Nós mal voltamos do lugar onde ficavam os pés de amora e Bruno correu para contar para o pai dele sobre nós. Acho que ele ficou genuinamente feliz por ter aceitado o trato dele.
_Você está parecendo aquelas crianças mimadas e fofoqueiras que correm para contar para a mãe quando apanham dos coleguinhas. - Disse sorrindo quando Bruno voltou. - O que ele disse? - Perguntei me referindo ao que ele contou ao pai sobre nós.
_Qual parte você quer saber? A parte boa, a ruim, a constrangedora ou fofa. - Meu amigo responde sorrindo.
_Tem um parte fofa? - O sorriso de Bruno aumenta e ele balança a cabeça em sinal positivo.
_Começa pela parte ruim. - Faço uma careta.
_Vou começar pela constrangedora, ele me deu isso. - Bruno retira um pacote de camisinha do bolso, acho que meu coração parou de bater na mesma hora porque senti todo meu corpo ficando frio só pra esquentar muito depois, realmente isso deve ter sido constrangedor.
_Ele disse o que quando te deu isso? - Gostaria de ter sido mais confiante mas minha voz saiu quase como uma súplica.
_Que arrancaria minhas bolas e me faria come-las se você aparecesse grávida! Bruno enruga a testa. - Ele também disse que está feliz por nós que faz votos para que possamos dar certo. Que não tem como fazer marcação cerrada em cima de nós e que confia na educação que nos deu, nesse caso me deu isso - Bruno sacode o pequeno pacote de plástico preto - se vier a acontecer ele quer que usemos isso e... Essa é a parte ruim ele vai falar pra minha mãe, tudo. Até que você se sinta a vontade pra falar.
_Uau! Saiu melhor do que eu imaginei, sério! Tirando a parte constrangedora.
_Tirando a parte constrangedora. - Meu amigo concorda. - Pelo menos ainda podemos acampar...
_Será que eles vão deixar? - Pergunto com curiosidade e esperança.
_Vão... Eu pedi para o Sr Cláudio no meio da nossa conversa, acho que é por isso que ele me deu o pacotinho preto... E tem três outros pacotes dentro desse. - Bruno olha pra mim com a expressão de garoto que fez arte.
_Bobo! Não vai rolar... - Estou rindo da cara de espanto que ele fez.
_Não precisamos transar para usar isso... - Ele disse com cuidado. - Eu estava pensando... em usar como balão! - Eu pensei que talvez ele estivesse brincando, esperei um sorriso dele ou alguma outra piada mas, ele permaneceu sério.
_Você está falando sério!? - Perguntei incrédula.
_Estou... Qual problema? Já fizemos isso.
Tá, ele tem razão, uma vez no ano passado ficamos brincando com uma camisinha. Enchemos de ar e ficamos brincando de jogar de um para o outro, fizemos piadas idiotas sobre o óleo lubrificante e o cheiro de morango. Mas agora!? Agora é diferente. Tinha que ser diferente, certo? Errado! Pela expressão do meu amigo ele sabia o que estava pensando e não aprovava. A frase seguinte confirmou o que já sabia.
_O fato de nos beijarmos não muda o que tínhamos, só torna as coisas... Mais... Íntimas...? Não vamos fazer nada se não quiser, eu nunca te pediria algo assim ou te deixaria numa situação delicada. Se a ideia for ruim ou te deixar constrangida é só dizer, eu continuo sendo o mesmo Ana. Você pode continuar confiando em mim. Eu sou seu melhor amigo lembra? - Um clima tenso começou a pairar sobre nós, fiquei com medo por não saber o que dizer.
_É que parece estranho. Desculpa.
_Tudo bem, esquece! Vou montar a barraca, pega umas lanternas e um daqueles seus livros sobre vampiros chupadores de sangue e toda aquelas mortes e pesadelos, pede minha mãe alguma coisa pra comer também e travesseiros e... Cobertores...
_Tuuudo bem! - Brinco e ele sorri. O clima tenso se dissipou, fiquei feliz com isso.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu melhor amigo(Completo)