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Meu CEO Dominador romance Capítulo 86

Lucca

Como previa, a minha noite foi completamente atordoada, quase não consegui dormir e as vezes que consegui, tive sonhos variados com a Luíza e com o nosso filho...Era tudo tão real que acordei desse cochilo com a impressão de ser real, sabe aqueles sonhos bem reais que você fica se questionando até entender que foi apenas sonho? Pois é. Foi a visão de um futuro que não virá mais para nós — pelo menos não agora — nós estávamos numa casa grande, com um grande jardim cheio de grama, lembrava a mansão dos meus pais, ela corria animada atrás de um menininho loiro de olhos da cor dos dela que gargalhava para a mãe numa brincadeira contagiante de pega-pega.

Assim que acordei me bateu a tristeza, não consegui mais pegar no sono e desde então olho a cada segundo para o relógio que tem na parede do quarto para que possa ir ver a minha namorada logo, então tomei um banho, botei uma das roupas trazidas pelo meu irmão ficando à espera do médico que sei que em breve irá aparecer. Logo batem na porta pedindo licença.

—Bom dia Sr. Bianchi, vim para lhe levar até a Srta. Milani, dizer que se ela seguir como está, a tiraremos do suporte ventilatório e traremos para o quarto provavelmente tirando também o sedativo aos poucos para que em breve ela possa estar consciente — o médico fala me animando um pouco, tudo que mais quero no momento é tê-la mais perto.

—Isso é muito bom, vamos! — Ele acena concordando e saímos do quarto para mais uma ida a ala da UTI.

Dessa vez não são necessárias tantas explicações pois já estive aqui ontem, a única coisa que pedi foi um pouco mais de tempo que por tudo que estamos passando o médico se compadeceu e deu mais minutos para eu poder conversar com ela, vê-la. Visto todo o aparato exigido para estar ali e entro no quarto onde ela se encontra exatamente como ontem, não há reações, sorrisos, falas, nada. Nunca mais quero ter que ver ela assim.

-Oi meu amor, sou eu mais uma vez aqui te enchendo o saco, mas é que não posso estar ao seu lado toda a hora e quando deixam tenho que aproveitar para falar com você, mesmo que não obtenha resposta - sorrio fraco pegando em sua mão com cuidado por conta do acesso do soro que está ali - Não sei mesmo se consegue escutar o que falo ao ponto de entender, mas se puder compreender quero que saiba que a saudade está enorme, que dormir sem ter você do meu lado ou receber suas mensagens é um verdadeiro saco - suspiro frustrado - a boa notícia é que muito provavelmente você irá hoje mesmo para o quarto pois está se mantendo bem nessas quase 48 horas e o médico falou também que vai tirar sua sedação para que volte logo para a gente. Quero muito ouvir sua voz doce me chamando de "Loirinho", estou louco para ver eu sorrio perfeito e seus olhos... você sabe o quanto sou fissurado neles certo? Você é uma parte de mim Luíza, sem você consciente ao meu lado, não posso seguir, não dá - meus olhos começam a lacrimejar porque não posso contar que perdemos nosso bebê - preciso de você Baby! Tudo fica sem cor quando você não está, até a comida ficou sem gosto acredita? Ontem o Vicenzo e o Erick ficaram um bom tempo comigo, depois o Mike que você conheceu antes de começarmos a ter realmente algo veio aqui também, nós marcaremos algo para que você conheça a esposa e o filhinho deles - pensar nisso acaba comigo, pois se ela pode mesmo me entender deve estar pensando no fato de que em breve será mãe e conversar com uma mulher que tem um filho pequeno será ótimo - A Emma fala comigo quase que o tempo todo, quando ela souber que você vai para o quarto, tenho certeza de que vai largar o que quer que esteja fazendo e virá correndo para o hospital ficar com você - a enfermeira aparece na porta e porra como o tempo passa rápido quando estou aqui falando com ela - agora vou ter que ir Ragazza, logo você vai ouvir de todos os nossos amigos e familiares. Amo você, não esquece! - Me aproximo um pouco mais da cama onde ela está, deixando um leve beijo em sua testa abaixo de onde a faixa se encontra.

Saio do quarto rumo a saída dessa m*****a ala e não sei se é melhor vê-la, mas ter que deixá-la aqui ou saber que pelo menos tive esse tempo ao seu lado para matar um pouco minha saudade. É uma situação difícil em muitos sentidos...o que mais penso é em como vou contar sobre o aborto, não sei se ela tem alguma lembrança do acidente, se tem noção do que lhe aconteceu. Mais que porra! Chego no quarto me jogando logo na poltrona, escorando minha cabeça no encosto, a sensação de impotência é algo que acaba com qual quer um, porque não há o que fazer a não ser esperar. Fico bastante tempo nessa mesma posição com os pensamentos a mil quando escuro a porta abrir me fazendo levantar a cabeça imediatamente.

—Oi Figlio - passa meu pai pela porta acompanhado do meu irmão. Devo lembrar de agradecer ao Luigi depois, porque ele está praticamente sozinho a frente da empresa e sem secretária, tendo apensa alguma ajuda da Olga — como estão as coisas por aqui? — Pergunta em quanto dou um abraço rápido no meu irmão.

—O médico me levou para ver a Luíza agora pela manhã, disse que provavelmente no final da noite eles a transfiram aqui para o quarto e vão tirar a sedação aos poucos — Explico a eles.

—Isso é muito bom Frattelo! Todos poderemos ver a Deusa e logo ela estará saindo daqui — fala esperançoso.

—Só estou preocupado com a reação dela quando souber da perda — falo sentado novamente, eles se sentam em um sofá que fica perto da poltrona — não faço ideia de como ela vai reagir.

Ficamos bastante tempo conversando sobre como proceder quando a soubermos o causador do acidente, depois meu pai falou sobre o fato do bebê ser menino, me fez derramar algumas lágrimas — acho que nunca chorei tanto em toda minha vida — depois ficamos falando sobre coisas triviais até que chegou a hora do almoço e meu pai só foi embora quando viu que eu havia comido direito.

No início da noite a Emma ligou por chamada de vídeo com o Adam ao lado para saber em detalhes tudo que aconteceu hoje e o que irá acontecer provavelmente na madrugada. Ficamos um tempo os três conversando, minha mãe e irmã também me ligaram, o Luigi falou comigo também, me falando sobre o andamento das coisas na empresa além de querer saber como estão as coisas por aqui. Assim foi por toda a noite até que a madrugada chegou... com ela vieram enfermeiros, o médico e a mulher mais linda do universo já sem suporte respiratório para ficar no quarto. Como é vip, pedimos a adição de mais uma cama para o acompanhante que no caso sou eu mesmo. Depois que a acomodam, diminuem a sedação e deixam tudo em ordem, o médico me explica que será assim até tirarem por completo e que daí em diante dependerá exclusivamente dela para acordar, que tem pessoas que ainda ficam um tempo "dormindo" porque o corpo exigiu demais delas, mas que de toda forma serão realizados mais exames para terem certeza do estado de saúde da Luíza. A verdade é que ele foi bastante otimista dizendo que o pior já havia passado, que brevemente ela acordaria e poderia em pouco tempo estar em casa.

Casa! Essa é uma coisa que venho pensado bastante... não sei como vai ser quando ele estiver consciente, mas pensei em irmos passar um tempinho na casa de campo da minha família, acho que o ar puro de lá vai ajudar a nós dois e quem sabe depois disso a convenço a ir morar comigo, afinal já está claro para mim que não consigo mais ficar longe dela. Nunca pensei sentir algo tão profundo e intenso por alguém.

Puxo a poltrona para perto de sua cama vendo que já passa das 03:00h da manhã, me sento e seguro sua mão.

—Você está aqui Baby! Te falei que não iria demorar para que ficasse escutando minha voz todo o tempo não falei? Você agora está no quarto e sua sedação está sendo tirada aos poucos, por favor quando tirarem toda, não demora para acordar não tudo bem? Não sei se aguento muito tempo sem você sendo você — beijo a mão delicada dela, olhando-a tão frágil em cima da cama — tudo vai ficar bem minha Feiticeira Gostosa e logo vamos fazer mais planos para o futuro - falo com toda a convicção que existe dentro de mim no momento, crendo e pedindo que toda essa avalanche passe para que tenhamos chance de ser felizes novamente.

Deito a minha cabeça na ponta da cama sentindo sua pele e seu cheirinho natural, pensando que estamos mais perto dela acordar, mais perto também de enfrentarmos o processo com a psicóloga, pensando que teremos o rosto, nome, tudo de quem ultrapassou o sinal vermelho. Com tantos pensamentos e o conforto de tê-la ao meu lado acabo adormecendo

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