Tenho ido visitar meu não namorado cada dia menos, ele me trata como uma amiga e eu acabei percebendo que sinto mais falta dos seus beijos e do contato físico do imaginei. Eu corro o risco de que ele se apaixone por outra pessoa, sei disso, o mais estranho é que pensar sobre isso me machuca de uma forma que não consigo explicar.
Talvez eu estivesse me apaixonando por ele. Theo ainda me diverte, faz piada com o fato de ter se esquecido de mim. Descobrimos que ele não se esqueceu só de mim, o que não alivia a dor do meu coração, seis meses foram apagados de sua memória. De acordo com o médico essas memórias voltarão cedo ou tarde.
Eu quero te-lo de volta, beijar sua boca mais uma vez, dizer que eu estava apaixonada por ele. Tínhamos uma chance que foi levada de mim, minha mente insiste em me dizer que ele não tem culpa, eu sei que não, meu coração é que não sabe e insisti em culpa-lo.
Ainda com meus pensamentos em Theo entro na sala para uma entrevista, um estágio em uma grande construtora. A psicóloga me faz perguntas, falamos um pouco da minha filha e no final saio de lá com uma leve impressão de que não vou conseguir.
Volto para casa, Bea está com minha tia Lilian, ela saiu do trabalho e resolveu se dedicar a sua casa e jardim. Me deito um pouco no sofá e choro por todas as minhas perdas, medos, decepções, por achar que tudo está muito difícil. O choro se torna um soluço triste e doloroso. Depois de algum tempo me sinto cansada e adormeço no sofá.
Acordo com o barulho das chaves sendo colocadas sobre a pequena prateleira do painel na sala. A luz acesa indica que fiquei tempo demais dormindo. Minha cabeça dói, provavelmente em decorrência do choro.
_Pensei que já tivesse pego a Bea. - meu pai diz assim que me sento só sofá e coço os olhos.
_Ainda não, vou tomar um analgésico e vou buscá-la. - respondo com a voz baixa a dor está aumentando consideravelmente.
_Está com dor de cabeça? - pergunta com preocupação.
_Sim... - minto.
_Eu vou ligar para o Cláudio, se ele não trouxer a Bea eu busco. Tome um banho e descanse, daqui a pouco sua mãe chega e dá uma olhada em você.
Aceno e agradeço baixinho subindo as escadas devagar. Tomo o remédio, um banho e me deito.
Acordo pela manhã, minha pequena dorme ao meu lado na cama. Sorrio com a visão do pequeno corpo colado ao meu, admiro um pouco, babo para ser mais precisa. Depois de tempo me levanto para fazer meu café e o dela.
Na cozinha enquanto faço café meu telefone toca, atendo com receio, ainda são oito e meia da manhã. O número desconhecido. A mulher do outro lado da linha me diz que fui aprovada, vou ser contratada para vaga de estágio. Meu humor com certeza fica muito melhor.
No caminho até a construtora eu esbarro em homem saindo de uma lanchonete, atrapalhada eu peço desculpas sem olhar para ele. A pasta com os documentos que me pediram estava no chão e algumas folhas espalhadas. Enquanto o homem vestido de terno me ajuda a recolher tudo eu permaneço sem olhar para ele.
_Aqui Ana. - Samuel estava parado na minha frente com um belo sorriso. - Bom dia. - Droga de cidade pequena! O humor volta a piorar um pouquinho.
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