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Meu CEO Dominador romance Capítulo 90

Luíza

Acordei a pouco tempo da minha tentativa de sono, vendo que o Loiro já estava não só sentado na poltrona, como já tomou banho e trocou de roupa. Pelo seu semblante, sei que assim como eu, ele não dormiu de verdade, o Lucca está com os cabelos maiores, a barba também está maior e suas olheiras denunciam que faz tempo que não dorme de verdade. Não consigo imaginar o que ele sentiu todo esse tempo que estive inerte, porque ele teve que lidar com a perda do filho — ou melhor, não lidar porque claramente ele está começando a enfrentar isso agora que acordei — e ainda teve que se preocupar com a minha situação durante vinte e dois dias, quase um mês sem saber se eu iria acordar um dia, o porquê que não tinha acordado ainda se meus exames sempre tinham bons resultados, lidar com o medo constante de algo acontecer comigo, fora a incerteza de como seria minha reação ao saber da perda do bebê. Suspiro pesado fazendo sua atenção vir para mim.

—Faz tempo que está aí? — Pergunto olhando para ele.

—Faz um pouco de tempo... queria te deixar dormir em paz porque daqui a pouco uma aglomeração de pessoas vai entrar por essa porta e não haverá espaço para tranquilidade, você sabe como é! — Sorrio fraco assentindo. Nenhum de nós dois consegue esboçar reações de alegria verdadeira.

—Não dormi, apenas dei pequenos cochilos e sei que você também não — falo de uma vez.

—Mentir para você sempre será algo impossível, não é? — Ele pergunta vindo sentar na cama.

—Você não corta o cabelo faz tempo pois seus cabelos estão bem grandes, a mesma coisa acontece com sua barba que não está feita e sua olheiras mostram que você não anda dormindo muito — falo me arrastando para mais perto dele.

—Estou acabado como diz a Emma? É isso que está querendo dizer? — Ele pergunta tentando emplacar um pouco de humor.

—Só estou dizendo que precisamos nos cuidar Lucca, isso é algo que vai nos ajudar, sei que vai e isso vale para mim também — falo sincera encostando minha cabeça em seu ombro.

Não há mais espaço para que ele fale alguma coisa, porque um alvoroço é escutado de longe e logo depois a porta é aberta, passando por ela exatamente dez pessoas. Não me perguntem como todos eles conseguiram entrar de uma vez só aqui, mas creio que tenha a ver com a quantidade de dinheiro que ele tem em suas contas bancárias. A partir daí a bagunça foi instaurada dentro do quarto, por alguns muitos minutos eles fizeram com que nós dois déssemos algumas risadas, afinal ver as briguinhas entre a Emma e o Vicenzo é uma verdadeira diversão, o que também não me passou despercebido foram os olhares discretos entre o Adam e o Luigi, não sei ainda o que está prendendo eles de ter algum relacionamento. A Elisa estava falante, mas percebi seu incomodo por estar num ambiente tão fechado com o Erick, queria muito que ela encontrasse alguém que a visse de verdade, porque apesar de gostar bastante do Erick, ele parece vê-la apenas como a irmã mais nova dos amigos, não sei, ainda não consigo compreender ao certo. Eles todos foram embora dizendo que em breve estaríamos juntos na casa de campo — sim, eles já sabem que decidimos que será melhor para nós irmos para lá — e agora restou eu, o Lucca e a Emma.

—Baby, sabe que hoje vou me reunir com os caras, o Bruce, parte da polícia e meus seguranças para podermos realizar nosso plano — O Lucca fala sério sabendo que me sinto dividida com essa história.

A partir do momento que ele sai e a Emma fala comigo, é meu fim. O pranto que havia cessado volta com força total, mas é mais forte que eu, não consigo controlar tudo que estou sentindo, são tantas coisas, tantos medos, tantas dores. Ver o Lucca saindo pela porta para participar de um plano que prenderá o responsável pelo meu acidente, me causou uma completa sensação de pânico, um medo surreal de simplesmente essa ter sido a última vez que eu o vi e ele nem me esperou dizer que também o amo. A Emma se deita comigo na cama me abraçando com força tentando me acalmar igual ela fazia quando eu tinha crises de ansiedade logo após o acontecido com o meu vizinho do Brasil, só que dessa vez nada que ela está fazendo funciona e algo me diz que ela sabe que não funcionaria, porque o meu choro é mais do que medo de perder mais alguém, é o choro que não pus totalmente para fora quando descobri que não existia mais gravidez, que não tinha mais bebê. Choro em meio a lamentos e gritos, em quanto ela tenta a todo momento me acalmar mas chora assim como eu, porque sente minha dor, sei que sente. Eu e a Emma sempre fomos muito ligadas, se fossemos irmãs provavelmente seriamos gêmeas, porque o jeito que nos entendemos é difícil para quem é de fora compreender, então ela apenas me deixa chorar, gritar, fincar as unhas em seus braços até sobrar apenas soluços baixos e murmúrios de pura revolta com o mundo.

—Porque Emma? Porque coisas ruins acontecem tanto comigo? — Pergunto chorosa para a minha amiga que agora está de frente para mim na cama. Daqui a pouco meu almoço deve chegar inclusive e nós estamos assim.

—Não tenho como te responder a essa pergunta amiga — ela suspira como se buscasse as palavras certas — coisas ruins acontecem o tempo todo com todas as pessoas, não acredito que existam pessoas escolhidas para receber todo o fardo das coisas ruins que possam existir na face da terra. Nós não controlamos nossas vidas por completo, nós só temos as rédeas até certo ponto — ela faz uma pausa — todos os dias quando saímos de casa, nós não sabemos o que pode acontecer, ninguém tem essa certeza de que nada de ruim vai acontecer. Posso sair desse quarto daqui a pouco, levar a porra de uma topada, bater a cabeça muito forte e simplesmente morrer ou ficar em cima de uma cama para o resto da vida. Estou dando um exemplo bem bobo para tentar explicar meu ponto de vista — olho para ela atenta, absorvendo tudo que ela está me falando — não sabemos o que o futuro te reserva Luíza, não sabemos o porquê de tanta dor agora se vinte e poucos dias atrás tudo estava perfeitamente bem, mas pode ter algo grandioso esperando por você e pelo Lucca, porque eu tenho certeza que você dois são para sempre — ela sorri sincera me fazendo sorrir um pouco também — eu vi de perto o martírio dele. Nós fizemos uma tabela com os horários para cada um ficar aqui com você, mas ele quase sempre desrespeitava e ficava aqui comigo ou com qualquer um com dos outros. Ele não queria que você acordasse e não o visse, foi por isso que a minha primeira atitude foi de avisa-lo. Ele te ama tanto, que dizia a todo momento que se pudesse, trocaria de ligar com você.

—Ele é mesmo perfeito e se tem algo no momento que tenho certeza, é de que o quero para todo o sempre comigo — falo olhando para ela que sorri assentindo.

Nosso momento é interrompido com a chegada do almoço que por sinal é muito bom, não sei se tem a ver com a área ser vip, mas agradeço por isso, porque se tem algo que preciso também, é recuperar os quilos que perdi. As coisas que a Emma falou estão rodando em minha cabeça em quanto comemos em um silêncio confortável — sim, vem comida para duas pessoas sempre — sei que tudo que foi dito é a mais pura realidade, mas em momentos de fragilidade nós não conseguimos ver as coisas com esses olhos, por mais que tentemos é difícil demais. O que mais quero é sair daqui, começar a terapia e seguir minha vida ao lado do homem que amo em busca de um futuro onde não exista essa dor.

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