Em Gludale, ninguém ousava desafiar Lance, porque todos sabiam que, com o comportamento violento do homem, qualquer um teria um fim miserável ao provocá-lo.
No entanto, os dois pequenos o haviam deixado sem reação ao serem corajosos o suficiente para ameaçarem morrer de fome se não conseguissem o que queriam.
Lance ficou perdido por um tempo, já que não podia simplesmente bater neles ou repreendê-los.
"Sr. Hardwick, o que faremos? As crianças ainda são pequenas, e não é bom para a saúde delas se ficarem sem comer. E se ficarem doentes?"
Aaren não ousaria implorar por Carley, então precisava encontrar uma maneira de ajudá-los indiretamente.
No entanto, Lance ainda estava com raiva, por isso todas as possibilidades pareceram inúteis aos seus olhos.
"Pois deixe-os morrer de fome. Você quer o quê? Que eu ceda aos caprichos deles?"
Lance não estaria tão angustiado se soubesse o que fazer, mas como ele poderia lidar com eles daquele dia em diante se cedesse no primeiro desafio apresentado?
Aaren então assentiu com a cabeça e fez o que lhe foi mandado. Mas no fundo, ele acreditava que os dois pequenos, e somente eles, seriam capazes de levar o homem teimoso à razão.
"Tudo bem. Farei como quer."
Lance o encarou muito insatisfeito, e marchou de volta para o quarto com tontura.
Antes, ele só ficava fraco no inverno intenso. No entanto, suas mudanças de humor tinham ficado incontroláveis depois que reencontrara Carley, por isso ele vivia tonto, o que o deixava ainda mais zangado.
Aaren estava numa posição difícil e lamentável, pois estava no meio de uma disputa de teimosos. O assistente não conseguira persuadir nenhum dos lados e estava preso no meio deles, praticamente como um saco de pancadas.
Ele estava angustiado em um canto, quando um subordinado o abordou e sussurrou. "Aaren, a Carley se esgueirou na mansão lá nos fundos. O que devemos fazer? Capturá-la?"
Aaren o deteve.
"Não faça isso! A dra. Chambers é uma mulher muito carajosa para se atrever a vir aqui sozinha. Mas o fato é que isso é uma briga entre amantes, e não queremos ser punidos por intervir na situação depois que eles fizerem as pazes."
Por estar de fora, Aaren via claramente os sentimentos de Lance por Carley, pois sabia que o homem não ficaria tão bravo se não a amasse.
Então acreditava que Carley conseguiria resolver o assunto agora que estava na mansão.
"Então o que devemos fazer?"
Carley se agachou contra a parede e se moveu furtivamente, nem ela ouvia os próprios passos.
Mas ouviu um barulho ao passar pelo quarto de Lance, e seu coração quase saltou do peito de horror.
No segundo seguinte, ela pensou ter ouvido alguém cair, então se lembrou da estranha doença de Lance. Por isso, se aproximou da janela, e o viu desmaiado no chão.
A médica não teve tempo de pensar no que estava fazendo, e simplesmente entrou no quarto correndo.
"Lance, acorde."
Carley o levantou com dificuldade, sentindo o corpo do homem frio. Ele perdera a consciência, por isso não a ouvira chamá-lo.
A dra. Chambers se sentiu impotente ao lembrar o motivo da doença dele, pois sabia que ele provavelmente piorara por culpa dela. Seria melhor se eles nunca mais se vissem.
Ela nem queria mais se explicar.
A mulher respirou fundo e olhou ao redor do quarto procurando as agulhas de prata e a medicação, já que, mesmo chateada, a prioridade era sempre salvar vidas.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Mamãe, não deixe o papai
Quando há mais capítulos?...
O restante do livro? Não tem coisa que indigna mais do que livros pela metade e que consta como concluído....
Não tem mas atualização?...