Meu melhor amigo(Completo) romance Capítulo 82

_ Eu já disse Samuel, disse um monte de vezes que eu não tenho nada com ele. Não estamos namorando!? Então!!!! Eu não sou assim. Você deveria saber... - tento explicar pela enésima vez.

_ Aquele cara tá te cercando Ana, o tempo todo! - Samuel continua a falar cheio de ciúmes.

_Ele não está me cercando Samuel, ele veio pegar a Bea, filha dele. Só isso... - começo a ficar cada dia mais cansada dessa situação.

Samuel não entendi que a Bea é filha do Bruno. Ele tem direito de ficar com ela, ela quer muito ficar com o pai, ponto.

_Ana ele levou flores pra você, pelo amor de Deus! Será que você finge que não vê ou é burra o suficiente para não perceber o que ele está fazendo!!!

"Burra o suficiente..."

"Burra o suficiente..."

As palavras se repetem na minha mente e eu simplesmente me calo, não estou mais com menor vontade de sair, eu quero que ele vá embora agora. Não quero mais falar com ele. Não sei onde está o Samuel que eu conheci, esse com certeza não é ele e não gosto desse cara que está me chamando de burra, só porque está com ciúmes do pai da minha filha.

_Desculpa, eu estou nervoso. Estou com ciúmes... Eu não quero te perder... - ele diz e se aproxima de mim querendo me abraçar.

Levanto minha mão querendo que ele fique longe de mim. Não quero que ele se aproxime, não quero que toque em mim.

_Ana... Por favor...

_Acho melhor você ir embora, saímos outro dia.

_Você tá brincando né!? Qual é, o cara fez o que fez com você e você simplesmente o perdoa como se nada tivesse acontecido agora porque eu me descontrolei um pouco você já quer terminar!? - ele parece indignado e eu ainda mais.

_Eu não estou terminando nada. Você está de cabeça cheia e eu também, não acho que ficarmos aqui discutindo seja legal, também não estou mais no clima para sair. É melhor você ir... Conversamos depois, de cabeça fria.

_É o que você quer!? - ele pergunta nervoso.

_Sim. É o que eu quero. - respondo.

_Que seja então. - Samuel sai pela porta nervoso, batendo ela com força como se quisesse quebra-la.

Temos discutido por todo esse último mês. Eu sei que ele tem alguma razão, Bruno voltou dizendo estar decidido a me reconquistar, ele usa de todas as oportunidades que tem para dizer que me ama, para dizer que me quer de volta, que se arrependeu...

Eu não quero voltar pra ele, não sou capaz de confiar nele novamente, além disso eu estou com Samuel agora e não vou trai-lo, não sou esse tipo de mulher. Ele deveria saber.

Depois que Samuel sai eu me sento na frente da TV sem realmente estar vendo nada. Perdi a vontade de sair, estou com fome mas não quero sair para comer e também não quero pedir nada. Me sinto triste com tudo isso.

Ouço o som da campainha e vou atender pensando que Samuel pode estar vindo pedir desculpas. Talvez nós podemos conversar com calma agora e fazer as pazes. Quem encontro do outro lado da porta não é Samuel, Bruno está parado com um semblante aliviado.

_Graças a Deus! Eu pensei que já tivessem ido. O tempo parece estar mudando viemos buscar um casaco. - fala enquanto entra pela porta - O que foi? - Bruno para pergunta parado no meio da sala. Beatriz já passou correndo por nós em busca do casaco, provavelmente.

_Esse é muito velho filha, pegue um dos que estão no cabide.

_Eu não consigo mãe.

Em silêncio caminho até o quarto, pego o casaco e visto minha bonequinha. Ela agradeceu e corre para para fora quarto, provavelmente para a sala. Bruno está parado na porta do quarto ele está me analisando.

_O que aconteceu? Onde está seu namorado? - pergunta quando eu sei que na verdade ele sabe o que aconteceu.

_Ele foi para a casa dele. Desistimos de sair. - é o que respondo, mesmo sabendo que no fundo ele sabe a verdade.

_Por que não vem com a gente? - pergunta assim que nossa filha aparece puxando a mão dele e o chamando para irem logo.

_Chama a mamãe para ir com gente, ela vai ficar sozinha... - sei o que ele está fazendo e não gosto por isso faço minha melhor expressão de desgosto.

_Vamos mãe, por favor, vem. Vai ser legal! O parque é legal. Tem brinquedo. - minha bonequinha pede.

_Não sei se posso pedir tanto... - estou fazendo um certo drama, só quero ver até onde vai a boa vontade dele.

_Ana, ela é minha filha também. Eu sei que tem cuidado dela sozinha durante todo esse tempo. Não precisa ser assim agora, eu posso ajudar sempre que quiser, não vai me atrapalhar, posso trabalhar a tarde, posso nem trabalhar por uma semana, eu tenho minha própria empresa e pessoas que trabalham pra mim. Pode ficar tranquila, vou cuidar bem dela.

_Obrigada! - é a única coisa que consigo dizer.

_Que horas posso pegá-la? - pergunta.

_Eu saio às sete, então... Se não puder eu levo a Ana no seu apartamento é só... Me dar o endereço. - começo a imaginar como seria o apartamento dele, se tem fotos na estante, se é bem limpo, se existem quadros...

_Eu busco ela, às seis e cinquenta? - ele pergunta.

_Está ótimo, obrigada. - agradeço e espero que ele desligue o telefone.

_Ana? - Bruno chama.

_Oi...

_Eu... - ouço um longo suspiro - eu vou estar aí, não se preocupe.

_ Obrigado Bruno. - respondo e desligo o celular.

Na manhã de segunda, quando ainda faltavam vinte minutos para as sete horas, minha campainha toca, Bruno está adiantado. Dou a ele todas as instruções para levar a Bea até escola, mando na agenda e uma autorização escrita para que o Bruno possa buscá-la na escolinha.

No trabalho tento ligar para Samuel mais uma vez. Dessa vez ele atende e sua voz demonstra o quanto ainda está chateado comigo. No almoço voltamos a discutir dessa vez porque ele acha absurdo que eu deixe Bea sozinha com o pai. Depois de dizer que eu confiava em Bruno para cuidar e proteger nossa filha meu namorado se irrita ao ponto de largar sozinha na mesa.

Ao fim do meu turno Samuel está na porta a minha espera, voltamos a discutir porque eu não sei o que deu em Samuel para querer ir atrás de mim na casa do Bruno. Durante todo esse dia eu se quer beijei meu namorado, estamos brigando e discutindo todos os dias.

Chego no apartamento do pai da minha filha e ele abre a porta me dando passagem, apesar da curiosidade eu não entro. Pego Bea e vou para casa.