Meu Homem! Volume 3 da trilogia Doce Desejo. romance Capítulo 21

Eram quase 7 horas da manhã de sábado quando Alexander entrou no elevador adaptado para cadeirante, acionou o botão e, em poucos segundos, a porta abriu no primeiro andar da casa. Foi até a cozinha e preparou ovos mexidos.

A governanta chegou alguns minutos depois e ajudou a preparar o café da manhã especial de Nicole, que completava 29 anos naquele dia.

— Rosa, daqui a pouco dê a mamadeira da Jullie, por favor! Eu deixei pronta, está em cima do balcão.

— Sim, doutor! Fique tranquilo, deixa a Nicky descansar mais um pouco. Essa menina não para nem por um segundo.

Sem demora, ele apoiou a mesinha sobre o colo e mexeu na alavanca, as rodas se moveram a caminho do elevador até o quarto do casal. Ele abriu a porta com cuidado e apreciou o brilho no rosto de Nicole. Acarinhou a maçã do rosto logo que viu um sorriso torto.

― Bom dia!

― Um belo dia, meu anjo! ― Os dedos esguios tocavam-lhe a face. ― Feliz aniversário, amor!

Ele entregou-lhe a mesa de café da manhã. Os olhos azuis cintilavam com a reação positiva da esposa. Além do jejum, tinha um pequeno cupcake com chantilly rosa, que Alexander comprou na noite anterior e escondeu no fundo da geladeira para que Nicole não encontrasse. Acendeu a vela enquanto a voz grave cantava parabéns.

― Faz um pedido — sugeriu ele.

Nicole assoprou a velinha e sorriu.

― Quero ficar para sempre com você!

― Ficaremos juntos para sempre, meu anjo!

As mãos prenderam repentinamente os seus cabelos e numa fração de segundo pegou os lábios dela em um beijo apaixonado. Roçou o nariz e admirou a mulher que amava.

― Agora você precisa comer o seu café da manhã que eu preparei!

― Desde quando você cozinha?

Nicole mordiscou um pedacinho do minibolo.

― Eu sei me virar, morei sozinho na França.

― Pensei que você pedia comida pelo aplicativo.

― Claro que não! — Ele coçou a nuca. ― Às vezes eu pedia, mas era só quando estava exausto dos plantões.

― Você tem que comer coisas saudáveis para manter a boa forma, senão o seu fã-clube vai enlouquecer.

― Qual fã-clube? – Se empenhou para esconder o sorriso. ― Todos sabem que somos casados. Eu me esforço na terapia e nos treinos para te impressionar.

― Sério?

Ela inclinou a cabeça para o lado depois que mordeu um pedaço da torrada lambuzada com geleia.

― Por falar nisso, preciso que você tire uma dúvida. Quando você começou a se exercitar?

― Na França ― acrescentou em voz baixa.

― Alguém especial além das amigas que você comeu na França?

― Não, Nicky! ― Tencionou os lábios. ― Foi por você, porra!

― Ah, fala sério! Eu sempre te amei do jeito que você era. Nunca pedi que você mudasse.

― Eu sei! ― Ele uniu as mãos na altura da boca. ― Fiquei arrasado quando Marcello disse aquelas mentiras, não conseguia parar de pensar em você. Tentei ocupar a mente com o trabalho, leitura e os treinos.

Alexander conteve a ira e tentou manter a cabeça fria. Naquele dia, ele pretendia fazê-la feliz.

― Está com ciúmes? ― O sorriso ameaçou cortar o rosto. — Você está grávida?

― Não! ― Tomou um gole do café expresso.

― Você só ficou com ciúmes na gravidez da Jullie.

― Eu sempre senti, mas eu sei dos meus limites. Não vou me rebaixar!

― Eu não quero saber o que as outras pensam sobre mim e não tem outra que me interesse além de você.

Deu um beijo ligeiro nos lábios de Nicole.

― Se existe alguém que ilumina meu coração como o sol, esse alguém é você. ― A voz piegas a persuadiu.

O olhar amendoado brilhou, era como se a luz do céu corresse para se animar em seus olhos. Nicole suspirou, algo fantástico acontecia quando estava nos braços dele.

― Hei, por que você está chorando? ― Segurou o rosto dela.

― Culpa sua! Você me enfeitiça com essas palavras bobas.

Alexander sabia que os aniversários eram complicados para a esposa e o quanto ela resistia em comemorar aquela data.

― Nada de festas! ― Encarou os olhos claros.

― Meu anjo, é só um jantar para nós dois. ― O dedo indicador ergueu-lhe o queixo.

― E quanto às crianças?

― A Rosa indicou uma babá!

― Eu não quero outra mulher na minha casa. Eu cuido dos meus filhos e do meu marido.

― Fique tranquila, Nicole! ― A governanta serviu o café de Alexander. ― A minha irmã é pedagoga, tem mais de vinte anos que ela trabalha com crianças na escola. Ela está passando as férias no Rio e virá me visitar. Eu pedi permissão ao doutor Alexander.

― A Rosa disse que a irmã dela ajudará a tomar conta das crianças enquanto estivermos no jantar.

― Papai, quero bolo! — Jullie tocou o braço de Alexander.

Pela manhã, a família se reuniu em volta da mãe enquanto cantavam alegremente a canção de parabéns. Logo que comeram o bolo e fizeram a refeição, as crianças passaram o dia brincando com os pais pelo quintal da casa.

Ao cair da noite, Nicole agradecia em seus pensamentos pelo marido e pelos filhos maravilhosos. Colocou Jullie no berço e seguiu direto para o quarto onde se preparou para o tal jantar no lugar luxuoso. O vestido possuía o decote degradê, ela ajeitou os seios e arrumou as alças finas com reguladores e calçou as sandálias.

― Precisa de ajuda? ― Passou a língua nos lábios carnudos.

Os olhos azuis devoravam o corpo delineado pelo belo vestido.

― Sim! ― Virou-se e exibiu a pele nua das costas até as nádegas. ― Feche o zíper, por favor!

― Que tal ficarmos em casa? ― Ele aproximou os lábios das costas causando-lhe pequenos arrepios. Apalpou as carnes fartas do bumbum. ― Podemos comemorar na nossa cama.

― Não! Agora eu já fiz a maquiagem e ajeitei o meu cabelo ― retrucou Nicole.

― Eu e a minha boca grande ― ele disse entre risos.

As mãos habilidosas fecharam o zíper de metal. Alexander ficou embasbacado quando Nicole girou os calcanhares e ficou de frente para ele.

Os cabelos castanhos estavam presos em um coque e a franja lateral embelezava o rosto com maçãs salientes. Nicole deslizou o batom rubro pelos lábios curvos e olhou para o marido.

— Estou pronta, vamos!?

Copyright © 2.021 por Ana Paula P. Silva.