Ponto de vista de Alice
"Intrusos não são convidados, Lucian. Você foi avisado no posto de controle, mas desobedeceu." disse Rick.
"Você não estava pronto para entregar o que me pertence, então não tive escolha", disse Lucian. Seus olhos encontraram os meus. Seu rosto se abriu em um sorriso, mostrando as covinhas, e ele piscou.
Minha loba quase pulou para fora de mim.
"Companheiro! Companheiro!", ela uivou em mim.
"Fique longe da minha irmã", avisou Rick, com raiva, apontando a arma para Lucian.
Lucian suspirou.
"Você não sabe de nada, não é?"
Eu mal conseguia respirar.
"Alice é minha companheira. De acordo com as leis sagradas, eu tenho o direito de reivindicá-la. Ela pertence a mim".
Lucian sorriu.
Fechei os olhos. Eu podia ouvir suspiros, murmúrios e corpos mudando de posição ao meu redor. Abri os olhos para olhar para os de Rick.
"É verdade, Alice?", ele perguntou com desconfiança.
Afirmei com a cabeça. Lucian sorria presunçosamente.
Rick olhou para mim com uma expressão ilegível enquanto eu era dilacerada por várias emoções diferentes. O vínculo de companheiro é o mais sagrado para os lobos. Uma vez que eles se encontram, o macho marca a fêmea e uma noite íntima selvagem vem em seguida. Depois disso, a fêmea marca o macho.
Eles podem até se marcar juntos durante a consumação. Uma vez que o acasalamento é feito, o vínculo está completo e os dois estão ligados para sempre. Eles compartilham a vida, os sentimentos, os pensamentos, tudo. Dependendo do seu ponto de vista, encontrar seu verdadeiro companheiro pode ser um presente ou uma armadilha.
Ninguém tem o direito de interferir no vínculo do companheiro. É contra a lei. O macho pode reivindicar a fêmea mesmo que ela seja de uma matilha inimiga.
"E então? Posso reivindicar minha companheira agora?", Lucian disse, impacientemente.
Rick levantou a mão para detê-lo.
"Você está no meu território. Eu vou decidir o que acontece. Mesmo que ela seja sua companheira, você não pode levá-la embora sem a minha aprovação".
Os olhos verdes de Lucian brilharam de raiva. Meu companheiro e meu irmão se encararam.
"Rick, por favor...", comecei a dizer.
Eu mordi os lábios. Aquilo não era o que eu queria. Nunca me senti tão dividida em toda a minha vida. Eu não queria estar com Lucian, mas minha loba queria.
"Você não pode me impedir de reivindicar minha companheira, Rick. Se quiser guerra, eu vim preparado para isso", Lucian rosnou. Ele estava prestes a se transformar.
"Muito bem. Vai ser do jeito antigo ou você prefere armas?", Rick advertiu, apontando sua arma para Lucian.
Ouvi o clique e fiz algo que nunca tinha feito antes: eu perdi o controle.
Minha loba se libertou das amarras. Meus ossos se quebravam e se remodelavam, rasgando minhas roupas. Meus olhos mudaram, meus dentes desceram e minhas garras cresceram. Bastou um olhar na direção de Rick para um rosnado escapar da minha boca. Lana, minha loba, estava no controle.
Eu avancei por entre os guerreiros, ignorando o som de surpresa vindo de Emma. Não conseguia me controlar. Me lancei contra Rick quando o som de disparos ecoou no corredor. A bala ricocheteou na parede. Rick disparou por acidente.
O som de tiros agitou minha loba. Lana queria destroçar a gargante dele. Rick caiu, surpreso, comigo rosnando sobre seu peito.
Ele me encarou com os olhos arregalados. Lana rosnou, enraivecida.
"Meu! Não toque no meu companheiro", ela disse, embora só eu pudesse entendê-la.
De repente, um par de braços fortes me agarrou, me puxando para trás. Lana se debateu.
"Alice, para!", Lucian gritou.
Mas quem estava no controle não era eu, era Lana. Ela queria arrancar a garganta de qualquer um que ousasse machucar seu companheiro, mesmo que ele fosse meu irmão. Eu não consiguia lutar contra a raiva dela. Eu me contorcia muito, mas, ainda assim, Lucian conseguiu me segurar, me puxando para longe de Rick.
Quando o cheiro e o toque dele penetraram em mim, Lana se acalmou. Eu parei de me debater e ele gentilmente me colocou de volta no chão, se certificando de que eu estava de frente para ele, não para Rick.
"Ei, linda, vem cá", ele disse com voz rouca. De repente, fui dominada pelo desejo. Lucian estava curvado sobre um joelho, me encorajando a me aproximar dele. A aura de Alfa emanava dele. Eu queria me submeter. Ele sorriu e gentilmente me acariciou atrás da orelha, passou a mão pelo meu pelo. Fechei os olhos apreciando seu toque.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Me aceite, querida Luna!
Muito bom. Mas gistariacde msis capitulos...