Não consigo acreditar que conseguir arrumar minha casa. Toda a decoração, todos os móveis, todos os utensílios, os eletromédicos, quadros, tudo! Tudinho. Tive ajuda, muita ajuda. Dos meus pais e dos meus tios. Meu pai principalmente. Ele fez todo o quarto da Bea, com direito a TV e vídeo game que ela nem sabe jogar.
Tudo estava pronto e para comemorar eu fiz uma festa em casa. Um almoço. Todos estavam bem cedo em casa. Minha mãe e tia me ajudaram na cozinha, meu pai e meu irmão faziam churrasco no quintal
Melody, uma linda jovem loira e com incríveis olhos azuis, noiva do meu irmão, consequentemente minha cunhada, uma simpática americana de vinte e três anos, que meu irmão conheceu na universidade. Ela brincava com Bea no escorregador que meu pai mandou instalar, parecia outra criança.
Pensei que talvez se Bruno estivesse aqui, talvez, mesmo se não estivéssemos juntos seria legal. Meus pensamentos foram interrompidos com a chegada de Samuel. É eu o tenho como amigo, mesmo com sua insistência para sermos algo mais, em todos esses anos, compartilhamos um beijo.
Estamos mais próximos, mesmo assim, depois de dois relacionamentos desestrosos eu não sei se quero tentar de novo. Enquanto mantemos nosso relacionamento na Friendzone eu me sinto segura e sem margem para erros.
_Bom dia linda. - Samuel diz sorrindo. - Bom dia senhoras.
_Bom dia. - Respondemos juntas.
_Está muito cheiroso aqui. As senhoras querem ajuda? - Samuel brinca erguendo as mangas fictícias de sua camisa.
_ Você está querendo beliscar ou está mesmo fazendo elogios? - Tia Lilian pergunta e todos nós rimos.
_As duas coisas. - responde com sinceridade.
Samuel acaba ficando na cozinha, ajuda a lavar os pratos, arruma a mesa, desenforma o pudim. Guarda as vasilhas. Enquanto conversamos e brincamos e claro, ele manda algumas diretas.
_Talvez devesse dar uma chance a ele Ana. Sair um pouco, conversar a sós, uns beijinhos talvez... Não porque não deu certo com um quê não pode dar com outro. - minha mãe tenta.
Apenas aceno sem dar uma resposta.
O tema da mesa muda constantemente e sem que eu esperasse passa para o pior deles. Bruno. Meus tios querem que o filho saiba, como se ele não soubesse... Eles querem que eu conte ao Bruno numa conversa séria, apresente a filha a ele. Todos na mesa concordam que eu deveria aceitar até mesmo fazer um teste de DNA se fosse preciso.
Eu aceno algumas vezes, me sinto encurralada, e isso não é bom. Algumas vezes a conversa fica acalorada, com fortes indícios de uma discussão. No fim eu acabo concordando, quando Bruno voltar a cidade eu falarei com ele, só isso.
Não quero ele na minha vida, nunca mais!
Bea é a filha dele e ela merece saber que tem pai independente de qualquer coisa. Não posso tirar isso da minha filha, o direito de ter um pai. Por isso eu mudei de ideia e estou disposta a contar a verdade, não por telefone, isso nunca mais. Eu vou contar quando ele voltar. Terei tempo para me preparar e amadurecer a ideia. Não posso me sentir amedrontada ou indignada mesmo se ele pedir um exame de DNA. É um direito dele. Eu não tenho o que temer.
Foi decidida a enterrar essa parte do passado e seguir frente que eu aceitei o pedido de Samuel para sair com ele no sábado. Incrivelmente tia Lili se prontificou em ajudar e a ficar com Beatriz. Tenho a impressão que até a tia Lilian está me empurrando para qualquer um. Talvez eu não tenha superado o Bruno como estou pensando que fiz.
...
_Você gostou? - Samuel pergunta se referindo ao nosso encontro.
_Sim. Obrigada. - agradeço na porta de casa.
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