Meu Chefe é Sheik romance Capítulo 4

Eu estava encostada na parede e minhas lágrimas caíam no meu rosto de raiva. E agora eu devo a minha vida inteira a ele, e como vou fazer para pagar? Trabalhar de graça por tanto tempo? Como vou fazer para sustentar a minha família? E ainda mais com o desmiolado do meu irmão, que só pensa em festas e comprar coisas para a moto dele, esquecendo das necessidades básicas, e minha mãe, que é uma mulher boa, mas gosta muito de ter luxos exagerados que não condizem com a nossa situação financeira. Uma mão está em meu ombro e me assusto.

"O que está acontecendo? Por que está chorando?" - o sotaque do homem era igual ao do meu chefe, deveria ser um dos empregados dele - "Posso te ajudar?"

" Não é nada, só aconteceram umas coisas comigo. Sempre acontecem."

"Eu posso ajudar você?"

"Não, infelizmente não pode" - respirei fundo - "Obrigada."

"Vou ficar na cidade até o fim da semana, fique com meu cartão, me contate por mensagem se precisar, diga que é a moça chorosa do hotel que eu vou saber quem é."

" Obrigada, o mundo precisa de pessoas como você, que se importam com as outras e não de pessoas más que só sabem humilhar as outras."

"Eu preciso ir, tenho uma reunião, não hesite em me ligar."

E assim, o rapaz bonito sumiu pelo corredor, e eu também precisava sumir dali, ou estaria mais encrencada do que já estou. Desci pelo elevador dos funcionários, pois tinha muito trabalho para fazer. Fui até a minha escala e vi que, além da suíte presidencial, eu também teria que limpar alguns quartos. Peguei o meu carrinho de limpeza e corri para limpar os que faltavam. Mas a minha gerente apareceu.

"Você não veio até minha sala por quê?" - ela cruzou os braços.

"Eu tinha mais quartos para limpar" - não disse nada sobre o que aconteceu.

"E se eu a despedisse, você não precisaria limpar nada, era só ir embora."

" Eu não posso ser despedida, e você não poderá fazer isso por muito tempo."

"Do que você está falando?" - ela estava indignada.

"Que eu queimei um terno" - não disse nada sobre o relógio - "E agora eu vou morrer trabalhando aqui para poder pagar. Não posso ser despedida por você."

"Quem lhe falou isso?" - ela estava indignada.

"O dono do hotel disse que eu devo trabalhar para pagar o terno. Pediu que eu falasse com o financeiro."

"Eu vou averiguar isso. Não posso ficar aturando você aqui por tanto tempo."

Ela saiu batendo os saltos pelo chão do corredor do hotel e provavelmente iria verificar se minha história era verdadeira ou se eu estava falando alguma mentira para que ela não pudesse me despedir. Ela era temida por todos nós, mulheres da limpeza, e podia despedir ou contratar quem ela quisesse. Era tia do gerente geral. Segui com meu trabalho, pois antes mesmo do almoço, eu já devia um carro importado para o dono do hotel. Nunca fiz essa proeza antes. Eu tentava fazer tudo certo, mas não sabia o que as pessoas tinham contra mim, pessoas como a Sirlene, que saiu do quarto e nem mesmo me avisou. Se ela tivesse feito isso, eu teria saído na hora certa, e nada disso teria acontecido comigo. Poxa, eu limpei tudo enquanto ela tirava fotos para postar em suas redes sociais, e nem assim ela me ajudou. Existem pessoas que gostam de prejudicar os outros. São pessoas que se beneficiam da bondade alheia. Tenho certeza de que não será a última vez que alguém mau virá se beneficiar de minha bondade.

Finalmente, chegou a hora do almoço, que era a única hora boa do meu dia. Eu e José almoçamos juntos, e meu amigo sempre me fazia rir. Ele também tinha uma vida difícil como eu e sempre dizia que devíamos rir, pois nossa vida já era uma tragédia. Sabíamos o quanto cada gota de suor que derramávamos era essencial para nosso sustento.

"Aí, José, tenho tanta coisa pra te contar" - coloco a comida que trouxe de casa no microondas.

Capítulo 4 Dívidas 1

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