Durante todos os dias da semana Bea ficou com Bruno mesmo depois do meu pai ter voltado de viagem a pequena preferiu ficar com o pai. Eu sei que ele tem divertido ela bastante, o apartamento que ele mora fica em condomínio com brinquedos e piscina. Um paraíso para a Bea.
Nós saimos juntos no fim de semana, foi legal, me divertir muito mais do imaginei. Meu pai também estava conosco. Bruno foi gentil comigo, ele tem sido assim desde que voltou. Ele as vezes pergunta sobre meu namoro, eu me esquivo de suas perguntas, de suas investidas, eu não quero viver isso de novo.
Tenho medo de me machucar. Medo de sofrer novamente. A lembrança dos dias depois de nos separamos é clara, pareço viver a mesma dor só de lembrar. Eu daria tudo para que ele tivesse me olhado da mesma forma que me vê hoje.
Durante nosso passeio meu pai e Bruno conversaram muito, pareciam amigos de longa data. Eu sei que ele nunca aprovou o meu relacionamento com Samuel, ele nunca gostou muito do meu namorado e acredito que nosso término deixou meu pai feliz.
Fico pensando se meu pai disse ao Bruno que terminamos, se ele deu alguma dica, se ele encorajou de alguma forma o pai da minha filha. Porque desde o dia do parque os olhares dele não tem sido nada sutis, já não eram antes, agora está pior.
Me sinto um prato de comida as vezes. O mais estranho é que essa sensação de ser desejada é boa.
Bruno não tem uma namorada, ele não fala sobre qualquer tipo de relacionamento. Todos os dias que fui buscar minha filha na casa dele, não vi nenhum sinal de mulher. Bea fala sempre de uma mulher chamada Malu.
Pelo que a pequena fala a tal de Malu é apenas a faxineira, ou empregada. Não que eu que eu quisesse saber quem frequenta a casa dele. Longe mim! Só fico preocupada com quem ela se envolve. Só isso.
Depois de terminar uma prova pego meu carro e vou buscar minha princesa. Estou cansada e sinto um pouco de dor cabeça. Dirijo devagar e com ainda mais cuidado, por esse motivo gasto um pouco mais de tempo para chegar.
O processo é sempre o mesmo, Bruno tem comida pronta, Bea está dormindo. Eu como enquanto ele me olha depois ele pega nossa filha e carrega até o carro, nos despedimos, eu chego em casa carrego Bea para a cama, tomo banho durmo.
Hoje quando cheguei não foi a mesma coisa. Ele abriu a porta do apartamento e não foi preciso dizer nada, por algum motivo ele sabia, não sei se por ainda me conhecer, mas Bruno sabia que algo estava errado porque o sorriso morreu em seus lábios devagar.
_O que você tem? - ele pergunta assim que entro.
_Estou com um pouco de dor cabeça, fora o cansaço de sempre... - digo assim que entro.
_Eu tenho analgésicos se quiser...
_Eu quero, por favor. - respondo.
_Eu fiz uma torta salgada. Você podia comer um pouco tomar o remédio e descansar...
_Vai ficar muito tarde para voltar para casa Bruno, obrigada. Aceito o analgésico já está bom. - respondo com a voz baixa.
A dor latente só está aumentando.
_Eu levo você estão. - diz de forma simples.
_Eu preciso do meu carro amanhã. - sorrio
_Posso voltar num táxi. - ele diz ao colocar o comprimido na minha mão junto com um copo com água.
_Não precisa se preocupar. Eu posso dar conta, obrigada. - agradeço com um sorriso.
_Eu sei que dá conta, eu admiro você pela mulher que se tornou. Mas não precisa fazer isso, me deixa te ajudar, por favor. - não percebi o quanto estávamos próximos até ele passar a mão sobre um fio do meu cabelo e depois de brincar com a ponta da mecha e logo depois colocar ela atrás da minha orelha.
Nossos olhos se prendem por um tempo muito maior do que o aconselhável. A mão que estava no meu cabelo agora se abre no meu rosto num toque carinhoso. Deito um pouco a cabeça na direção da mão dele. Para receber o carinho, eu queria muito poder beija-lo agora.
Bruno parece perceber a direção dos meus pensamentos e me beija. Um beijo carinhoso, cheio de sentimentos. Seu gosto é mesmo, a familiaridade entre nós ainda é mesma. A constatação disso me faz tremer.
_Fica aqui essa noite. Me deixa cuidar de você. - Bruno diz após descolar seus lábios dos meus.
Ainda de olhos fechados eu penso na proposta que ele está me fazendo. Busco em seus olhos qualquer sinal de segundas intenções. Não encontro nada. Mas Bruno já me enganou uma vez, já mentiu.
_Não acho que seja uma boa ideia. - respondo com medo de aceitar. Para onde esse tipo de situação irá me levar? E se ele espera outra coisa de mim além de gratidão?
_Tem três quartos aqui Ana. Você pode ficar em um... Eu prometo não tentar nada. Quero cuidar de você e te ver bem. - com essa vozinha doce e baixa ele é capaz de conseguir qualquer coisa de mim.
_Eu não tenho roupa, preciso de um banho e... - Bruno cobre minha boca com sua em outro beijo que sou incapaz de rejeitar.
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