a posição não ajuda muito — Vem comigo, entra não me deixa sozinha — me convidou e saiu na frente.

Deixei que fosse a primeira a entrar, mas quando escutei seu grito me apressei em alcançar a porta da sala.

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