Acordei agarrada ao Bruno. Na noite anterior tinha chorado tanto. Eu estava confusa, com raiva...
Porque diabos o meu pai resolveu aparecer depois de tanto tempo!? Isso é muito estranho... E se ele foi o tipo de cara cruel que batia na minha mãe, ou um irresponsável que simplesmente largou minha mãe quando ela disse estar grávida.
Mesmo depois de acordar meu amigo ainda ficou abraçado comigo. Ele fazia um carinho leve no meu braço, era confortável. Eu me sentia segura ali, eu sabia que ele não poderia me proteger de fato, mas me sentia segura.
Me mexi um pouco em meio a cama improvisada, me virei para olhar para o garoto que me tinha em seus braços. Eu beijei ele, um beijo lento e carinhoso. Não tinha nada de desesperado ou sexual como são a maioria dos nossos beijos.
_Você pode contar comigo Ana, sempre. Eu vou estar aqui se tudo der certo e vou estar aqui se tudo der errado. - Depois de dar um beijo carinhoso na minha testa ele se levantou. - Quer que eu traga café ou alguma outra coisa pra você comer?
_Não... Vou me levantar também.
Ele anuiu e eu me levantei. Caminhamos até a casa de mãos dadas, o gesto não era estranho entre nós, andamos de mãos dadas muitas vezes, naquele momento porém, significou muito.
Depois de entrar me deparei com os olhos dos meus tios em mim. Acho que minha cara de quem não dormiu bem a noite e a expressão preocupada de seu filho entregou que algo estava errado.
_Sua mãe falou com você ontem? - Lílian me perguntou e mordeu o lábio inferior em expectativa.
Ela sabia, claro que ela sabia. Elas são melhores amigas, ela deve conhecer o cara. Deve saber quem ele é, como é.
_Co.como ele. Ele era? Porque terminaram... - Não foi preciso dizer mais do que isso, Lilian sabia exatamente de quem eu falava.
_Você deveria perguntar isso a sua mãe Ana. - Lílian suspira, eu entendo, ela está sendo fiel a sua amiga, talvez eu fizesse o mesmo.
_Liliam qual é? É o pai dela, Ana tem o direito de saber e você sabe muito bem que a Jaqueline tem tanto ódio do André que é perigoso contar umas mentiras...
_Claudio... - Minha tia repreende. - Não acho que devamos.... - Ela finaliza e abaixa a cabeça.
_Seu pai era uma ótima pessoa Ana. Um cara muito responsável...
_O que aconteceu? Eu perguntei com expectativa, talvez não fosse de todo ruim.
_Andre namorava sua mãe, ele queria se casar, tinha uma condição estável e uma casa. Mas sua mãe se negou a casar com ele por duas vezes, eles brigavam e depois acabavam voltando... Numa dessas brigas seu pai conheceu a Elaine. A moça era um doce, meiga, estudiosa, muito bonita. Os dois ficaram íntimos bem rápido e a moça era... Uma moça. Então ela acabou grávida. Seu pai já tinha voltado com sua mãe quando soube da gravidez, ele contou a sua mãe, acho que como forma de convece-la a se casar ele. Durante dois meses seu pai se humilhou e se arrastou atrás da sua mãe, mas ela não aceitou se casar com ele. Então André se casou com a Elaine e assumiu o bebê.
_Onde eu entro nessa história? - Perguntei, porque não entendo onde eu me encaixo.
_Sua mãe foi atrás do André um dia antes do casamento, eles passaram um dia e uma noite juntos, na manhã do casamento sua mãe acordou mais cedo e deixou seu pai com um bilhete. Dois meses depois ela descobriu você.
_Ela nunca falou de mim pra ele!?
_Não! - Tio Cláudio responde ao mesmo tempo que tia Lilian da outra resposta
_Eu não sei. - Ela diz.
_Como ele descobriu? - Minhas palavras saem mais como um sussurro.
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