Fernando Cortez
A semana que vem ali no quartel, seria bastante agitada, porque os novos recrutas que acabaram de se formar, seriam transferidos para ali, por isso o coronel mandou-me selecionar os novos soldados.
Soltei um suspiro de frustração porque odiava realizar essa parte, isso deveria ser feito pela administração, mas como o Coronel Matias mesmo falava: “Nós somos pagos para desenvolver nosso trabalho direito. Você tem o cargo mais alto, entretanto, tenho a função de maior preparação das companhias para a Defesa da Pátria, além de administrar como leis internas do Estado-Maior no Exército.”
Velho desgraçado! Como se ele fizesse algo a não ser dar ordens, com aquela bunda velha sentada o dia inteiro naquele gabinete. Não via a hora daquele homem se aposentar e parar de infernizar minha vida.
Pedi ao Tenente Klaus para me ajudar, afinal, eram muitas pastas com fichas dos candidatos. Selecionei alguns rapazes pelo físico e sua boa saúde, um exemplo que tomávamos era sempre ter bastante cuidado na hora de escolher o soldado, pois não adiantava selecionar um cara enorme com vários problemas e históricos de doenças.
Após selecionar o próximo grupo, Klaus comentou, sorrindo animado:
— Ah! Agora vem a melhor parte, as mulheres. Será que temos muitas beldades esse ano?
Às vezes, pensava que ele era meio perturbado de sua cabeça.
Revirei os olhos, pois já conhecia o jeito mulherengo do meu amigo e comentei, sério:
— Tenente Klaus, ainda vai se meter em alguma confusão com essas soldadas! Todo ano esse seu fogo incontrolável pelas novas subordinadas nunca muda.
— Não é fogo, General Cortez, procuro uma companheira, estou ficando velho e quero alguém para compartilhar a vida, e você deveria fazer o mesmo!
Olhei seriamente para ele, confessando com ironia:
— Quero distância de mulher, você sabe o que me aconteceu da última vez que tentei fazer isso.
— Você precisa esquecer o passado, meu amigo, já faz sete anos que aquilo aconteceu.
Suspirei pesadamente, passando a mão em minha barba e disse:
— É melhor mudarmos de assunto, não gosto de falar sobre isso.
Ele concordou e continuamos a selecionar as candidatas. As novas subordinadas daquele ano eram bastante competentes e habilidosas. Finalmente esse ano não teríamos tantas pessoas folgadas e preguiçosas.
Vi um sorriso no rosto de Klaus ao analisar uma das pastas e comentou:
— Veja só, essa aqui se chama Luísa, descendente de indígena e é muito bonita. Selecionarei ela para o seu grupo.
Olhei para ele sem paciência e disse, sério:
— Klaus, pare de querer me arrumar um casamento! Já te disse que não estou procurando por mulher.
— E quem disse que é para você? Essa aqui é minha, mas volto a dizer que precisa de uma. Tem quanto tempo que você não transa?
Ele me olhou curiosamente, levantando a sobrancelha enquanto eu confessava, ainda analisando uma das fichas:
— Não que seja da sua conta, mas treino para aliviar a excitação. Realizar exercícios ajuda, seu idiota.
— Pode até ajudar, mas não é tão prazeroso quanto comer uma buceta apertada. Ainda lembra da sensação, general? - ele soltou uma gargalhada.
Eu peguei uma das pastas e joguei para ele, enquanto respondia:
— Cala essa sua boca, seu idiota, ou te colocarei para trabalhar nas piores partes rurais. E não duvide, eu tenho poder para isso.
— Está bem! Já parei e não quero dormir naqueles alojamentos horríveis. — Klaus levantou a mão em rendição.
— Ainda bem que você entendeu o recado, agora vamos trabalhar.
Klaus recompôs sua compostura e continuou a selecionar os candidatos. Levantei-me indo até à cafeteira, me servi uma boa xícara de café e retornei a minha mesa para terminar logo de escolher as novas subordinadas.
Quando eu estava na última pasta, a jovem naquele currículo me chamou muita atenção. Ela era muito bonita, tinha os olhos castanhos, cabelos negros e a pele bronzeada. Arrisco dizer que seja mestiça, filha de branco e negro, a famosa mistura de café com leite.
Suas qualificações eram ótimas, ela trabalhava de maneira eficaz e tinha habilidades com as armas, inclusive metralhadoras. Além de ser bastante competente com os animais. Era a primeira vez que via uma soldada com todos esses predicados.
Acabei sorrindo ainda olhando para foto e Klaus percebeu e se levantou, me sondado curioso.
— Você está sorrindo? O que essa última candidata tem? Deixa eu ver.
Não tive tempo de reagir porque o filho da mãe puxou a pasta rapidamente da minha mão. E então, confessou maliciosamente, enquanto lia a ficha da subordinada:
— Deixe-me ver! Soldada Helena Hernandes, 21 anos, morena clara, olhos castanhos claros, 1.65, estado civil: solteira. Habilidades como: área florestal, cavalos, trabalha com máquinas e artilharia pesadas. Funções de armas: metralhadoras, escopetas, calibre 22 e 38, além de atiradores sniper. Nossa, essa é realmente boa!
— Também achei, ela será umas das selecionadas. Coloque-a na minha equipe.
Klaus me olhou maliciosamente e confessou:
— Você está muito fascinado nessa subordinada. Teve interesse nela, não foi?
— Sinceramente… Você e sua mente pervertida, já te expliquei que o currículo dela é bom e bem qualificado. Apenas esse é o meu interesse.
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