Mais do que paquera romance Capítulo 87

Ouvindo isso, Andreia riu.

E esse riso fez a cara de Eduardo escurecer.

- Do que está rindo?

- É claro que estou rindo do que Sr. Eduardo disse - Andreia olhava para ele. - Você diz que seus machucados são graças a mim, mas ao meu ver, isso foi você quem procurou. Se o senhor não tentasse abusar de mim, Sr. Raviel também não bateria em você.

- Então está dizendo que eu levei uma surra e foi bem feito? - Eduardo cerrou os olhos.

- Não é? - Andreia levantou o canto dos lábios.

Eduardo abaixou o olhar e riu de um jeito maquiavélico.

E então, ele jogou uma das bengalas de lado, e empurrou Andreia na parede.

Andreia nem teve tempo de se preocupar com a dor nas costas, perguntou apavorada:

- O que está fazendo?

Eduardo não lhe respondeu, apenas se aproximou dela em dois grandes passos, jogou a outra bengala também de lado e a prendeu em frente de seu peitoral colocando os braços na parede ao lado da cabeça de Andreia.

Andreia ficava atarantada, e só pôde perceber o que Eduardo queria fazer após alguns tempos, dizendo com suas bochechas vermelhas de raiva.

- Me solta!

Eduardo não se mexeu.

Andreia segurou as mãos em punho, se preparando para empurrá-lo.

E nessa hora, a voz ameaçadora de Eduardo ressoou em seu ouvido.

- Eu te aconselho a não se mexer. Eu sou um funcionário ferido, se você me derrubar no chão, e meus ferimentos piorarem, você não só terá que arcar com os custos, ainda terá que cuidar de mim.

- Você... - Andreia recolheu a mão que estava no ar.

Eduardo olhou para ela e suspirou falsamente.

- Não vai me empurrar mais? Eu até estava querendo que você me empurrasse...

- Chega! - Andreia gritou de cara feia, encarando o homem em sua frente com raiva. - O que você quer? Não pode me deixar em paz?

- Se quer que eu te deixe em paz, então terá que fazer uma coisa por mim.

- Qual coisa? - Andreia teve um pressentimento de uma desgraça do que estava por vir, pois seu olhar trazia cautela.

Seu sexto sentido a dizia, que deveria não ser uma coisa boa.

Eduardo riu de leve e abriu a boca para falar, mas Andreia viu que a porta da sala de ajudantes se abriu e Saymon saiu de dentro. Ela sentiu um alívio em seu coração e gritou por ele:

- Sr. Saymon!

Saymon ouviu sua voz e se virou. Ao ver a posição em que estavam Andreia e Eduardo, ele levou um susto.

- Sr. Eduardo, Srta. Andreia, o que estão fazendo assim?

- Nada demais, apenas faz um tempo que não vejo Andy e estávamos matando a saudade - Eduardo disse brincando com seus cabelos. - Não é mesmo, Andy?

Andreia fingiu não ter ouvido o tom de ameaça em sua voz, e balançou a cabeça para Saymon.

- Nada disso, eu encontrei Sr. Eduardo por acaso e ele não me deixa ir embora. Sr. Saymon, por favor, me ajude a tirar ele de mim, ele está ferido e não tenho coragem de tocar nele!

Eduardo mudou de expressão, olhando para Andreia sem acreditar.

Quem diria que essa mulher tem a coragem de desobedecê-lo!

Ela não tem medo de que ele conte seus segredos para o mundo?

- Já que é assim... - Saymon andou em sua direção e pegou as bengalas do chão, estendendo para Eduardo. - Sr. Eduardo, assediar uma funcionária dentro da empresa é inadequado de sua parte. Se o presidente souber disso, você ficará com problemas. Agora pode soltar Srta. Andreia?

Eduardo olhou para ele com ferocidade, virou-se para Andreia e a olhou também, depois pegou as bengalas e a soltou finalmente.

Assim que Andreia ficou livre, ela se afastou mais longe dele.

Vendo que ela parecia evita-lo como se ele tivesse uma doença contagiosa, sorriu friamente e olhou para Saymon, zombando:

- Você apareceu numa ótima hora.

- Que nada - Saymon sorriu. - Apenas por acaso Sr. Raviel estava me chamando, mas já que Sr. Eduardo apareceu aqui, deveria ser à procura dele também, vamos juntos?

Ele fez um sinal de convite, sem dar a Eduardo a chance de recusar.

Como Eduardo não poderia entender suas intenções? Mesmo assim, ele guardava a raiva e sorriu para Andreia, dizendo:

- Andy, aprece que não podemos conversar mais hoje, então até outro dia.

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