Luíza
Em determinado momento não escuto mais barulhos de trânsito o que me leva a crer que estamos em um lugar mais isolado, porém não tão distante porque não faz tanto tempo assim que esse carro está em movimento.
—Pode me dizer se já chegamos? — Pergunto com a voz trêmula esperando muito que me respondam.
—Logo você vai saber boneca! Se o chefe não quisesse tanto você intacta, poderíamos aproveitar um pouquinho — um dos homens que está perto de mim fala, não sei dizer qual deles, mas isso me dá muito medo, me traz a recordação do meu maldito vizinho do Brasil. Então resolvo que o melhor é me manter calada.
Mas um tempo se passa e agora sinto o carro parando, a porta é aberta e pelo barulho que ela faz parece ser… uma van talvez? Me puxam de dentro de qualquer jeito me fazendo quase cair de cara no chão e começam a me guiar ainda vendada — graças as vezes que o Lucca me vendou, não tenho fobia e consigo prestar melhor atenção aos barulhos que soam ao meu redor — claramente estávamos numa propriedade afastada, talvez grande, sentia que onde eu estava pisando não era asfalto, nem grama, talvez seja cascalho porque está difícil com esses saltos. Eles ainda não me tiraram a bolsa, queria muito que dessem essa bola fora, mas acho improvável.
—Cuidado com o degrau bonequinha — o cara diz me puxando para cima e abrindo uma porta, sei disso porque dá para escutar o trinco, logo que entramos ele a b**e com força — vamos conhecer seu novo quarto — andamos mais um pouco até que ele para, me empurra para o lado e fecha a porta de onde estou agora.
Fico um tempo parada tentando saber se estou sozinha, quando percebo que sim, tiro a venda dos meus olhos piscando forte algumas vezes para me acostumar novamente com a luz, assim que me acostumo começo a olhar ao meu redor percebendo que estou numa suíte pequena¸ essa é a primeira coisa que meus olhos captam, depois percebo que não estou mais com a minha bolsa — claro que eles não deixariam ela comigo. Devem ter puxado no momento que me empurraram aqui para dentro — começo a explorar o lugar, apesar de não ter muito para isso. É uma suíte bem pequena, tem apenas uma cama de casal, uma cômoda, a janela está tapada com tabuas de madeira — nada de luz do sol para mim — e do outro lado tem uma porta onde presumo ser o banheiro, ando até lá confirmando ser o que achei, vendo que é pequeno, que o box não tem se quer uma cortina e que está abastecido com alguns produtos de higiene básica. Volto para o quarto indo conferir se a porta que está realmente trancada, então só me resta sentar e esperar.
Não sei que horas são, nem quanto tempo já se passou, não tem relógio aqui e não entra nem uma frestinha de luz se quer pelas tabuas que tem na janela, me levando a crer que essas tábuas podem estar tanto do lado de dentro quanto de fora. Nesse momento, todos já devem estar a minha procura, afinal não cheguei ao restaurante que iria me encontrar com a Emma, isso é estranho, porque depois de tudo que aconteceu e me tornei a noiva de um Bianchi, comecei a ser acompanhada por um ou dois seguranças quando saía sozinha. Talvez não tiveram tempo de impedir mas viram, se for essa a situação, logo, logo estarei sendo resgatada, caso contrário vou ter que torcer para as pessoas que passavam na rua terem prestado atenção no que houve, torcer para que as câmeras por onde passamos tenham pego o trajeto e por último, que eu consiga fugir desse lugar se eles derem algum vacilo. Estou pensando em tudo isso quando a porta é aberta com brutalidade, fazendo minha atenção ir toda para ela. Mas o que vejo me deixa muda e até confusa.
—O que... porque você está aqui? — Pergunto tentando tirar da cabeça a ideia que essa pessoa é a responsável por tudo isso.
—ENTÃO VIROU VADIA FOI? A SANTINHA VIRGEM VIROU UMA PUTINHA? — Ele me pega pelos cabelos com muita força, me fazendo olhar para ele a força — EU VOU SAIR POR ESSA PORTA E AMANHÃ QUANDO VOLTAR, VOCÊ VAI ESTAR TOMADA BANHO. NÃO QUERO NEM UM POUQINHO DO CHEIRO DAQUELE PLAYBOYZINHO EM VOCÊ, VOCÊ É MINHA ENTENDEU? MINHA CARALHO! — Termina de falar me empurrando com força para baixo fazendo com que eu caia de joelhos no chão. Assim que ele se afasta e escuto a batida forte da porta que me faz ter um susto pelo barulho, desabo num choro desesperado.
Não vão me achar aqui, não sei onde estou, que horas são, quantas pessoas mais podem estar ajudando esse homem que um dia ousei achar que fui apaixonada e o pior é saber que o segurança que ficava comigo na maior parte das vezes que eu saía sozinha, está por trás disso. Com certeza ele passava todas a informações não apenas sobre mim como sobre o funcionamento dos nossos dias, nossa rotina e deve éter dito que eu iria almoçar perto da empresa, portanto estaria a pé, o que claramente facilitou ainda mais toda a ação para me sequestrarem. Agora eu não sei o que esperar do Jhon, ele obviamente é obcecado por mim e capaz de qualquer coisa para me ter com ele, não sei se essa loucura é capaz de me matar ou de matar quem amo.
Me levanto do chão ainda chorando, vou até o banheiro dando graças a Deus ao perceber que ela tem tranca — pelo menos isso — tranco a porta, tiro toda minha roupa deixando-a dobrada num canto do banheiro, solto meus cabelos e vou até a ducha, que assim que é ligada cai uma água extremamente fria, não tem aquecedor ou algo do tipo e tenho medo de não fazer o que ele mandou, hoje foi um tapa forte na cara, um puxão violento de cabelo, mas amanhã pode ser algo pior — solto um suspiro pesado — pego os produtos de higiene e juntando toda a coragem que tenho no momento, entro debaixo da água congelante. Meu queixo treme imediatamente pelo frio, começo a lavar meu cabelo rápido, não há espaço para um banho calmo aqui, me ensaboo como se estivesse numa competição de quem se ensaboa mais rápido, me enxaguo por mais um tempo e pronto, meu banho está findado. Pego a toalha que já estava aqui quando cheguei me enxugando com a mesma rapidez que tomei banho, visto a minha calcinha pelo avesso para amenizar o fato de estar usada, coloco o sutiã e logo estou vestida novamente. Agradeço novamente a Deus, por não terem tirado o sobretudo de mim, porque percebi que na cama só há um lençol fino. Saio do banheiro sentindo a diferença de temperatura acometer meu corpo, o banheiro é mais gelado por causa do azulejo, por ser mais úmido mesmo — não que o quarto seja quentinho, está bem longe disso — me encaminho até a cama me deitando encolhida bem nomeio dela, me cobrindo com o lençol cor de rosa desbotado. Fecho os olhos mesmo sem saber se já está de noite fazendo de tudo para que os pensamentos positivos sobressaiam os negativos, poderia ser pior certo? O lugar é limpo, não tem nenhum dos homens aqui comigo e o Jhon me bateu, mas não parece quem tem a intenção de me matar. Tenho que colar algo para fazer com que ele confie em mim, agora pensando com clareza, foi uma loucura ter gritado aquelas coisas para ele... preciso fazer ele pensar que estou caindo no papinho dele e rezar para que ele não tente avançar o sinal, porque nesse caso, não vou ter como me defender, mesmo sendo alta, não tenho treinamento e força para derrubar o Jhon.
—Por favor meu Deus, cuida de mim e faz a minha família me achar! — Sussurro para mim mesma, deixando as lágrimas caírem pelo rosto — Nós não merecemos mais essa rasteira não.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu CEO Dominador
Ué, cadê o resto do livro ?...
Ué, concluido assim, 4 capitulos?...
Mas capítulo por favor...