Resumo de 23. Você está mentindo! – Uma virada em Meu melhor amigo(Completo) de Luciolabarbosa
23. Você está mentindo! mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de Meu melhor amigo(Completo), escrito por Luciolabarbosa. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
_Tem duas semanas que você disse que iria contar a ele! - Bruno resmunga.
_Eu sei... É só que... - Tento me explicar.
_É só que nada Ana! Você parece estar sempre fugindo, sempre mentindo... Não quer mais namorar comigo é isso?
_Não estamos namorando! - Digo na defensiva e me arrependo em seguida. Bruno me lança um olhar magoado. Sem me responder ele entra em casa.
Parece que todos querem brigar comigo hoje. Primeiro Erick quando cheguei na escola. Agora Bruno. Caramba! Será que as pessoas não percebem que eu não sou uma pessoa que gosta de ficar falando disso!
Namoro e sexo na minha casa, com a minha mãe sempre foram um tabu. Tudo que ela me disse quando era criança era que deveria ficar longe dos meninos porque eles me magoariam ou que não existiam príncipes.
Ok. Não existem príncipes, nem contos de fada, os rapazes vão me magoar... Se eu vou quebrar a cara de qualquer jeito não é melhor que ninguém saiba!? Assim não vou passar pela vergonha de todos saberem e me julgarem ou ficarem com pena de mim.
Eu já sou a garota sem mãe, adotada... Coitadinha dela...
Já tenho que conviver com uma mãe problemática, uma mulher fria e que nunca me demonstrou amor. Então porque ainda vou ficar falando do meu futuro fracasso? Eu não quero fracassar como da última vez, não quero errar, mas se eu errar não quero que as pessoas saibam. Eu não quero que tenham pena de mim.
Enquanto estou deitada na minha cama num completo mau humor, meu celular toca me avisando que uma mensagem chegou. Abro o aplicativo de mensagens e vejo que é meu pai. Abri a mensagem e li.
"Estou no portão te esperando, você pode sair? Preciso conversar com você."
Merda! Erick deve ter contado a ele o que viu. Aquele filho da p... Filho de uma mãe. Respiro fundo, ainda estou de uniforme isso vai me dar uma desculpa e tempo. Respondo a mensagem pedindo dez minutos para trocar e demoro quinze. Hoje é dia em que o Bruno tem que trabalhar e ele parece já ter saído.
Pego uma chave na pequena casinha de madeira que fica pregada na parede da cozinha. Tranco a casa e saio. Meu pai está encostado no carro vermelho com calça jeans e camiseta. Ele parece tão jovem e tranquilo, teria sido legal crescer com ele.
_Eu não tenho muito tempo mas acho que vamos poder conversar um pouco. Já almoçou? - Balanço a cabeça em negação. - ótimo! Eu também não. Comida chinesa ou massas?
_Massa. - Respondo sentindo nojo terrível da comida japonesa, aquilo é horrível! Doce com salgado, carne crua e arroz. Horrível. Eca!
_Oh! - Foi tudo que ele respondeu.
_ Como andam as coisas com a minha mãe? - Pergunto mudando de assunto.
Conversamos por muito tempo, falamos de muitas coisas, foi divertido, sempre é. Meu pai tenta me compreender tenta me me ajudar, não me faz cobranças. Ele só está enganado em uma coisa. Ele faz sim parte da minha vida.
Podemos não ter vivido por muito tempo juntos, como ele mesmo diz, as pessoas podem ter tentado nos afastar, só que agora é como se esse tempo longe nunca tivesse existido. Pelo menos, pra mim.
Ouvir meu pai dizer sobre seu relacionamento insistente com a minha mãe é engraçado, reforça o "relacionamentos são uma merda", mas, é um elo que nos deixa cada vez mais próximos.
No fundo acho que entendo minha mãe e meu pai. Acho que eu faria as mesmas coisas que ela em relação a ele, só não consigo entender o porquê dela ser assim comigo... Também procuro não pensar muito nisso.
No final do almoço eu estava relaxada, tranquila. Me sentia tão bem, fazia tempo que não conversava com um adulto, uma conversa tranquila sem que eu precisasse estar na defensiva. Ou mentindo totalmente.
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