Meu Homem! Volume 3 da trilogia Doce Desejo. romance Capítulo 11

Nos primeiros dias da reabilitação, Alexander se esforçava nos treinos. Após o alongamento dos membros superiores, ele moveu a musculatura do tronco com o auxílio da fisioterapeuta. Algumas vezes, sentiu dores no início dos exercícios de decúbito, rolava e movimentava o corpo para cima e para baixo. A parte mais complicada era a transferência do peso do corpo; entretanto, ele se esforçava nas atividades sempre que Nicole estava presente.

— Você consegue! — Encorajou a voz mansa.

No fundo, o coração dela estava aflito. Por um instante, Nicole se mexeu, pensou em correr para ajudá-lo, mas Claire fez que não com a cabeça.

— Continue, amor! — Incentivou com um sorriso. — Logo você vai dirigir o seu carro.

Ele segurou o metal frio da cadeira e elevou o torso enquanto suportava o seu próprio peso nos braços, girou o corpo em direção ao assento e ajeitou-se bem devagar. Arrumou as pernas com o auxílio das mãos. Sorriu e arfou ao olhar para a esposa que não conteve a emoção. Girou as rodas e movimentou-se em direção a mulher que o aplaudia.

— Você conseguiu, amor!

Nicole segurou-lhe o rosto com o queixo marcado entre as mãos e o beijou sem se importar com a presença da médica.

— Estou orgulhosa de você!

O otimismo e o apoio de Nicky faziam com que a depressão não o consumisse. Ela era a mesma mulher positiva que, não importava o que acontecesse, o colocava para cima e era disso que ele precisava.

Alexander colocou a mão dela contra o seu peito e logo em seguida pressionou a curva do seio esquerdo dela com a outra mão. Os dois corações batiam no mesmo ritmo.

— É a força desse amor que me mantém vivo e me dá forças para continuar — falou a voz rouca.

Nicole assentiu com o rosto avermelhado. Emocionada com a declaração do marido, ela o abraçou.

— Talvez eu consiga montar em você — murmurou a voz rouca e sensual.

— Alexander!

Embora ela experimentasse um arrepio com a excitação, ajeitou a postura quando notou que os olhos de ônix de Claire os espiavam.

— Estou muito feliz com a evolução do Alexander. — A médica limpou a garganta. — Alguns pacientes demoram um pouco para fazer esses exercícios de mobilidade.

— Compreendo — respondeu Nicole.

— Esses treinos te ajudarão a ter o máximo de independência.

A ortopedista mirou o homem, que desviou o olhar.

— Muito obrigado, doutora! — Ele entrelaçou os dedos de Nicole.

Um sorriso se revelou nos lábios carnudos e vermelhos de Claire.

— Eu é que tenho muito a te agradecer — retrucou o som meloso. Claire enrolou o cacho com o indicador. — Se você não fosse por você e o doutor Albuquerque, eu não teria chegado até aqui.

— Você conhece o doutor Albuquerque? — questionou Nicole.

— Sim! — Os olhos escuros fitaram-na. — O meu pai e o tio Henry são amigos há três décadas — Claire sorriu.

O som do telefone tocou e quebrou a tensão, faltava meia hora para pegar os filhos na escola. Nicole desativou o alarme, conforme Claire falava da próxima consulta.

— Alexander, eu já ia me esquecendo de comentar com você. — A médica ergueu a cabeça. — Falei com o doutor Albuquerque que você respondeu bem aos atos reflexos.

— Como assim? — Nicole levantou uma sobrancelha.

Ela esperou até que o marido respondesse, mas foi Claire que acabou por romper o embaraçoso silêncio que se instalou entre o casal.

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