Meu melhor amigo(Completo) romance Capítulo 67

Quando cheguei em casa senti uma mistura de alívio e muita ansiedade. Alívio por estar finalmente de volta para minha casa e ansiedade para o que estava por vim. Eu retornaria para escola e para a minha não tão antiga vida.

Tudo no meu quarto estava do mesmo jeito que eu deixei. Olhando para as coisas do meu bebê me dei conta de que deveria começar a me preparar para sua chegada. Talvez pedir ajuda a tia Lili fosse minha melhor opção no momento.

Respiro fundo para tentar tomar coragem e enfrentar os desafios que tenho pela frente. Decido começar pelas roupas que trouxe de volta. Separo as limpas da sujas, guardo as limpas e levo o resto para a lavanderia.

...

_Eu não sei o que fazer, minha vida está condicionada ao nascimento do bebê. Eu me sinto meio... Eu não sei dizer... Sem valor ou... Perspectiva de futuro... Sinto como se fosse depender do meu pai sempre. Que minha vida vai ser só isso, um bebê e depender do meu pai pra sempre... Eu não quero isso. Você entende? - falo com tia Lili enquanto arrumamos as coisas do bebê.

_Ana você tem que ter um pouco mais de calma. Você tem muito vida pela frente. Terá muito tempo para os estudos, muito tempo para viver... Não é impossível viver tendo um bebê. As coisas serão mais difíceis? Com certeza! Mas não impossível. - acho que minha segunda mãe só quer me consolar.

_ Eu queria estudar tia... Fazer uma faculdade, arrumar um emprego. - Digo com desânimo.

_Ana, você pode! Podemos começar com seus estudos. Tenho certeza que seu pai ficaria feliz se dissesse que quer estudar. Ele com certeza vai te ajudar. - dona Lilian coloca as duas mãos em meus ombros e olha nos meus olhos.

_Como? Como vou estudar com um bebê? Parece impossível! - É como me sinto, estou deprimida a dias e apesar de não dizer nada a ninguém eu choro todas as noites antes de dormir. Meus sonhos parecem ter sido destruídos sem qualquer chance de retorno.

_Por que não começa fazendo sua inscrição no curso que deseja cursar? As faculdades da nossa cidade não tem? - minha tia franze a testa e parece estar apreensiva com minha resposta.

Eu sei que Erick contou ao meu pai sobre o pai do bebê. Não falamos sobre isso e eu pedi ao meu pai um tempo para conseguir falar sobre isso. Ninguém mais me pergunta, também depois do meu ataque de choro de alguns dias atrás... Minha pressão subiu muito e a casa do meu pai virou uma bagunça!

No fundo tenho impressão que todos já sabem, só não falam nada com medo da minha reação. Minha mãe, por incrível que pareça me defendeu com unhas e dentes. E disse que eu tinha o direito de não falar. Então eu contei que havia dito ao pai do bebê e pedido que ele me ajudasse, é claro que eu fiz parecer que a conversa foi pessoalmente, não por correio eletrônico como foi.

Eu acabei contando que se o pai do meu bebê não quis acreditar em mim, então eu ele não tinha o direito sobre a vida da minha filha. A discussão demorou algumas horas, alguns dias, até eu passar mal e ser levada ao hospital. Então todos, meio que obrigados, concordaram em manter silêncio.

Enquanto estou deitada na cama tentando conversar com Damon sobre o bebê e vencer o sono sinto minha barriga ficar dura e uma dor nada agradável se alojar na minha coluna. Dona Jaqueline, minha mãe biológica, disse que o bebê nasceria no máximo em três dias. Eu estou começando a achar que no máximo em dois dias verei o rostinho da minha princesa.

Não demoro nem cinco minutos com as minhas mensagens e acabo dormindo.